A surpresa do anúncio do vereador Ronaldo Madruga (Progressistas) da desistência em concorrer a prefeito de Pinheiro Machado, também pegou as direções dos partidos que formam a aliança – Progressistas, MDB e PSB, vamos dizer assim, no contrapé.
O TP tem conversado com diversas lideranças das três siglas, no sentido de compreender como está sendo encaminhado o debate interno. O que se notou é que há uma unidade e os partidos seguem coesos, articulando uma nova composição.
Na noite desta quinta-feira (17), uma longa reunião aconteceu na residência do vereador e presidente do MDB, Jaime Lucas, no centro da cidade. Havia expectativa que dali já fosse anunciado a nova chapa. Não foi.
Um novo encontro aconteceu na manhã desta sexta e todos são unânimes em dizer que a decisão foi adiada para segunda-feira (21). O fim de semana, com certeza será de intensas articulações. Há quem defenda internamente que é urgente se definir os nomes.
Com manifestação em sua rede social, o ex-vereador Cássio Câmara Garcia – filho do saudoso vice-prefeito Carlos Eduardo Irigoyen Garcia, o Funfa, e neto do não menos saudoso ex-prefeito Justino de Leon Garcia, se disse surpreso de ver seu nome cogitado para substituir Ronaldo.
Ao TP, Cássio disse que é preciso ter calma e entende que seu nome não é o indicado, até porque, frisa, não postula isso – ele consta da lista do Progressistas como candidato a vereador. “Tem vários nomes sendo ventilados, está tudo indefinido. Não pode haver pressão, até porque as coisas não funcionam assim. Me sinto agradecido pela lembrança e carinho. Acho que isso é legado do meu avô e do meu pai. Muito mais do meu pai, que tem um legado enorme e as pessoas me dizem que tenho que seguir os passos dele, mas isso é muito complicado de representar”, afirmou, lembrando que estava fora da política e sua última contribuição foi coordenar a campanha vitoriosa de Felipe da Feira e Ronaldo (2012), quando ele atuou depois, como chefe de Gabinete no governo deles (2013-2016).
Já o então candidato indicado para ser vice de Ronaldo, o ex-secretário de Saúde, Éliton Rodrigues (MDB), explicou ao jornal que o compromisso que o partido havia firmado com Ronaldo para prefeito e ele vice já acabou. Agora, segundo ele, se estabeleceu um novo debate e conjuntura interna na coligação. “Com a decisão unilateral do Ronaldo, o meu compromisso de ser vice na chapa encerrou também”, afirmou, não deixando claro se o seu nome estaria à disposição para ser o candidato a prefeito da aliança ou se concorreria à Câmara de Vereadores.
O vereador Fabrício Costa (PSB), disse que o partido se mantém firme “em ser braço forte de apoio ao projeto de recolocar o município em destaque positivo na região. A análise está sendo feita pelas executivas dos três partidos sobre o novo contexto”, disse. Perguntado se o PSB indicou nomes, o vereador assinalou que nenhuma hipótese é descartada.
O ex-vereador e que concorreu a prefeito pelo PSB nas últimas eleições, Rogério Moura (filho do também saudoso ex-prefeito Laudelino Cunha de Moura), disse que jamais tinha visto um enredo político tão grande na cidade. Foi na propriedade dele que aconteceu uma famosa reunião para debater o nome de Ronaldo para a Prefeitura. Rogério disse, que representantes de todos os partidos pinheirenses estiveram na sua casa. “O PSB foi pego de surpresa com a desistência do Ronaldo e só irá se manifestar com um apoio à majoritária”, afirmou, não descartando o partido lançar um nome a prefeito depois de segunda-feira. “Estamos unidos, fortalecidos e valentes como sempre. Tudo poderá acontecer”, projetou.
O vereador Jaime Lucas afirmou que a relação entre os partidos é ótima e que a decisão de Ronaldo, apesar de todos lamentarem, não deixou nenhum arranhão. “A relação é ótima entre as agremiações”, reforçou.
Ronaldo Madruga, apesar de presidir o Progressistas, não está participando do debate para a escolha dos novos nomes.
