CANDIOTA PARA VIVER...

“De coração, eu sou daqui sim”

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Dona Shirlei vive feliz na Vila Residencial Foto: J. André TP

“Não troco Candiota por nada”. Assim interrompeu dona Shirlei Romero Martins, de 82 anos, quando a reportagem comentou sobre a aproximação do aniversário da cidade e da série especial que faria para a edição comemorativa. Ela é, de fato, aquele tipo de pessoa que entre todos os lugares do mundo que poderia escolher para viver, optaria sempre por ficar onde está.

Natural de Bagé, disse ser uma candiotense de coração. “Conheço todos daqui. Muitos já morreram, alguns foram embora e até se arrependeram. Desde que cheguei continuo na mesma casa, gostando do lugar onde eu moro e por aqui vou continuar enquanto Deus me permitir viver”, afirmou.

Dona Shirlei mora na Vila Residencial desde os seus 24 anos de idade. Conforme contou, veio acompanhada do marido, Oscar Rodrigues Martins (falecido há 22 anos), para que ele trabalhasse na já desativada Usina Candiota I. “Naquela época não tinha quase nada e mesmo assim eu já gostava, construímos nossa vida nesse lugar. Quando chegamos, na volta da usina tinha uma cooperativa e um açougue e para nós era suficiente. Nem a cinza, que tomava conta da casa com a ventania e que eu tinha que limpar o tempo todo, me fazia gostar menos daqui”, disse de forma bem humorada.

Daquele tempo para cá, Candiota se desenvolveu e cresceu muito. A família Romero Martins também. Mãe de três filhos (Maxwell, Marco Vinicios e Saionara) – dois que trabalham na Usina de Candiota como o pai e uma professora -, o amor e o carinho por esta terra acabou passando de geração em geração. “Eles também moram em Candiota e acho que por aqui vão ficar até morrer, assim como eu e o meu falecido esposo. Eles amam esse lugar e não arredam o pé”, comentou. Ela também tem um casal de netos, Alexia e Maxwell Júnior, moradores do mesmo local.

Com a rotina de acordar cedo para tomar chimarrão, ir ao mercado e ao banco sempre que precisa, os 82 anos de idade não a impedem de sair por aí – inclusive para participar dos bingos, diversão a qual disse gostar bastante. “Saio, faço o que tenho que fazer e logo volto para a minha casa. Eu até gosto de ir a Bagé com a minha filha ou viajar para qualquer lugar – desde que seja bem rápido para poder voltar ligeiro”.

Para ela, conforme detalhou, o mais importante quando decide sair da cidade onde escolheu morar é saber que existe o seu lugar e a hora para retornar. “É em Candiota que me sinto bem, me sinto em casa e é por aqui que eu gosto de ficar”, reiterou várias vezes durante a conversa. Dona Shirlei vive em Candiota e Candiota a faz viver. Feliz, falante e firme no discurso “eu sou daqui sim!”, ela é apenas um dos tantos exemplos de que as cidades, assim como a Capital do Carvão, são feitas de pessoas para pessoas – é só gostar, apostar nelas e decidir ficar.

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