Escolher ainda é possível

Tempos nada fáceis de escrever. Tenho feito pesquisas e lido diversos cronistas para tentar entender o que se passa. Parece-me que eles também querem entender.
Estudo todos os dias. E sei que por mais que o faça, muito pouco sei e saberei de quase tudo. Olho ao meu redor e encontro por todos os lados pessoas que sabem tudo de tudo. Tudo sob o seu olhar, claro.
O que tem de analfabeto político dando opinião definitiva é uma grandeza. Alguns poderão me perguntar: – Quem sabe alguma coisa se todos erraram?
– Sim, muitos erraram. Quem poderia imaginar que, apesar de ter dito todas as barbaridades que já disse, Bolsonaro chegaria ao segundo turno disputando com chances de vencer? Alguns fanáticos, que não eram poucos alguns meses atrás.
Os fanáticos acima citados apoiaram Aécio Neves, quatro anos atrás, e o povo escolheu Dilma. Que dupla. Eu diria que ninguém merece, mas era o que o povo brasileiro tinha a oferecer ao povo brasileiro. Dilma não sabe organizar uma frase, mas foi eleita. Pelo menos seus rompantes não diziam coisa com coisa. Aécio Neves era o honesto da vez, lembra?
Haddad, na ausência de Lula, era previsível como o candidato do campo da esquerda para chegar ao segundo turno, embora fosse mais razoável e racional que o PT entendesse que era hora de se retirar um pouco. Diante das fragilidades do adversário, pode vencer.
O que há de novo para mudar o quadro das pesquisas?
A ausência de Bolsonaro aos debates é uma falta de consideração à sociedade, uma vez que o mesmo parece muito bem para dar entrevistas. A fuga aos debates é estratégica e poderá render votos para Haddad.
O filho de Bolsonaro fazendo ameaças, sem a menor cerimônia, botando terror para cima do judiciário, focando no Supremo Tribunal Federal, deve render mais uns votos para Haddad, que melhorou na pesquisa do Ibope, principalmente se considerarmos que o recado também tem chegado de forma explicita por parte de gente ligada ao exército.
Finalmente, restam apenas dois nomes, Haddad e Bolsonaro. Um oceano de diferenças separa o ex-ministro da Educação do capitão da reserva que se tornou político profissional.

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