POLÍTICA

Comitiva discute alternativas para o Centro Histórico de Piratini

O Ministério Público, no entanto, pressiona e solicita a retirada dos camelôs, pontos de táxi e trailers o quanto antes dos respectivos locais

Visita de membros do IPHAE aconteceu uma semana após comitiva ir até Porto Alegre

Visita de membros do IPHAE aconteceu uma semana após comitiva ir até Porto Alegre Foto: Divulgação TP

Em reunião na última terça-feira (13), na Câmara de Vereadores de Piratini, estivem presentes representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Rio Grande do Sul (IPHAE), além da participação de comerciantes do camelódromo. O assunto em pauta era a ação na qual o Ministério Público solicita a retirada do camelódromo, ponto de táxi da rodoviária e trailers dos locais que fazem parte do Centro Histórico do município.

A ação decretada pelo juiz da Comarca local Mauro Peil Martins, deu um prazo de aproximadamente 90 dias para que seja solucionada a situação. No entanto, o Ministério Público, solicita a retirada antes do prazo imposto. A Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores, juntamente com comerciantes que há um longo tempo trabalham nas respectivas áreas uniram forças para tentar reverter a situação imposta pelo judiciário.

Uma comitiva já esteve em Porto Alegre para tratar do assunto e nesta semana receberam representantes do IPHAE, afim de dar melhor informações e alternativas na manutenção do comercio que hoje está localizado em uma área tida como Centro Histórico. “Piratini é um tema constante na questão da preservação do patrimônio cultural no Estado, pois aqui está materializada a história do Rio Grande do Sul”, relata a diretora do IPHAE, a arquiteta Renata Galbinski, que ressaltou a identidade que a comunidade tem com essa questão.

De acordo com Galbinski, não é somente Piratini que está sofrendo com esta situação que se dá por conta do alto número de prédios históricos tombados no Rio Grande do Sul nos últimos anos. “A nova portaria reconheceu outros tantos prédios históricos no Estado, e isto está dificultando outros municípios, com problemas até maiores”, diz a diretora, que se colocou à disposição da comunidade piratiniense a fim de buscar alternativas.
Atualmente, segundo ela há 4.500 imóveis tombados pelo Estado e de acordo com a diretora do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Rio Grande do Sul, essa é uma pretensão totalmente irreal. “A gente não tem capacidade técnica de dar conta”, salienta.

O vereador Macega (MDB), diz que Piratini tem uma cultura de preservação, no entanto, com a ampliação do Centro Histórico, isso acabou prejudicando principalmente o comércio da cidade, que constantemente sofre com a adequação que necessita ser realizada, além da desvalorização dos imóveis localizados nestes eixos. O vereador citou como exemplo o prédio do Sobrado da Dourada, pois na área, aproximadamente seis quadras passaram a fazer parte do centro histórico para preservar apenas um prédio.

CIDADE ATIVA – Embora a Primeira Capital Farroupilha tenha um alto número de prédios históricos tombados, muitos deles, situados no centro do município, e por isso, ligado diretamente ao comércio, os membros do IPHAE entendem que a cidade, embora histórica, precisa ser ativa, ou seja, o Centro Histórico não pode ser empecilho no desenvolvimento na cidade, ao contrário disso. Para isso, é necessário também que o comércio, principalmente o camelódromo se adeque e se qualifique estruturalmente.

Ao término do debate, a diretora e arquiteta Renata Galbinski ressaltou que haverá uma conversa com o Ministério Público, onde será apresentado outro ponto de vista e que poderá viabilizar outras alternativas que não venham a prejudicar os comerciantes destas áreas, mas que também será necessário que haja um trabalho em conjunto da Prefeitura, através de sua arquiteta que irá trabalhar no caso. “Iremos auxiliar nas tratativas, mas é fundamental a participação da comunidade”, afirma.

Comerciantes do camelódromo estão preocupados

Comerciantes do camelódromo estão preocupados

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