Faltam pouco mais de cem dias para as eleições municipais deste ano. Estas eleições, sem a grandiosidade da eleição para presidente e governador, mais deputados e senadores, permite ao povo escolher aqueles que tem a responsabilidade de resolver a maior parte das questões que envolvem as comunidades do país, prefeitos e vereadores.
Quem está no poder, está fazendo uma prece para que a Covid o mantenha no cargo por mais dois anos. Quem está na oposição, não vê a hora de que se decida o quadro e a oportunidade de chegar ou voltar ao poder ocorra ainda este ano. Este cenário é normal.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) já se posicionou contrária a realização de eleições este ano. Argumenta que estamos vivendo a primeira onda, com possibilidades reais de que venham a segunda e a terceira onda de contaminações por Covid no país. Afirma que o processo eleitoral não pode ser propulsor de uma “segunda onda”. Na real, a CNM representa os prefeitos no poder que pretendem se manter sem maior esforço por mais dois anos.
Porém, é sensata a posição da Confederação. Comitês, reuniões, comícios, filas de votação, tudo a favor da proliferação do vírus. Teríamos de ter eleições onde toda publicidade será feita sem contato humano entre pretendentes e eleitores.
Por outro lado, há milhares de municípios do país com governantes medíocres e mantê-los mais dois anos talvez seja pior que enfrentar o vírus. Acredite, prefeito salva e mata. Quando bem organiza e investe na área da saúde, salva muitas vidas. Quando é incompetente e investe pouco, muitos morrem sem a devida atenção. O incompetente, mesmo quando investe muito, investe mal e produz resultados medíocres.
Na busca de soluções, uma delas seria o voto facultativo para maiores de 60 anos. Assim, os que estão nesta faixa de risco ficariam livres de contaminação pelo fato de irem votar. Também reduziria o número de presentes às urnas e a aglomeração entre os das demais faixas etárias. O horário de votação poderia ser ampliado e determinado que as pessoas votassem em grupos aglomerados por letras, por exemplo, das 8 às 9h quem começa o nome com a letra A, o que causaria alguns transtornos para quem vai votar com a família.
Acabar com o risco é impossível, mas minimizar o risco é possível. Inadiável é estabelecer se sairão ou não as eleições deste ano, e quando.
Quando estou escrevendo, fiquei sabendo da prisão de Fabrício Queiroz. Só os inocentes acreditam nos que precisam afirmar que são honestos.