NOVA LUTA

Audiência pública encaminha que luta agora é contra o Plano de Recuperação Fiscal do RS

Governo do Estado entregou ao governo federal uma proposta de renegociar a dívida, que prevê a venda da CEEE, Sulgás e CRM

Deputado Lara (PTB) presidiu audiência pública proposta pela Frente Parlamentar para a Manutenção e Fortalecimento da CRM.

Deputado Lara (PTB) presidiu audiência pública proposta pela Frente Parlamentar para a Manutenção e Fortalecimento da CRM. Foto: J. André TP

Uma audiência pública para debater a situação da Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e pela sua manutenção como empresa pública, realizada na última sexta-feira (10), no Centro de Evento, no centro de Candiota, encaminhou que a luta a partir de agora é contra a proposta de adesão ao Plano de Recuperação Fiscal apresentada pelo governador José Ivo Sartori ao presidente da República Michel Temer, na última semana em Brasília.

A audiência foi proposta pela Frente Parlamentar para a Manutenção e Fortalecimento da CRM, instalada na Assembleia Legislativa e presidente pelo deputado estadual bageense Luis Augusto Lara (PTB).

O Sindicato dos Mineiros de Candiota – parceiro na promoção da audiência pública, assim como a Prefeitura local, chegou até a apresentar na abertura do evento um plano emergencial para a recuperação financeira da estatal, contudo, o deputado Lara, ao elogiar a atitude, assinalou que neste momento o governo do Estado fechou olhos e ouvidos para qualquer proposta neste sentido e sua única meta é aprovar junto ao governo federal a sua adesão ao suposto socorro federal. “A nossa luta a partir de agora é barrar este plano, pois assim salvamos as empresas públicas também. Esta adesão é pior negócio da história do RS. Vamos entregar nosso setor energético a preços infinitamente menor do que vale, e ao fim de três anos, teremos nossa dívida aumentada de R$ 60 bilhões para R$ 70 bilhões”, evidencia o deputado.

Além disso, Lara lembrou que Sartori pretende terminar o que o governador Antônio Britto começou, apesar de considerar o atual negócio pior. “Com Britto, tínhamos uma dívida de R$ 9 bilhões, pagamos R$ 25 bilhões e ainda devemos R$ 60 bilhões. No atual acordo, damos nosso patrimônio, aumentamos a dívida, perdoamos a Lei Kandir (dívida da União com o Estado) e perdemos receita. É o pior, repito, negócio da história”, analisa.

O deputado estadual Juliano Rosso (PCdoB), que se deslocou de Passo Fundo para Candiota e faz parte da Frente Parlamentar, reforçou as palavras de Lara sobre o foco agora da luta. Lembrando o escritor gaúcho Ciro Martins, com sua trilogia do Gaúcho a pé, Rosso comparou a adesão do RS ao Plano de Recuperação Fiscal ao personagem central da trilogia, com o gaúcho vendendo tudo que tinha no campo, vindo morar na cidade e morrendo na miséria. “É assim que o governo Sartori quer o Rio Grande. Então nossa grande luta agora é contra este plano”, afirmou.

Os deputados estaduais Pedro Ruas (PSOL), Juliana Brizola (PDT) e Jeferson Fernandes (PT) não compareceram a audiência, mas enviaram vídeos de solidariedade.

O prefeito Adriano dos Santos e o presidente do Sindicato dos Mineiros Wagner Pintos também se pronunciaram no sentido de reforçar a luta em defesa da CRM pública, convocando também a comunidade a se engajar, bem como, outras lideranças e sindicalistas se revezaram em discursos na mesma direção durante a audiência.

No próximo dia 20, na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, está agendada uma reunião entre os deputados estaduais e a bancada gaúcha no Congresso Nacional, onde a pauta será a adesão do Estado ao Plano de Recuperação Fiscal proposto pela União.

Um bom público prestigiou a audiência

Um bom público prestigiou a audiência Foto: J. André TP

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