A reforma da Previdência

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Tenho escrito que a reforma da Previdência, qualquer que seja, foi aprovada pelo povo brasileiro nas últimas eleições, não há o que reclamar. Não havia.
Apresentada esta semana ao povo brasileiro, a proposta de Bolsonaro e sua equipe parece pior que a pior das encomendas. Fatiada, deixou de fora os militares, entre outros. Os militares terão outra previdência, que será encaminhada em 30 dias. Considerando a “duríssima” vida levada nos quartéis, que militar das Forças Armadas merece uma aposentadoria aos 65 anos?
Num país em que são raras as almas que entendem de tributos, qualquer coisa pode passar.
A Previdência capta recursos de empresas, governos e trabalhadores regidos pela CLT ou estatutários. A recente legislação trabalhista foi feita visando que os trabalhadores deixem de ter carteira assinada e terceirizados não paguem a Previdência ou paguem menos. Visa reduzir os custos das empresas, diminuindo a receita porevidenciária. Os maiores salários são os que mais saem do sistema, criando empresas individuais.
Com tributos captados de vencimentos de trabalhadores legalizados, a Previdência banca aposentadorias de quem nunca contribuiu, de quem contribuiu por pouco tempo, de quem durante a vida passou a ter invalidez total ou parcial para o trabalho, de quem ganha altos salários e não contribuiu tempo suficiente para fazer jus a receber aposentadoria integral, de outras situações aqui não escritas. E todos os incentivos dados as empresas, abrindo mão de receita da Previdência, são considerados déficit.
Nunca haverá justiça social enquanto a receita da Previdência tiver como base o salário de trabalhadores legalizados.
A mudança pode vir com reforma tributária. Porém, seria preciso que os legisladores entendessem de tributos. Quase ninguém entende entre os deputados. Digo isto, com certeza, pois conheço algumas dezenas deles. Além de não entender, não se interessam. Tudo parece muito difícil para quem não entende do assunto.
Volto à Previdência.
Aumentando alíquotas, a causa imediata é o empobrecimento coletivo. Com menos dinheiro, menos consumo. Assim, alimenta-se um círculo vicioso decrescente. E uma demagógica a redução de alíquota, que acrescenta quase nada para quem ganha muito pouco.
A reforma necessária deveria acabar com toda tributação incidente sobre o salário.

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