A humanidade

Muitas vezes, em alguns momentos difíceis da vida, usei a expressão “tempos de passar”. Para mim, tem um significado simples, apenas quer dizer que o melhor é fazer nada e deixar os dias correrem, que as melancias se aco­modam com o andar da carroça.

No Brasil que vivemos hoje não há temas leves. Flo­restas destruídas, desemprego, estagnação econômica, presidente falando asneiras, congresso aprovando leis que preocupam e o des­crédito nas instituições e nas possibilidades de um futuro promissor.

A Amazônia não é um problema da desuma­nidade brasileira. Os países que mais poluem no mundo são os Estados Unidos e a China. Os seres humanos que lá habitam não parecem preocupados com o futuro do planeta e da humanidade. Os seres humanos de alguns países da Europa começam a se dar conta que a boa vida que levam está ameaçada pelos pobres do mundo que resolveram migrar para lá e pelos efeitos do clima. Os europeus já predaram muito este planeta, em casa e além mar. Alguns evoluíram educacional e culturalmente o suficiente para perceberem a necessidade da sustentabilidade do planeta.

No Brasil, já destruímos quase toda a mata atlântica. Segundo o site Brasil Escola, a mata co­bria 1,3 milhões de Km², cerca de 15% do território brasileiro nos estados de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Restam 12,4% da floresta original.

Se alguém tem dúvida de que podemos des­truir a floresta amazônica, melhor não ter. Com pouco mais de 5 milhões de Km² no Brasil, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondô­nia, Roraima e Tocantins, na região da floresta vivem pouco mais de 23 milhões de pessoas, pouco mais de 10% da população brasileira. A floresta amazônica é bem maior que a mata atlântica foi um dia mas, devagar, vai.

A grande questão da floresta é o impacto que sua destruição quase total causará nas chuvas, no abastecimento de água do país, para consumo hu­mano, irrigação e produção de energia elétrica, além da perda da biodiversidade. Poucos ganharão muito dinheiro com a destruição de um bem que deveria ser de todos.

As reações de diversos países à devastação da floresta poderão fazer com que a velocidade da destruição seja reduzida. Sanções comerciais a produtos produzidos na região com destruição das matas ocorrerão e a poderão salvar em parte.

Porém, no mundo, a ganância sem limites precisa ser controlada. Imediatamente. Os jovens de hoje poderão estar vivendo em um planeta muito hostil em poucas décadas, por culpa da humanidade.

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