POLÍTICA

Decisão judicial sobre pagamento do funcionalismo pinheirense repercute na Câmara

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Ronaldo Madruga (Progressistas) criticou o governo por não priorizar o funcionalismo Foto: Arquivo TP

O mandado de se­gurança para blo­queio das contas da Prefeitura e pagamento imediato e integral dos salários do funcionalismo de Pinheiro Machado foi tema bastante comentado na sessão ordinária desta terça-feira (5). A ação favorável aos funcionários foi movida pelo próprio Sindicato dos Municipá­rios de Pinheiro Machado (SiMPiM). A Prefeitura deve recorrer da decisão liminar. Para os vereado­res, de um modo geral, o alerta fica para a falta de estratégias e de prioridade do governo em pagar os salários em dia.

Durante sua fala, Ronaldo Madruga (Pro­gressistas) disse que não acredita na derrubada da liminar. “No caso dessa liminar continuar valendo, as contas serão bloquea­das – saúde, educação e todas as outras – para que os salários sejam pagos na sua integralidade. Muitas vezes avisamos aqui e só se chegou nessa situação por falta de planejamento, o contingenciamento era para ter sido feito desde que começou o governo e algumas áreas vão sofrer por essa falha para que ocorra o pagamento dos salários”.

Conforme destacou o parlamentar, no governo anterior o qual fez parte, muitas vezes se deixou de atender demandas para quitar os salários. “No governo que eu participei às vezes não tinha lâmpa­da e nós éramos critica­dos por isso, mas quando olhávamos o orçamento e víamos o fluxo de caixa nós trabalhávamos com prioridades: ou pagávamos os salários ou colocávamos as lâmpadas e deixávamos a cidade impecável. Se atendêssemos todas as de­mandas, teríamos passado pelo mesmo problema com uma liminar por não ter dado prioridade à folha de pagamento, agora a situa­ção ficou muito mais grave ainda”, disse.

Logo em seguida, Jaime Lucas (MDB) tratou de amenizar a situação diante do bloqueio das contas e corrigiu o colega. “Não bloqueia recursos da saúde e da educação, porque esses são recursos do Governo Federal. O que pode acontecer é bloquear o recurso livre, isso tem que esclarecer porque da­qui a pouco se coloca uma pressão em cima da socie­dade de que vai parar tudo. Já está ruim dessa forma e nós precisamos conduzir de uma forma mais mansa e mais tranquila”, afirmou.

Para o vereador Si­dinei Calderipe (PSB), o momento deveria ser de união em prol dos traba­lhadores que vem sofrendo com os salários parcelados e a falta de previsão do pagamento do 13º. “Os fun­cionários estão há dois me­ses sem receber e tem uns passando fome já. Alguns com os armários vazios e sem dinheiro para pagar o leite das crianças também. Os vereadores tinham que se unir aqui, fazer uma moção para o prefeito e ver o que dá para vender e pagar os salários em dia”, sugeriu.

Em seguida, Gilson Rodrigues (PT) lamentou que o prefeito tenha ido até à imprensa dizer que a culpa para a atual situação é das ações trabalhistas. “Estamos chegando no final de ano e não se vê uma luz no fim do túnel. Só se vê as pessoas pedindo para fazer alguma coisa, mas nós como vereadores não temos ferramenta para operacionalizar esse negó­cio. Falar e solicitar a gente faz, mas quem administra é o governo. Certo é que a gente não vê um aparato estruturado de governo para discutir alternativas para o funcionalismo público. Aí quando o prefeito eleito diz que o problema é o precatório não é verdade”, afirmou.

Segundo Gilson, somente R$ 300 mil fo­ram pagos em precatórios no ano de 2019. “Então não justifica que não conseguiu pagar os salários por causa dos precatórios. Os R$ 12 milhões estão no orçamento de 2020 já condenados para pagar os funcionários, não foram pagos ainda. Não dá para culpar. Obrigatoriamente a Prefeitura tem que recorrer e um desembargador vai ter que decidir se paga o salário – o que eu acho que é justo – ou as outras coisas. Tudo isso é muito grave e eu não vejo aquela força do governo para discutir esse negócio”, criticou.

MUNICÍPIO Em contato com a procuradora jurídica da Prefeitura, Nathiane Vaz, o município ainda não foi intimado da decisão. “A partir da intimação oficial, apresentaremos as informações nos autos do mandado de segurança. Com relação ao trabalho e estratégia de defesa, a Pro­curadoria reserva o direito de não se manifestar até que haja a intimação oficial do processo – ocasião em que tomara ciência do teor do processo e da decisão judicial”, disse para a re­portagem.

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