EDUCAÇÃO

Alunos da escola Chico Mendes, de Hulha Negra, garantem 2º lugar na Mostra Pedagógica Estadual

O trabalho é uma parceria entre a escola, o Instituto Padre Josimo e a UTE Pampa Sul

Alunas do 6º e 7º ano apresentaram o projeto sobre agroflorestal em Porto Alegre Foto: Divulgação TP

O mês de novembro terminou com desta­que para os alunos do Ensino Fundamental (anos finais) da escola Chico Men­des, de Hulha Negra. Na última sexta-feira (29), re­presentantes do 6º e 7º ano garantiram o segundo lugar na 4ª Mostra Pedagógica Estadual do Centro dos Pro­fessores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) – Edu­car é uma aventura criadora. A Atividade aconteceu na Praça da Matriz, em Porto Alegre, contando com 110 trabalhos apresentados.

Na abertura do even­to, a diretora do Departamen­to de Educação do Sindicato, responsável pela organização da Mostra, Rosane Zan, res­saltou que este ano a ini­ciativa tem o objetivo de divulgar para a sociedade as práticas exitosas da rede pública estadual, mesmo diante do descaso do gover­no. “Este é um espaço para denunciarmos os ataques do governo Eduardo Leite contra os nossos direitos, historicamente conquistados. O fazer pedagógico mostra as práticas inovadoras no chão da escola pública, portanto não medimos esforços para manter a Mostra, mesmo com a categoria em greve. Além disso, tinha que ser neste espaço, pois é o símbolo da nossa resistência em defesa dos nossos direitos e da esco­la pública”, observou.

SOBRE O TRABALHO – De acordo com a professora Cenira Hahn, que acompa­nhou o grupo até a capital do Estado, o projeto “Semeando Agrofloresta: colhendo a construção coletiva do co­nhecimento” envolve toda a comunidade escolar e atua de forma interdisciplinar. A ação é uma continuidade dos trabalhos ambientais já realizados no educandário em parceria com o Instituto Padre Josimo e a UTE Pampa Sul. “O presente trabalho tem como proposta de estudo a relação do modo de vida no campo e o processo ensino e aprendizagem. Tudo isso vem proporcionando uma co­nexão com a realidade vivida pelos alunos e a vida no cam­po através de um implante de sistema de agrofloresta”, destacou.

Segundo a educadora, essa parceria entre esco­la, instituições e moradores locais acontece diante da busca por soluções cabíveis e necessárias para a preser­vação dos locais a serem recuperados. Além disso, leva-se em consideração o desperdício dos recursos na­turais, água, energia elétrica e demais materiais recicláveis que hoje têm alternativas de utilização a partir da trans­formação dos mesmos. “Por isso desenvolvemos questões interdisciplinares percebendo o ambiente como um tema transversal que permeia as várias áreas de conhecimento e níveis de ensino. Isso des­perta nos educandos a ideia de que é possível conciliar uma alimentação sem veneno respeitando o solo, sem es­gotar a água e o próprio solo e que é conciliável devolver à natureza tudo aquilo que retiramos dela para a nossa sobrevivência”, explicou Cenira.

Conforme detalhou para o TP, através da agroflo­resta se prioriza a produção de alimentos sem descuidar do zelo pelo meio ambiente garantindo a sobrevivência e a vida das futuras gerações com a manutenção dos recur­sos naturais. “É uma forma de se relacionar com o Planeta e um leque de ensino e apren­dizagem. Agrofloresta na escola é uma sala de aula ao ar livre”, disse a professora.

A iniciativa também foi apresentada na fase regio­nal, na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), e classificada em primeiro lugar para a fase estadual em Porto Alegre. Ainda em novembro, o trabalho foi premiado em primeiro lugar no Encontro de Ciência e Tecnologia do Instituto Fede­ral Sul-rio-grandense (IFSul) e escolhido destaque entre os apresentados no dia.

SAIBA MAIS – As atividades realizadas em parceria entre o Instituto Cultural Padre Josimo e a UTE Pampa Sul fazem parte do Subprogra­ma de Educação Ambiental para a agricultura familiar, desenvolvido no âmbito do processo de implantação do empreendedorismo. A inicia­tiva visa promover a reflexão sobre diversos aspectos ambientais com as famílias que vivem nos assentamentos rurais de Candiota e Hulha Negra, por meio de palestras, encontros e ações práticas e informativas.

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