FESTIVAL

Doze candiotenses se preparam para subir ao palco do Canto Moleque

Eles passaram pela etapa municipal e estão recebendo as últimas instruções para o festival

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Os jovens talentos representarão Candiota na 23ª edição do evento Foto: Gislene Farion TP

O turno inverso ao da escola tem sido para lá de especial para 12 novos talentos candiotenses. Depois da classificação na etapa municipal do Canto Moleque de 2019, o seleto grupo passou a ter aulas de canto e presença de palco com o objetivo de representar o município no já tradicional festival. A 23ª edição do Canto Moleque está marcada para os dias 22, 23 e 24 de março, no Ginásio Municipal de Candiota.

Na última semana, a reportagem do Tribuna do Pampa acompanhou os ensaios e pode conferir de perto a grandiosidade desses pequenos intérpretes. De acordo com o secretário de Cultura, Sérgio Marques, esse projeto vem para atender uma demanda da comunidade local.

“Na edição de 2018 foram dois candidatos daqui e se não houvesse uma ação nesse sentido seria talvez até pior esse ano. Um festival que nasceu justamente por iniciativa de uma comunidade que desejava ter um momento para se expressar, trazer seus dons e que foi se perdendo”, disse. Segundo ele, a etapa municipal do Canto Moleque foi baseada em um projeto já existente da Secretaria de Educação – o Integra Estudantil.

Para o TP, Sérgio reforçou a ideia de que a execução desse trabalho é resultado de uma grande união de forças que acreditaram na ideia de reverter a atual situação do festival local. “Se o gestor municipal não tivesse a visão de que não se trata de gasto e sim de um investimento, a coisa não sairia. Além dele, secretários, diretores, coordenadores, professores – todos estão diretamente envolvidos nesse sucesso. Isso é um projeto da cidade, não é de uma pessoa ou de uma Secretaria. Não tem como medir quem é o mais importante – se é o secretário ou se é a mãe que deixou tudo em casa para ficar o dia inteiro arrumando o cabelo do pessoal para se apresentar”.

Além disso, o responsável pela pasta lembrou que a participação local já garante a retomada da comunidade como espectadora do evento, que também vinha sendo perdida ao longo dos anos. “Hoje vem a família, o amigo, o vizinho, a escola, o bairro. É uma bandeira forte. Quem não tem condições de estar aqui enxerga neles essa representatividade. Não é só um campeonato de música, existem pessoas que estão confiando que eles vão representá-las, que vão estar ali no palco defendendo Candiota”, comemorou Sérgio.

Talentos estão participando de aulas de canto e presença de palco

AULAS – Com encontros três vezes por semana desde janeiro, os 12 intérpretes recebem instruções dos músicos Augusto Maradona e Alexandre Brose e contam com o apoio técnico da coordenadora de Tradicionalismo, Julia Graziela Azambuja.

Com toda a sua experiência em festivais, Julia conta que tem trabalhado bastante a parte psicológica dos jovens. “Meu trabalho com eles é dar o suporte que os meninos precisam e organizar toda a infraestrutura, mas também trabalhamos aspectos emocionais. Outro dia conversamos sobre o frio na barriga: se não tem, a coisa não acontece. Isso estimula cada um a colocar para fora a emoção, trazer a verdade de dentro de si tanto dos pequenos quanto dos maiores. Acredito que todos eles captaram bem isso porque nem quem tem experiência agüenta assistir sem deixar cair uma lágrima”, confessou.

Já para a dupla de instrutores, que contam com brilho no olho sobre o desenvolvimento do trabalho, o cronograma possibilitou que os participantes pudessem ter aulas e não apenas ensaios para o dia da apresentação no Canto Moleque. “Tivemos tempo de conseguir fazer aula e aplicar o que eles precisam para um festival, que é uma linguagem que a gurizada não conhecia muito. O repertório nativista foi apresentado, vencemos algumas resistências e estamos preparando eles para a situação”, detalhou Augusto. Segundo ele, a etapa nas escolas possibilitou que fosse escolhido o que de melhor se tinha naquele momento – salientando inclusive essa hora importante da avaliação. “Desde as primeiras fases até agora foi uma suba incrível, muito mais por parte deles do que pela nossa. Somos um veículo, mas são eles que estão se desenvolvendo dia após dia”.

Para Alexandre, esses últimos encontros são importantes pelo somatório de elementos que devem ser trabalhados para apresentar em cima do palco. “A partir de agora já não temos muito o que ensinar, tudo o que tínhamos que passar para eles já foi passado. Vamos focar nos detalhes para ajustar e na parte estética da música. Temos a dimensão do que cada um tem para crescer com tudo o que já apresentaram aqui, todos eles têm uma percepção muito boa e são extremamente disciplinados”, destacou o músico.

Para a dupla de instrutores, as aulas têm possibilitado uma troca muito positiva e a certeza de que cada intérprete tem potencial para prender a atenção dos jurados e do público presente. Segundo eles, há uma série de cuidados para individualizar o que cada um tem para render. “Cada música é uma história. Se cada um conseguir contar essa história com verdade já ganhou o festival – não em premiação, mas a competição interna com o potencial que cada um tem e isso eles vão levar para a vida”, disseram.

ENSAIO ABERTO – Nesta quinta-feira (7) o Centro de Eventos foi palco para os novos talentos. A equipe preparou um ensaio aberto com o intuito de fazer a preparação dos intérpretes diante do olhar do público. Além disso, a banda base completa que deve acompanhar os candiotenses no Canto Moleque também participou das apresentações.

A atividade estava marcada para o final da tarde, após o fechamento desta edição impressa. De acordo com a organização, outro ensaio aberto deve acontecer na próxima sexta-feira (15) – faltando exatamente uma semana para o início do festival.

 

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