LUTA CONTRA O CÂNCER

Uma história que estimula a doação de medula óssea

TP conta a história de Giovana Ferreira Londero, em depoimento de sua mãe Amélia, principalmente para mostrar a importância da doação

A biomédica de 28 anos e funcionária de carreira do Ministério da Fazenda, em breve voltará a ter uma vida normal

A biomédica de 28 anos e funcionária de carreira do Ministério da Fazenda, em breve voltará a ter uma vida normal Foto: Arquivo pessoal TP

A família Ferreira Londero comemora ainda de forma comedida o sucesso do transplante de medula óssea que a filha mais velha do casal Erone e Amélia, a Giovana, foi submetida no último dia 12 de junho, em São Paulo.

O prefeito e a primeira-dama e secretária de Administração e Finanças de Hulha Negra, já são calejados na luta contra o câncer. A própria Giovana se curou de um Linfoma de Hodgkin, quando tinha 21 anos. O prefeito Erone também superou um câncer de nasofaringe, entre 2011 e 2012.

O jornal conversou por e-mail com Amélia, que está licenciada da prefeitura e acompanha a maratona do tratamento da filha em São Paulo. Ela relatou toda a trajetória até o transplante, porém pediu que o TP fizesse uma matéria muito mais para incentivar a doação de medula do que propriamente para falar do caso de Giovana em específico. O jornal acatou o pedido e resolveu então unir as duas coisas, pois a história em si é um incentivo a doação.

O DIAGNÓSTICO – Aos 28 anos, formada em Biomedicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e funcionária concursada do Ministério da Fazenda, em Porto Alegre, Giovana recebeu o diagnóstico em outubro do ano passado, que apontou uma Leucemia Linfoide Aguda.
A Leucemia é o câncer das células brancas do sangue (leucócitos) e resulta na produção descontrolada de células imaturas e na diminuição da produção normal de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. O tratamento se resume em quimioterapia e o transplante de medula óssea.

O TRATAMENTO – Segundo Amélia, a jovem se submeteu ao doloroso tratamento quimioterápico em Porto Alegre, durante três longas internações hospitalares, com cerca de 30 dias cada. Neste tempo, emagreceu, perdeu cabelos e passou todos os efeitos que este tipo de intervenção gera. “O tratamento deixa a doença em remissão, mas para obter a cura era necessário o transplante de medula”, assinala Amélia.

ACHAR UM DOADOR – A medula óssea é um tecido esponjoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por ‘tutano’. É na medula que são produzidos os componentes do sangue.Para que se realize um transplante de medula é necessário que haja total compatibilidade entre doador e receptor.

Giovana, Amélia e Erone, felizes durante a Semana do Colono em 2014

Giovana, Amélia e Erone, felizes durante a Semana do Colono em 2014 Foto: Arquivo pessoal

A busca começa na família, onde os irmãos têm 25% de chance de serem compatíveis. No caso de Giovana, os dois irmãos, Marcelo e Maurício, não foram compatíveis. “Assim começamos a busca por outro doador não aparentado, quando a chance de compatibilidade é muito reduzida, sendo que grande parte dos doentes não encontram um doador compatível e acabam morrendo”, explica a primeira-dama hulhanegrense.

SORTE – Se pensarmos em termos de mundo, quando somos mais de 7 bilhões de pessoas, o número de doadores cadastrados ainda é muito baixo. Atualmente são apenas 28 milhões. Contudo, segundo Amélia, Giovana teve sorte, sendo que apenas um destes 28 milhões era compatível com ela. “Trata-se de um jovem alemão, de 27 anos, residente na cidade de Dresden”, conta.

O TRANSPLANTE – No último dia 1º de junho, Giovana foi internada no Hospital São Camilo, na cidade de São Paulo, sendo que no dia 12 de junho o transplante foi realizado.

Após se submeter a um tratamento que destrói a própria medula, o paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Após 16 dias do transplante, para a comemoração de todos, a medula nova de Giovana passou a produzir células sanguíneas, quando no jargão clínico se diz que a medula pegou.

Internada durante todo este período, Giovana recebeu intensos cuidados médicos e de outros profissionais, como fisioterapeuta, nutrólogo, dentista, entre outros. Nesta sexta-feira, 8, ela deu alta do hospital, quando o tratamento evoluiu de maneira satisfatória, não tendo apresentado até agora nenhuma intercorrência grave. Contudo, nos próximos 60 dias, ela terá que continuar na capital paulista, pois precisa realizar diariamente consultas no hospital. “Gostaria de aproveitar para agradecer pelo apoio que temos recebido, desde o diagnóstico até agora, foram milhares de mensagens transmitindo força e fé. Muitas pessoas orando pela recuperação da Giovana. Tudo isso chega até nós e nos conforta”, assinalou Amélia.

 

SEJA UM DOADOR E SALVE VIDAS

Passo a passo para ser doador

* Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá cadastrar-se como doador.
* Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5ml para os testes de compatibilidade.
* Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante.
* Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação.
* Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte.
* A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo.
* O cadastro é feito em um hemocentro, sendo que no Rio Grande do Sul tem nove unidades. Para os residentes na região a sugestão é fazer o cadastro os seguintes locais: Pelotas – Avenida Bento Gonçalves, 4569 – Centro – Fone: (53) 3222-3002 e Porto Alegre – Avenida Bento Gonçalves, 3722 – Bairro Partenon – Fone: (51) 3336-6755

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