Enriquecimento ilegal de Eduardo Cunha

Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal, a Petrobras pediu para ser assistente de acusação em uma das ações penais que tramitam na Corte contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. No Documento, os advogados da empresa alegam que o deputado “enriqueceu ilegalmente” com valores vindos da empresa e lembram o caso relatado na denúncia feita ao STF. Eduardo Cunha enriqueceu ilegalmente e embolsou pelo menos US$ 5.000.000,00 (cinco milhões de dólares), oriundos da sangria perpetrada por agentes diretores da requerente (Petrobras) e intermediadores financeiros nos dois contratos dos navios-sonda em questão, afirmou a Petrobras no documento.

O documento foi enviado à Corte no dia 21 de junho e tornado público recentemente. No texto, a defesa da empresa recordou ainda que o Ministério Público Federal, novos fatos à denúncia que apresentou ao STF, “evidenciou de maneira irrefutável a forma como o denunciado Eduardo Cunha enriqueceu do esquema de pagamentos de propina com novos recursos da requerente.” Segundo a Petrobras, os danos sofridos são de ordem patrimonial e para a defesa, o próprio MPF,reconheceu estes danos. Em março deste ano, os ministros do STF, por unanimidade, decidiram pela abertura de ação penal contra Eduardo Cunha a ex-deputadas federal e atual prefeita de Rio Bonito, Solange Almeida.

De acordo com o voto do relator, ministro Teori Zavascki, os ministros entenderam que há indícios de que Eduardo Cunha recebeu US$ 5 milhões de propina por um contrato de navios-sondas da Petrobras. Foi dito que houve propina desembolsada para remunerar serviços de Deputado Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara, de quem é um antigo parceiro de negócios. Lúcio Bolonha Funaro também contou que boa parte dos 100 milhões foi transferida, a mando de Eduardo Cunha, a caciques do PMDB e deputados do chamado “centrão”, o que explicaria a eleição de Eduardo Cunha para o comando da Casa. Como delator, Funaro terá de provar o que diz para conseguir a redução da pena. Ele garante ter gravado empresários em parlamentares que visitaram seu escritório em São Paulo para discutir os valores dos contratos e das respectivas propinas. Foi declarado à força-tarefa da Lava-Jato que Eduardo Cunha cobrava propina das empresas interessadas em obter recursos do FI-FGTS, um fundo de investimentos com infraestrutura administrado pela Caixa.

Em cada contrato, Eduardo Cunha embolsava entre 0,3 e 1% do valor total. Na delação de Fábio Cleto foi dito que embolsava valores exorbitantes. Falaram que Cunha também recebeu dinheiro através de propina em operações do FI-FGTS com a OAS e a Odebrecht. Na verdade, a corrupção funcionava a todo o vapor. As ameaças eram fortes; inclusive, “Cunha pode implodir o governo Temer”, disse Funaro numa conversa recente. Pode ser bazófia ou não. Cunha cercado por todos os lados, afirmou que não recebeu recursos ilícitos. “Quero ver provar”. Se ele denunciar a rede de corruptos, muita gente graúda poderá ir para o xadrez. O difícil dessa tramóia seria o envolvimento de figuras que estão por trás nesse esquema de corrupção que enxovalha a nação brasileira. Na verdade, este não é um país sério, tendo em vista tantos ladrões espalhados e acobertados por gente como Eduardo Cunha e sua rede de quadrilheiros.

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