Quando realizamos os mesmos acertos, chegamos aos mesmos resultados. Quando cometemos os mesmos erros, também.
Em 1960, Jânio Quadros (PTN/UDN/PR/PL/PDC) venceu tendo como símbolo de sua campanha a vassoura, somada ao jingle “Varre, varre, varre, varre, / Varre, varre vassourinha, / Varre, varre a bandalheira / Que o povo já está cansado / De sofrer dessa maneira / Jânio Quadros é esperança / Desse povo abandonado”. Perderam Adhemar de Barros (PSP) que ficou em terceiro e o Marechal Henrique Teixeira Lott (PSD/PTB/PST/PSB/PRT), que tinha como vice João Goulart, e que era muito mais qualificado. Deu no que deu. Jânio renunciou, vivemos período de intervenção, parlamentarismo, voltamos ao presidencialismo, João Goulart virou presidente e tudo desembocou no golpe militar de 1964.
Voltamos às eleições diretas, no voto popular, em 1989, com primeiro e segundo turnos. Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, ficou em terceiro e Mário Covas, que disputou com a credencial de senador e ex-prefeito de São Paulo, em quarto. Estes dois, num patamar político, administrativo e moral de primeira linha. Passaram no primeiro turno Lula (ainda muito jovem) e Collor. Deu Collor, o caçador de marajás, e deu no que deu.
Por sorte, o vice de Collor era Itamar Franco, que assumiu e encaminhou a nação para a eleição seguinte com Fernando Henrique, o mais qualificado naquele momento, vencendo e ficando oito anos no poder. Na agenda deste, a estabilidade econômica. Cumpriu seu papel. Foi seguido por Lula, o melhor naquele momento, menos radical, associado ao centro. Lula tinha na agenda a inserção social de milhões de brasileiros. Cumpriu seu papel.
Era hora do PT perder, mas o país elegeu Dilma e a reelegeu em 2014, em meio à ampla radicalização entre os extremos, direita e esquerda. Seu governo já vinha “pelas caronas” na data da eleição. De vice, Temer e seu pequeno cacife moral. Este, apoiado pelo centrão e pelos partidos nesse momento adversários do PT, articulou um golpe parlamentar e Dilma, que havia se afastado do congresso, por falta de habilidade política, foi cassada.
Em todos esses anos, o país só andou razoavelmente quando presidentes eleitos bem articulados politicamente, atuando longe dos extremos radicais, estiveram no comando, Itamar Franco, Fernando Henrique e Lula. O centrão, grupo político composto por cerca de 250 deputados federais, vai continuar dando as cartas e jogando de mão depois desta eleição.
Domingo, é dia de encaminhar o futuro de Brasil. Quem optar pelos extremos, certamente vai chegar aos mesmos resultados que a história registra.