Alfeu Duarte (Parte 2)

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*Cássio Gomes

Além do tradicionalismo, destacou-se também em outros ramos de nossa sociedade, podendo citar:

* Em 1985, foi ator da peça de teatro João Campeiro Vida e Paixão de autoria de Apparicio Silva Rillo sobre a direção de Rubens de Oliveira (Rubinho). Ele representava o peão João Campeiro, peça que contava com um elenco composto por várias pessoas da localidade, na maioria jovens e que teve um enorme prestígio com várias apre­sentações na região.

* Em 1989, foi decretado subprefeito de Dario Lassance, pelo então prefeito de Bagé Luiz Simão Kallil, sempre incansável para cumprir com a missão designada da melhor maneira. Em tempos muitos difíceis, não mediu esforços em lutar e buscar realizar as necessidades locais, por exemplo, as vezes em que ele próprio abriu buracos pelas ruas das vilas para resolver algum tipo de problema para a população como: encanamentos furados, vazamen­tos, etc. Ser humano com um coração imenso que nunca deixou sem auxílio alguém que o procurasse, mesmo que isso significasse resolver com recursos próprios.

* Foi estofador, em suas horas extras, e muitos foram os trabalhos impecáveis que fazia e era muito reco­nhecido por seu capricho e perfeição.

* Foi membro do CPM da escola de Dario Lassance.

* Foi presidente da Comunidade Católica de Dario Lassance.

* Foi integrante da comissão de emancipação do Município de Candiota.

* Palestrante em diversos eventos, inclusive esco­las para os quais era convidado para compartilhar seus conhecimentos sobre nossa cultura gaúcha.

* Por duas vezes foi candidato a vereador pelo município de Candiota.

* Em 2005, fez parte do governo do município de Candiota como assessor executivo na Secretaria Municipal de Agropecuária e Agricultura Familiar.

Em 14 de abril de 2007, decidiu ir morar em Santa Maria, perto de seus filhos e netos. Com seu carisma, sim­patia e humildade, em pouco tempo já havia conquistado na vizinhança e redondezas inúmeros amigos e, para estes, fez questão de mostrar seu amor pela nossa tradição, suas histórias e feitos contados, animava os que então já o chamavam carinhosamente de “Patrão”.

Por épocas de Semana Farroupilha, expondo sua paixão, ele montou uma ramada na frente da casa com direito a fogo de chão, chimarrão, música e como não podia deixar de faltar, exibia com orgulho a bandeira do Rio Grande do Sul,hasteada em um mastro de madeira confeccionado por ele mesmo como peçafundamental do lugar. Ali ele passava o dia pilchado, recebendo os amigos curiosos e surpresos, encantados com a beleza e ousadia do gaúcho. Tomava chimarrão, contava causos e fazia comidas típicas para agradar as visitas e os familiares que também chegavam pilchado se ali permaneciam e até bailavam. Quando o tempo não ajudava, a festança era re­alizada em seu galpão nos fundos da casa, com seu fogão a lenha, construído também por ele, tudo movido à prosa, declamações, danças e muitas brincadeiras, momentos inesquecíveis e de muita felicidade onde ele pode externar e ensinar principalmente aos netos, seus conhecimentos e amor pela tradição.

E as comemorações dos dias 7 de setembro, tão conhecidas em Candiota, que chegavam a ser um dos momentos mais esperados no ano por familiares, amigos e simpatizantes, data em que se realizavam as marca­ções, tiro de laço, futebol, tudo com um grande churrasco oferecido a todos.Em Santa Maria, embora sem as lidas de campo, as festividades dessa data continuaram a acontecer, familiares e amigos vinham em tal número que, em certa feita, foi preciso até montar barracas pelo pátio para acomodar todo mundo.Festa que chegou a durar um final de semana inteiro e sempre tudo valeu a pena para comemorar o seu aniversário, estar junto e fazer a felici­dade daquele que sempre acumulou amigos, defensor da família, prestativo com todos, afetivoe carinhoso com os mais íntimos; um ser humano com tantas qualidades que ficaria extenso relacioná-las.

* Historiador

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