Eleições

O escritor russo Leon Tolstoi disse que ”quando as pessoas falam de forma muito elaborada e sofisticada, ou que­rem contar uma mentira, ou querem admirar a si mesmas. Ninguém deve acreditar em tais pessoas. A fala boa é sempre clara, inteligente e compreendi­da por todos”.

Lula venceria as eleições com um pé nas costas e deitado no xilindró. Se deixassem. Raros, se é que existem, entendem por­que Lula está preso por causa de um triplex que nunca recebeu e não receberá. Empresários corruptos, que fizeram delação premiada para se safar de penas expressivas, afirmam que o triplex estava guardado para ele. Se a prisão fosse pelo conjunto da obra até seria digerível.

Ciro Gomes, dos que estarão aptos, se Lula for impedido, e provavelmente será, é apa­rentemente o mais capaz para ocupar o cargo. Além de ter experiência, fala com fluência, usa as palavras com rara habilidade, está mais mode­rado e menos suscetível a cair em provocações. É quem mais se parece com um líder e o país precisa muito de alguém com este perfil.

Alckminn é, de todos, o que administrou algo mais parecido com um país. São Paulo é um Estado com dimensão equivalente à Argentina. Experiente, governador várias vezes eleito, terá o maior tempo de TV e a simpatia de grupos ligados aos donos do poder econômico, mas é pouco carismático e enfadonho. Terá chances se chegar ao segundo turno e deve crescer na reta final do primeiro turno.

Bolsonaro dizia, na Globonews, “se o teu carro estragar de noite numa BR, tu não gostaria de ter um revólver no porta-luvas do carro para te defender?” O candidato deve pensar que os assaltantes vão continuar roubando carro para pegar o telefone celular. Vão primeiro matar o motorista para depois pegar o revólver. Bolso­naro se tivesse poderes, que não terá, se eleito, transformaria o país num cenário de bang-bang de um faroeste qualquer.

Marina Silva vem navegando tranquila até aqui (e não assusta o “mercado”) com a campa­nha focada em Lula e na possível evolução de Haddad, seu vice, que deverá virar candidato. Mas Lula poderia, uma vez impedido, dar um golpe de mestre em seus opositores, indicando Marina ou Ciro. Antigas pendengas difíceis de contornar devem levar Lula a confirmar Haddad, que entra na disputa com chances, mas vai car­regar o peso da sigla, PT.

Por enquanto, melhor é ouvir quem fala de forma clara, inteligente e compreendida por todos.

Comentários do Facebook