POLÍTICA

Após 30 anos, ex-prefeito de Candiota deixa o PT

Ex-prefeito analisa ser grande a chance de concorrer novamente a prefeito no ano que vem

Você ainda possui 2 notícias no acesso gratuito. Efetue login ou assine para acesso completo.

Ex-prefeito esteve no TP na manhã desta quinta-feira (7), quando concedeu rápida e exclusiva entrevista Foto: Gislene Farion TP

Conforme havia prometido, o ex-prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador esteve na manhã desta quinta-feira (7), na redação do jornal Tribuna do Pampa, quando anunciou oficialmente e com exclusividade que havia deixado as fileiras do Partido dos Trabalhadores (PT) – agremiação partidária que militou durante 30 anos. Folador, hoje com 50 anos, ingressou no PT aos 20, em 1989, em plena primeira eleição livre para presidente da República, após a redemocratização. “É uma decisão difícil, porém muito amadurecida durante um bom tempo”, assinala.

Com uma postura não agressiva e, pelo menos na entrevista que concedeu ao TP, sem mágoas mais profundas, disse que sai do PT porque acabou seu ciclo. “Foram 30 anos de muito aprendizado, tendo me elegido vereador por duas vezes, sido secretário de governo municipal, assessor do Ministério da Agricultura no governo Lula e duas vezes prefeito de Candiota. O PT foi muito importante na minha vida e continua sendo na vida do Brasil, assim como fui importante para o PT, que ajudei a construir. Mas agora chegou o momento de sair”, afirma, sem demonstrar nostalgia.

Ele revela que houve alguns convites para a sua permanência, não discorrendo detalhes, mas todos fracassados, justamente pela convicção de que estava em sair. Folador entregou a sua carta de desfiliação há cerca de duas semanas, entretanto somente agora achou por bem expor publicamente. “Eu só tenho a agradecer de público o PT, que representou muito na minha vida. Deixo ali muitos amigos”, destaca.

Indagado sobre quais as reais razões para deixar a sigla onde construiu toda sua vida pública, Folador preferiu desconversar, comparando a um casamento, que, segundo ele, se desfaz, mas não se fica expondo publicamente o porquê não deu mais certo. Desta forma também, ele se esquivou de todas as perguntas mais incisivas que a reportagem fez ao longo dos cerca de 30 minutos de conversa, como por exemplo, sua relação com o prefeito Adriano dos Santos (PT). “Eu respeito o prefeito Adriano e faço votos que ele faça uma boa gestão. Jamais alguém irá me ver tratar de questões pessoais publicamente”, resumiu.

NO MDB – Historicamente adversários no Rio Grande do Sul e em Candiota, PT e MDB agora também estão em lados opostos em nível federal. Mas, pelo jeito, é no Movimento Democrático Brasileiro (MDB) que Folador deverá se filiar em breve. Segundo ele, as conversas com as lideranças do partido localmente, especialmente o ex-prefeito Odilo Dal Molin, bem como, com as estaduais, tem evoluído. Vale lembrar que o MDB (na época PMDB), governou Candiota por três ocasiões (1993-1996 e 2000-2008). “Estamos conversando de maneira correta, respeitosa e sem pressa para podermos chegar a um bom termo”, explica.

Perguntado como explicar sair do PT para ir para o MDB – adversário histórico, Folador salienta a importância do partido no cenário nacional e municipal, enaltecendo também sua história. “Em todos os partidos têm pessoas boas e que representam uma parcela da sociedade. Não abandonei a minha ideologia, que é da luta pelos mais pobres. Continuo sendo de esquerda”, assevera.

ELEIÇÕES – Dizendo claramente que não descarta ser candidato novamente a prefeito de Candiota em 2020, Folador diz que é prematuro para ser afirmativo neste sentido. “A possibilidade de voltar a disputar uma eleição municipal é bem presente para mim, mas ainda é cedo para falar disso. Vejo que a alternância de poder é salutar para a democracia”, analisa.

Sobre o sonho que alimentou com um projeto no ano passado em ser candidato à presidência da República e que de certa maneira foi desprezado – inclusive pelo PT candiotense -, Folador disse que ainda existe, porém, segundo ele, esse não é o momento adequado em falar disso.

Comentários do Facebook