PACOTE EDUARDO LEITE

Comunidade escolar apoia professores e greve toma novas proporções em Candiota

Nesta quinta-feira (21), pelo menos as escolas Faro e Dario Lassance estavam com os portões bloqueados por pais e alunos

Durante todo o dia, pais, alunos, professores e funcionários da escola Dario Lassance ficaram mobilizados Foto: J. André TP

A greve dos professores contra o pacote de mudanças propostas pelo governador Eduardo Leite (PSDB), enviadas à Assembleia Legislativa e que atingem de forma direta, es­pecialmente os trabalhadores da Educação e Segurança e que inicialmente estava ocor­rendo de forma parcial em Candiota, ganhou proporções após alunos e pais se enga­jarem na causa e tomarem atitudes em prol da categoria.

Desde o início da ma­nhã de quarta-feira (20), alu­nos da escola Francisco Assis Rosa de Oliveira (Faro), de Candiota, estão mobilizados em apoio à greve dos pro­fessores do Estado. Para a reportagem, os organizadores informaram que o ato teve início às 6h30. Eles contaram com o apoio da equipe direti­va, professores, funcionários e pais, que se reuniram em frente ao educandário.

Na escola Faro, professores e funcionários foram impedidos de entrar pelos alunos Foto: Divulgação TP

De acordo com a es­tudante Sabrina Madruga, do 3º ano, a ação visa reunir o maior número de pessoas e tornar público o entendimen­to diante da deflagração da greve por parte dos docentes. “Essa manifestação foi uma iniciativa dos alunos do 2º ano do Ensino Médio e co­meçou com a criação de um grupo no WhatsApp, onde foram adicionados profes­sores, funcionários, alunos, ex-alunos, pais e demais membros da comunidade. Decidimos nos unir em prol dos professores e não pre­tendemos deixá-los enfren­tar essa situação sozinhos”, declarou.

A paralisação era par­cial no educandário, mas a mobilização do grupo impe­diu que qualquer professor ou funcionário, seja concursado ou contratado, entrasse na escola. A direção avalia como muito positiva a ação rea­lizada pelos alunos. “Neste movimento surge à ideia da criação de um movimento estudantil na escola, onde as ações realizadas pelo grupo estão em consonância com a proposta pedagógica da escola, de trabalhar com alunos empoderados e com­promissados com a Educação Pública. A direção declara que todo seu compromisso será cumprido com relação à recuperação das aulas e declara a algum pai ou mãe que não concorda com o movimento dos alunos que seus filhos não ficarão preju­dicados”, informou a direção em nota enviada ao TP.

SEIVAL Membros do Grê­mio Estudantil da escola Seival também informaram sobre uma manifestação organizada por eles. O grupo confeccionou cartazes e cha­mou a atenção da população em apoio aos professores. Um grupo se uniu à escola Faro e enfatizou a manifes­tação.

Alunos da escola Seival também se mobilizaram a favor dos professores Foto: Divulgação TP

A aluna Ingrid Ro­drigues, do 9º ano, falou em nome do Grêmio e dos alunos da escola. “Acreditamos que é injusto o pacote pelo governo, pois sabemos que a direção não pode fechar a escola. Também tem vários professores e funcionários que são contratados e estão com medo de aderir à greve, pois correm o risco de perder o emprego. E nós, alunos, temos o dever de ajudá-los!”

DARIO LASSANCE Or­ganizada pelo Círculo de Pais e Mestres (CPM), uma mobilização paralisou as atividades durante todo o dia nesta quinta-feira (21), na es­cola estadual Dario Lassance, no centro de Candiota. A mobilização, também contra o pacote de medidas do Es­tado, envolveu pais, alunos, professores e funcionários do educandário.

Segundo a presi­dente do CPM, Luci Lopes, a comunidade escolar está indignada com a situação. “Estamos aqui em forma de protesto e para mostrarmos à sociedade como um todo a nossa luta pela Educação”, assinalou, lembrando que a escola resolveu não aderir a greve deflagrada em nível estadual pelo magistério.

ENTENDA A paralisação das atividades docentes foi acertada na última semana, com início nesta segunda­-feira (18), pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS­-Sindicato). A medida visa combater o pacote de mudan­ças proposto pelo governador Eduardo Leite, sobretudo a revisão do plano de carreira do magistério e em legisla­ções que regem as aposenta­dorias do funcionalismo.

Conforme destacou o próprio CPERS, as pro­postas devem ser votadas na Assembleia Legislativa (AL) a partir de dezembro, incluindo sessões extraor­dinárias no Natal, quando a pressão das categorias sobre os deputados estaduais ten­de a ser menor.

APOIO LEGISLATIVO As Câmaras de Vereadores de Pinheiro Machado e Can­diota aprovaram, por unanimidade, moção de apoio aos professores. O documento é encaminhado para a Assem­bleia Legislativa.

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