ESPORTE

1º CapoArte Festival reuniu capoeiristas do Brasil e do mundo em Pinheiro Machado

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O evento reuniu um grande público

O evento reuniu um grande público Foto: Divulgação TP

No último sábado (4), o Ginásio Municipal de Pinheiro Machado foi palco para capoeiristas do Brasil e da Espanha unirem-se para mostrar, aprender e compartilhar a paixão pela prática esportiva no 1º Festival Internacional de Capoeira. Com programação intensa durante todo o dia, além de representantes de quatro cidades espanholas, o evento também contou com capoeiristas de dez cidades gaúchas, duas catarinenses e uma paranaense. Na oportunidade, participaram de palestras, oficinas, exames de graduação e estiveram presentes na formatura do Mestre de Capoeira, Agamenon Vieira – o Mestre Bafo, que foi o responsável pela organização do festival.

Feliz e orgulhoso com o projeto que desempenha há quase 18 anos em Pinheiro Machado, Bafo contou ao TP sobre o sucesso do evento e da acolhida que foi possível proporcionar para o público vindo de tantos lugares. “Em resumo foi tudo fantástico, nós fomos muito elogiados. Durante as palestras se pode contar sobre a história da capoeira no geral, como aconteceu o tráfico dos negros, a criação da capoeira com o intuito de se defender e a transformação pro esporte como é hoje. Depois dessa introdução, foi falado sobre a preservação da integridade física, com o intuito de acabar com a violência nas rodas de capoeira – o que acontece muito nos grande centros e, por último, o tema se voltou sobre saúde na adolescência”, detalhou.

Mestre Bafo acompanhado dos capoeiristas espanhóis

Mestre Bafo acompanhado dos capoeiristas espanhóis Foto: Divulgação TP

Logo após esse momento de aprendizado sobre história, cultura e qualidade de vida, participaram do aulão de capoeira angola, regional e moderna – de acordo com Bafo, esse último é o que praticam habitualmente. Perguntado sobre a passagem dos espanhóis pela cidade, ele contou que estão impressionados. “Eles ficaram dez dias aqui conhecendo e agora vão pra Gramado. Estão encantados com as nossas matas e com as nossas crianças. Eles falaram que lá é cidade grande, não têm espaço pra essa natureza toda que nós temos aqui. Ainda fizeram uma campanha do agasalho e chegaram com três malas carregadas de roupas pra doarem especialmente pra nós”, contou.

Sobre a formatura de Mestre de Capoeira, Bafo disse ter se tratado de um momento ímpar na sua vida. Em Pinheiro Machado, há muitos anos, ele e a capoeira tornaram-se um só. Apesar disso, conforme explicou ao TP, para receber o título é preciso 25 anos de prática do esporte. “Eu tenho 26 anos de capoeira, era um momento que eu já estava esperando, mas com todo respeito e sabedoria esperei pelos meus mestres até eles sinalizarem ‘olha, você tá pronto’. Então chegou esse dia, fizemos uma festa linda no Clube Comercial e eu fui graduado pelo mestre Valentin, do Pará, e pelo mestre Marcelo, de Santa Catarina”.

Como forma de respeito e reconhecimento, a solenidade foi marcada por inúmeras homenagens. Bafo foi condecorado por seus alunos, pais de alunos e pelos seus instrutores de capoeira. “Eu também aproveitei a oportunidade para presentear meus mestres com a maior honraria da nossa entidade, o dobrão – que usamos pra tocar berimbau. Esse foi um presente por cada minuto que eles me dedicaram, é muito importante reconhecer o que eles fazem por nós”, disse.

Além de palestras, um aulão também foi realizado

Além de palestras, um aulão também foi realizado Foto: Divulgação TP

O PROJETO – O “Capoeira na Comunidade”, visa combater a violência e a marginalidade através da prática do esporte. Com 17 anos de atividades e turmas pela manhã, tarde e noite, atualmente atende 100 crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos. As aulas são ministradas segundas e sextas-feiras e contam com o apoio do Cras.

SAIBA MAIS – Em conversa com o TP, Bafo – idealizador e responsável pelo “Capoeira na Comunidade” – ressaltou a importância do esporte para o público jovem e se disse satisfeito com o que tem visto ao longo dos tantos anos a frente do projeto. “Os resultados são muito positivos: crianças com boas notas e bom comportamento na escola (porque só assim podem continuar participando), não temos nenhum caso de gravidez na adolescência, eles viajam com a gente e também fazem alimentação aqui no Espaço Cultural – o que é muito importante ressaltar, porque muitos passam por dificuldades em casa”, detalhou.

Além disso, os jovens aprendem a fazer os instrumentos (berimbau), as graduações (cordel) e também a dar aulas. “Agora mesmo formamos mais dois professores de capoeira e eu fico muito contente com isso. Depois de oito anos deles aqui comigo, o Leandro Correa e o Dyone Junior já estão aptos a dar aulas. Agora não serei só eu e o Valdeir – que é o 2º pinheirense mais graduado com a titulação de monitor – e nós estamos muito felizes por eles terem chegado até aqui”, ressaltou o mestre.

INSCREVA-SE – Para participar do projeto, o interessado deve ir até o Cras acompanhado dos pais e/ou responsáveis e falar com a Tânia.

AULAS PARTICULARES – Além do projeto comunitário, Bafo também dedica dois dias da semana (terças e quintas-feiras) para o público que prefere ter aulas particulares de capoeira. Os interessados devem entrar em contato com ele, no Espaço Cultural (Rua São Pedro, nº 322).

NOVIDADE – Em breve, as noites de terças e quintas-feiras também serão destinadas ao público feminino. Haverá uma turma exclusiva para mulheres com idade acima de 25 anos. Mais informações podem ser obtidas através do Facebook, diretamente com o mestre Bafo.

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