DESENVOLVIMENTO

Avançam tratativas para implantação de indústria de pellets em Pinheiro Machado

Terminal portuário, aquisição de maquinário e conversas com o fundo financiador são algumas das ações do momento

Quando em operação, indústria deve gerar 800 empregos diretos na primeira fase de implantação

Quando em operação, indústria deve gerar 800 empregos diretos na primeira fase de implantação Foto: Divulgação TP

O empresário paulista e pinheirense Luiz Eduardo Batalha, que recentemente passou a ser sócio do projeto da indústria de pellets em Pinheiro Machado, conversou com o TP recentemente, relatando como andam as tratativas para a implantação do projeto na cidade.

Segundo ele, a ideia está senda revisada pelos dois maiores fornecedores de maquinários para este tipo de empreendimento no mundo, as alemãs Diefdenbacker (maquinário) e a Karl (prensas).

Como explica Batalha, os estudos apontam modificações porque o maquinário em Pinheiro Machado vai operar basicamente com madeira de eucalipto, diferente da Europa e Estados Unidos, que trabalham com pinus. “O eucalipto possui maior dureza e por isso é necessário adequações”, disse, lembrando que estão sendo feitos estudos neste sentido na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na faculdade de engenharia florestal.

Há poucos dias, Batalha esteve visitando a Superintendência do Porto de Rio Grande, quando diversos locais foram verificados para uma futura instalação do terminal portuário florestal. Pelo terminal é que a produção será escoada para a Europa. Já tramita em Brasília, na Agência Nacional de Transportes Aquáviários (Antaq), um pedido para a instalação do terminal.

O empresário explica, que destacou o seu filho Guilherme Batalha para realizar estas tratativas externas, sendo que ele esteve em

Luiz Eduardo Batalha recentemente virou sócio do empreendimento

Luiz Eduardo Batalha recentemente virou sócio do empreendimento Foto: Arquivo TP

Brasília, quando manteve audiência, viabilizada pelo deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP-RS), com o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa. “O deputado Heinze tem sido um grande parceiro nosso”, assinala Batalha.

Em outra frente, Guilherme e o executivo da empresa mineira Finagro (proprietária do projeto), Afonso Bertucci, estiveram em Curitiba (PR) recentemente, na sede da América Latina Logística (ALL), que opera a malha ferroviária no Sul do Brasil. Lá, segundo Luiz Eduardo, se acertou o transporte dos pellets até o Porto de Rio Grande, bem como, o frete inverso com carregamento de casca de arroz em Pelotas para ser queimada na usina termelétrica da indústria pinheirense.

Por fim, Guilherme e Bertucci embarcaram para Europa quando estão realizando visitas a compradores internacionais do produto (pellets), bem como, visitam o fundo financiador em Londres, na Inglaterra. “Estamos com tudo bem encaminhado. As coisas estão andando”, resumiu o empresário.

O PROJETO – A primeira fase do projeto prevê a instalação de uma indústria de pellets, que é a madeira transformada em pequenos palitos para serem usadas nas usinas termelétricas europeias – que precisam cumprir a legislação ambiental de diminuição do uso de combustíveis fósseis. Além disso, a planta produzirá sua própria energia com a implantação de uma central termelétrica com produção de 50 megawatts (MW)/hora, consumindo 14MW e vendendo o excedente.

Segundo inventário da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS (Seapa), a Metade Sul possui cerca de 96 mil hectares de floresta plantada, ente pinus, eucalipto e acácia. Grande parte desta área está sem mercado, pois foi incentivada pela possibilidade da implantação de uma indústria de celulose da Votorantim há alguns anos – expectativa que se frustrou com a crise mundial de 2008.

Por conta desta enorme demanda de matéria-prima é que nasceu o projeto, que nesta primeira fase pretende produzir 600 mil toneladas de peletts por ano, com o corte de 5 mil hectares de floresta anualmente. Na termelétrica, além de peletts, será utilizada a casca das árvores cortadas, os galhos e folhas resultante do corte, além de casca de arroz.

Com previsão de iniciar a produção em 2017, a indústria, nesta primeira fase, pretende gerar 150 empregos na planta industrial (110 na produção de pellets e 40 na termelétrica), bem como, cerca de 650 na colheita da madeira, que será toda mecanizada, perfazendo 800 empregos diretos.

Além do pellets e da energia térmica, o projeto prevê, em etapa posterior, a produção de etanol celulósico, que ainda aguarda a finalização de estudos científicos para que possa ser industrializado. Na planta termelétrica, a ideia é chegar a uma usina com capacidade de 200 MW, aumentando em módulos de 50MW em cada expansão. O mercado europeu garante a compra de pellets pelos próximos 20 anos, o que viabiliza e dá total segurança ao negócio.

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