Gestionar, junto aos órgãos, alternativas para as interrupções no fornecimento de energia elétrica e abastecimento de água foi o objetivo de uma audiência pública ocorrida na última segunda-feira (22), na Câmara de Vereadores de Pedras Altas.
O encontro foi proposto após articulação de uma comissão especial para a pauta, criada no Legislativo, composta pelos vereadores Davi Morais (PSDB), Carlos Augusto Rijo (PSDB) e Daniel Moreira (MDB). Também participaram os vereadores Arildo Madruga, Mario Teixeira e Marco Antônio Costa, além do prefeito Bebeto Perdomo, que também expuseram seus posicionamentos e reivindicações ao gerente regional da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Egon Vivian, e ao gestor da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) de Pinheiro Machado, Alhestertolino Oliveira.
Presidida pelo vereador Davi, a audiência teve início com a exposição de motivos que levaram ao encontro. Na oportunidade, o parlamentar expôs o problema de falta de energia que chega a perdurar de três a cinco dias em algumas localidades, causando uma série de transtornos à comunidade. Visando gerar melhorias para o município, o Legislativo se uniu para solicitar respostas quando às redes de alimentação, falta de energia mesmo com clima favorável, localização de um poste da ERS-608 no meio da rodovia, rede com problemas na localidade da Biboca e ainda o desabastecimento da Corsan, que não dispõe de um gerador de energia.
Representando a CEEE, Egon iniciou seu pronunciamento ressaltando que a cidade de Pedras Altas não está esquecida e que algumas solicitações apresentadas pela comissão de vereadores em visita à sede da unidade, em Bagé, já estavam em andamento. Segundo ele, o município é atendido pela subestação de Candiota, localizada ao lado da usina Presidente Médici, de onde partem quatro alimentadores, sendo um que vai para Pedras Altas. Dentro da regional há quatro conjuntos: Bagé 1, Bagé 2, Dom Pedrito e PME (Pinheiro Machado, Candiota e Pedras Altas) – o pior conjunto, que representa maior tempo sem luz e maior quantidade de falta de energia. “Essa informação permite que se trabalhem recursos e investimentos, justificando o que precisa ser feito de obra. Em setembro de 2018, após alguns temporais e a falta de energia de pelo menos três dias em Pedras Altas, começamos a pensar em soluções e elencar os principais pontos a se trabalhar”, relatou o gerente.
PROJETOS – Conforme Egon, uma equipe esteve na região para fazer o levantamento do que seria necessário para a construção de projetos e recursos já foram disponibilizados para a realização das obras. Segundo informou, logo deve ser publicado o edital para a contratação de uma equipe terceirizada, através de um investimento de R$ 33 mil mensais.
“Para Pinheiro Machado e Pedras Altas o ideal seriam quatro equipes de trabalho, mas contamos atualmente com uma e meia. Devido a esta necessidade, a equipe, que acreditamos estar instalada até o mês de julho, permanecerá 24 horas trabalhando em Pedras Altas e melhorando a logística de atendimento, expôs.
Já para a falta de energia, o gerente regional mencionou um projeto de 15km de deslocamento de rede, o que geraria melhorias para as fontes de alimentação. “5km de rede está dentro da vegetação alta (eucaliptos) a partir da saída do alimentador e quando ocorre queda de árvore, caem também postes, que deixam o município desabastecido. 80% da falta de energia é causada por vegetal, mas quando ocorrer a troca da rede, que se trata de uma solução a médio prazo, esse problema irá diminuir”, disse. A obra está orçada e já há o recurso de R$ 800 mil disponível, segundo ele.
Na oportunidade, Egon também apresentou um segundo projeto de deslocamento de rede do interior de campos para a beira da estrada, o que facilitaria a manutenção. Outra alternativa para a falta de energia é uma obra de manobra – medida paliativa utilizando a fonte de energia da cidade de Herval. “Avaliamos uma conexão em uma rede de 80km, que já foi testada por três dias e funcionou. A manobra prevê um regulador de tensão entre os dois municípios que funciona através de comando pelo computador. Em caso de falta de energia, fecha uma chave e segue pela outra em questão de segundos. Para isso só falta verificarmos as formas de comunicação via internet, mas deve ocorrer em até 60 dias”, explana.
Egon ressaltou ainda que os investimentos não têm decorrência política e que se trata de um compromisso com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – em caso de descumprimento, pode correr risco de perda da concessão para a região por não conseguir atender os padrões mínimos de qualidade no fornecimento de energia estabelecidos pela agência reguladora e por isso há essa garantia do investimento.
CORSAN – Com relação aos problemas de abastecimento de água, foi exposta durante a audiência a necessidade de um reservatório maior para a cidade, visto o existente não comportar a população atual, e/ou a instalação de um gerador de energia elétrica para não interromper o fornecimento de água. Também foi lembrada a redução do número de funcionários e as consequências da falta de água.
Representando a Corsan, Alhestertolino escutou as demandas e disse que as reivindicações seriam repassadas para a gerência regional. Ele, porém, lembrou que com relação aos funcionários, uma solicitação já havia sido feita. “O ideal é que haja uma união para que a solicitação desse gerador ganhe força e que seja feito um encaminhamento”, manifestou.
O prefeito Bebeto acompanhou a audiência e se manifestou ao fim, lembrando o sentimento vivido pela comunidade pela falta de energia e, consequentemente, de água. “Vivenciamos um momento tenso com o futuro das nossas estatais, mas temos esperança que as coisas aconteçam. O veículo e a equipe no município vão agilizar muitas questões, assim como outros projetos apresentados e estamos satisfeitos com as respostas durante esse encontro”, afirmou o gestor.