Editorial – Democracia

A reação de diversos setores da sociedade brasileira à atitude velada do presidente da República, Jair Bolsonaro, em incentivar atos contra o Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) é um sinal de que nossa democracia ainda funciona. Não há como negar que a ação presidencial é uma forma de desestabilizá-la.

Os grupos de apoio ao presidente, claramente não são afeitos aos pesos e contrapesos que a Constituição Federal de 1988 criou. Como disse Ulisses Guimarães, quando promulgou a Constituição Cidadã, de que era possível divergir, contestar e que ela própria tinha o meca­nismo para que fosse reformada (e quantas vezes já foi), mas que jamais poderia ser afrontada, sob pena de traição à Pátria.

Protestar contra as ins­tituições da República é um exercício pleno da democracia, contudo, pregar sua elimina­ção é ato ditatorial, de tirania. A democracia, como sistema imperfeito, é uma história em construção cotidiana e não pode ter a imposição como regra, pelo contrário, num regime de­mocrático, todos, sem exceção, possuem vez e voz.

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