TRÂNSITO

Comut admite erro na instalação de placas em Pinheiro Machado

Durante o esclarecimento proposto pelo vereador Mateus Garcia (PDT), membro do Comut disse que haverá as mudanças necessárias

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Marcelo Mesko falou em nome dos membros do Conselho Municipal de Trânsito Foto: Gislene Farion TP

Nesta terça-feira (2), o representante do Conselho Municipal de Trânsito, Marcelo Mesko, esteve presente na sessão ordinária para esclarecimentos diante da polêmica da instalação das placas de trânsito nas ruas de Pinheiro Machado. Desde que a empresa contratada para realizar o serviço começou a fazê-lo, a comunidade e o Legislativo têm se posicionado contrários há tantas proibições para o fluxo de caminhões.

Diante disso, a partir de pedido feito pelo vereador Mateus Garcia (PDT), o Comut prestou esclarecimentos e informou uma série de alterações. Segundo o parlamentar, a confusão se deu principalmente em função da falta de informação nas placas. “Entendemos que o Conselho e o Executivo vêm implantando novas regras e normas para o controle do trânsito de caminhões na cidade, mas do jeito que está se proíbe tudo. Temos a informação que necessita ainda de um decreto para regulamentar, mas o que nos preocupa é o veículo que chega para fazer entrega e não tem conhecimento disso. Acabou gerando essa confusão e vai continuar até que tenha um esclarecimento ou uma informação nas próprias placas de como vai ficar a questão”, pontuou Mateus.

Segundo Marcelo, a partir da repercussão do caso e do descontentamento da população, os membros do Comut se reuniram para que o projeto fosse analisado e as medidas cabíveis fossem tomadas. “Os conselheiros foram nomeados, pegaram esse projeto criado ainda em 2015 – que não havia sido executado na época e sugeriram melhorias para o trânsito, como é de fato a sua função. Visto que o nosso município já possui muitos automóveis e trânsito de caminhões no centro, o Executivo decidiu por implantar o projeto e deu todo esse transtorno, mas também não deu prejuízo a ninguém. Ninguém foi multado em virtude dessas placas”.

Apesar disso, ele reconheceu a falha e garantiu novas regulamentações para estabelecer o controle no fluxo de caminhões no centro da cidade. “Chegamos a conclusão que erramos, mas já tomamos a decisão de substituir as placas. Foi sugerido ao Executivo que se substitua essas placas já instaladas por placas que proíbam o fluxo de caminhões no mesmo perímetro com o peso bruto de até 10 toneladas. Optamos por 10 toneladas porque nenhum dos comércios será prejudicado e eu acho que soluciona o problema e o excesso de peso também causa muitos danos no calçamento”, pontuou. Na oportunidade, ainda informou que o material não será perdido, não acarretando prejuízos. “Além disso, chegamos a opinião de que no entorno da praça central seja proibido o tráfego de caminhões – e apenas no entorno da praça”.

Durante sua fala, o vereador Cabo Adão (PSDB) lembrou que desde que assumiu o cargo aborda o assunto e busca por melhorias. “A questão é que nós não tínhamos problemas com os caminhões, mas sim com os caminhões de grande porte – pelos acidentes causados, estragos na fiação elétrica e destruição do calçamento. Se as placas permanecerem nesses locais somente algumas ruas vão ser contempladas e eu acho que deveria ser criada uma rota para veículos de grande porte”, sugeriu. Em resposta, Marcelo disse concordar com a colocação, mas afirma que a rota precisa ser discutida para que ninguém seja prejudicado. “A gente não pode simplesmente proibir caminhão de entrar no município, isso não existe”.

Renato Rodrigues (PSDB) também explanou o descontentamento diante da situação que poderia prejudicar suas atividades no dia a dia. “Eu sou caminhoneiro há mais de 20 anos e eu não tenho mais o que dizer pros meus colegas sobre essas placas. Antes de fazer isso, tinham que arrumar um estacionamento pra esses caminhões. Quantos motoristas moram em Pinheiro Machado? Eu estou indignado, é complicado isso aí e a vila que eu moro não tem placa nenhuma – quem chega primeiro atravessa”. Segundo o Comut, como em todos os municípios com o trânsito regulamentado, placas serão instaladas com horários determinados para cargas e descargas. “Ninguém vai ser prejudicado assim e não haverá impedimento para que o trabalho seja feito. Além do mais, um caminhão com mais de 10 toneladas só não vai poder andar pelo centro da cidade, fora isso pode. Com a substituição da placa, sendo colocado um limite de peso, se resolve a maioria dos problemas”, explicou o representante do Conselho.

Em seguida, o vereador Fabrício Costa (PSB) solicitou que Marcelo Mesko informasse quem são os representantes do Comut em Pinheiro Machado. “De acordo com lei municipal são quatro pessoas indicadas pelo Executivo, além de um representante das empresas de ônibus, um dos taxistas, um da Brigada Militar e um do Centro de Formação de Condutores (CFC)”. Ainda assim, o parlamentar retomou a palavra para justificar a pergunta. “Questiono isso porque justamente me causa surpresa não com a sua pessoa, mas como chefe de gabinete fazer parte de um Conselho que toma decisões as quais poderão se tornar decisões de interesse do governo”, provocou Fabrício. Segundo Marcelo, sua presença na sessão ficou decidida de comum acordo entre todos e que ele já fazia parte do Comut por indicação do prefeito Felipe da Feira. “Como o senhor pode ver nessa situação aqui, eu acho que o Executivo não está tendo ganho nenhum. Não acho que eu teria essa influência toda perante o Conselho de escolher alguma coisa que fosse ajudar o meu pai que está como prefeito hoje”, concluiu.

Gilson Rodrigues (PT), apesar de já satisfeito com as explicações, fez questão de ressaltar a responsabilidade do governo diante da confusão que a instalação das placas gerou na cidade. “O Conselho de Trânsito projeta o que é bom, mas quem executa é o Executivo. Portanto, nas palavras do Marcelo, o erro foi do governo – que é de fato quem tem a tarefa de mandar licitar, comprar e colocar ali. Foi o Executivo que errou e ele também tem que assumir”, disse. Em resposta, concluindo sua participação diante do legislativo, o chefe de gabinete e representante do Conselho Municipal de Trânsito foi enfático. “Nisso o senhor tem razão, o Executivo errou junto nessa situação. Eu vim aqui hoje para dizer que o erro vai ser corrigido”.

Na manhã desta quinta-feira (4), em contato com o TP, Marcelo informou que o começo da retirada das placas para readequações deve ocorrer a partir da próxima terça-feira (9). “Esperamos a reunião na Câmara para acertar com a empresa quando seria feito o serviço. A princípio eles vêm no início da próxima semana para acertar todo o resto das modificações e a ideia é que sejam retiradas todas as placas de ‘proibido caminhão’ até que sejam feitas todas as adequações”, pontuou.

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