MEIO AMBIENTE

Espécies nativas produzidas em viveiro da CRM auxilia recuperação de áreas mineradas em Candiota

Atualmente o viveiro Jerivá, localizado em Candiota, produz uma variedade aproximada de 50 espécies nativas da região

Plantio em área já regenerada, utilizando o método da estaquia Foto: Divulgação CRM/Especial TP

Com o objetivo de atender a alta demanda de plantios para os Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (Prads), elaborados em 2020, das Malhas I, II e Mina de Iruí, o viveiro Jerivá, da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), localizado em Candiota, está aumentando consideravelmente sua produção de mudas.
Construído em 2008 para fornecimento de mudas de espécies nativas para recuperação das áreas mineradas nas décadas de 70 e 80, e também para o fornecimento das necessidades da comunidade, o viveiro atende principalmente o fornecimento de mudas de espécies nativas para o cumprimento dos Prads, pois o plano prevê a formação de ilhas de vegetação arbórea em locais sem cobertura vegetal, com a finalidade de acrescentar exemplares nativos da região, trazendo para a área um banco de sementes de espécies florestais.
Os locais foram explorados pela extração de carvão durante muitos anos e agora estão em processo de recuperação pela Mineradora. As Malhas I e II ainda estão em análise junto a Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (Fepam), e aguardam aprovação para que então as atividades sejam iniciadas.
Ao Tribuna do Pampa, o gerente de Meio Ambiente da CRM, o engenheiro agrônomo Marcel Nunes Fróes, explicou que assim que o plano de recuperação iniciar, a Companhia irá precisar de uma quantidade significativa de mudas. “A previsão é que sejam plantadas aproximadamente 1.200 árvores nativas. Para que isso ocorra, a nossa atividade de produção de mudas precisou iniciar antes para atender a demanda”, explicou.

Plantio em área em processo de recuperação, no qual foram plantados propágulos (jerivás) resgatados próximo ao avanço da mina

Ainda conforme Fróes, atualmente a CRM está minerando nas Malhas IV e VII com o uso de outras técnicas de recuperação de áreas mineradas. “A regeneração acontece concomitante a lavra, todos os materiais são utilizados na recuperação das áreas mineradas, principalmente a terra vegetal e argila vermelha, onde são usados para os plantios de gramíneas e mudas de árvores nativas. Em cada ilha de 100 m² será efetuado o plantio de 25 mudas nativas, levando em consideração um espaçamento médio de 2 x 2 metros entre mudas. Este espaçamento busca proporcionar uma cobertura rápida do solo, restringindo o crescimento de espécies invasoras e criando um micro clima adequado para as espécies com maiores exigências ambientais”, expõe.
Em relação ao tema, o diretor-presidente da CRM, o engenheiro civil Melvis Barrios Junior, disse que está sendo estudado pela diretoria da Companhia, a instalação de um parque fotovoltaico nessas áreas já mineiradas e que necessitam de recuperação ambiental. “Esta solução irá aproveitar as áreas para geração de energia limpa, conciliando atividades econômicas e meio ambiente. Desde de seu início, a CRM em conjunto com os órgãos de controle, busca de acordo com a legislação atual, soluções que atendam os propósitos ambientais e desenvolvimento social, beneficiando a natureza e as populações locais, além de desenvolver cada vez mais a atividade mineira”, adiantou.

Plantio de aproximadamente 300 mudas nativas, formando dois corredores em área lateral à estrada de acesso a mina

ESPÉCIES – Questionado sobre as espécies plantadas no Viveiro Jerivá, Fróes destacou que a seleção de espécies é uma etapa muito importante em programas de recuperação de áreas degradadas que envolvem plantios de mudas nativas, por esta razão foram levados em conta critérios como plantar espécies nativas com ocorrência na região, plantar espécies adaptadas a cada condição de umidade do solo, plantar o maior número possível de espécies para gerar alta diversidade, utilizar combinações de espécies pioneiras e secundárias iniciais de rápido crescimento junto com espécies tardias e climácicas, preferencialmente espécies frutíferas e nectaríferas ou melíferas, assim como aquelas que possam servir de alimento para a fauna, acelerando o processo de reabilitação do local.
Entre as espécies produzidas no viveiro estão Pitangueira, Cerejeira, Timbaúva, Cedro, Corticeira-do-banhado, Aroeira-periquita, Aroeira-vermelha, Araçá, Jerivá, Butiazeiro, Paineira, Açoita-cavalo, Angico-vermelho, Ipê-amarelo, Ipê-roxo e Jacarandá.

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