POLÍTICA

Ex-prefeito de Pinheiro Machado confia que Câmara derrubará parecer contrário as suas contas

O parecer das contas de 2011 será votado na próxima terça-feira (28) pelo Legislativo

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Luiz Fernando foi cassado em 2011 pela Câmara

Luiz Fernando foi cassado em 2011 pela Câmara Foto: Arquivo TP

O ex-prefeito de Pinhei­ro Machado, Luiz Fernando Leivas (PT), entrou em contato com o TP para falar sobre o processo que está sendo analisado pela Câmara de Vereadores do município, sobre o parecer desfavorável emitido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE­-RS) em relação as suas contas de 2011 – ano em que ele governou até o mês de outubro, quando foi cas­sado pelos vereadores sob a alegação de responder em tempo hábil as solicitações dos parlamentares da época.

Na próxima terça­-feira (28), a atual Câmara irá votar o parecer do TCE­-RS. Para derrubar o pare­cer, o ex-prefeito precisa de no mínimo seis dos nove vo­tos dos vereadores. Também será votado os dois meses das contas de Zé Antônio, atual prefeito, mas que na época era vice e assumiu no lugar de Luiz Fernando. O TCE-RS considerou as contas do período regulares.

Por email, o jornal entrevistou Luiz Fernando. Confira a seguir os princi­pais trechos:

Tribuna do Pampa – O que o senhor tem a dizer sobre o parecer desfavorável do TCE-RS?

Luiz Fernando Leivas – Primeiro respeitamos a aná­lise do TCE, mas vamos interpor recurso judicial, por entendermos que não devem prevalecer a desaprovação do Tribunal, pelo menos em parte, mas é matéria jurídica. Tal recurso está ainda sendo analisado por nossos advo­gados. Porém, independente disso, a Câmara faz o seu julgamento agora. Estamos convencidos que os verea­dores poderão votar a meu favor. Pois as contas dos prefeitos Felipe da Feira e Zé Antônio também receberam parecer desfavorável e na Câmara, foram aprovadas. Faço um apelo para o trata­mento igual dado aos outros prefeitos. Até porque eu terei que ressarcir os cofres públicos. Glosas e multas. E não haverá prejuízo ao erário público, portanto.

TP – Que tipo de apontamen­tos são esses?

Luiz Fernando – São apon­tamentos normais em uma gestão. Tratam principalmen­te de diárias a servidores que viajavam a serviço, e que não tinham prestado contas até então. Esta é uma razão da nossa reclamação via judi­cial, a de que tais despesas já devem ter tido sua devida prestação, pois eram em sua maioria diárias a servidores do quadro. Vamos querer demonstrar tal situação e diminuir as glosas e multas ou excluí-las. Outras, tratam do orçamento, um tema emi­nentemente contábil, onde rubricas das secretarias utili­zadas para gastos com infor­mação de utilidade pública estão sendo confundidas com despesas de publicidade. Por isso queremos discutir tais temas. A interrupção do meu mandato faltando ainda dois meses para finalizar o ano de 2011, não permitiu que eu, enquanto gestor, pudesse re­gularizar tais situações. E na continuidade essas questões não foram sanadas. Eu não tinha mais como agir. Até por isso vamos questionar junto ao Judiciário o valor das multas e glosas.

TP – A cassação de 2011 pode influenciar na votação de terça?

Luiz Fernando – Penso que não. O episódio de 2011 está plenamente superado, tanto jurídica quanto politi­camente. Não há mais o que manifestar de minha parte sobre o assunto. É um fato político que hoje pertence à história e ao seu julgamento. Os vereadores vão agir com independência e bom senso. Não vejo nenhuma relação com este fato passado e o de hoje. Eu não participei mais de atividades políticas em Pinheiro e não guardo ne­nhum rancor contra ninguém. Estou inelegível até 2020, e só poderia concorrer (se fosse) em 2024. Portanto, não existe sequer a possibilidade de que eu seja visto como um adversário político. E creio que nenhum deles tenha algo contra mim. Estou tranquilo e confiante. É um julgamento político e ao meu ver tranqui­lo. Desejo o bem para a nossa cidade, apenas.

TP – O senhor tem direito a 20 minutos em sua defesa. Vai utilizar esse tempo?

Luiz Fernando – Como disse enviei o processo para análise dos meus advogados e estamos tratando disso também. Não vislumbramos num primeiro momento a necessidade da presença deles. Se eu for, devo ir só. É um julgamento político. Se necessário poderia fazer uma defesa ou explicar al­gum ponto ainda aos vere­adores. No final de semana devo me reunir com os ad­vogados para definir nossa posição. Mas estou confiante na posição independente de cada vereador e no tratamen­to igual da Casa, já dado a outros prefeitos, em casos semelhantes.

TP – E o seu futuro político e pessoal?

Luiz Fernando – Na vida e na política só há um cami­nho. Para frente. Eu segui minha vida em Bagé, onde vivo e trabalho. Sou servidor do DAEB. Tenho grande carinho por esta cidade. É o povo de Bagé quem paga meu salário. Nós temos que participar aonde vivemos. Eu transferi meu título para Bagé. Voto aqui agora. Não tenho mais a pretensão de candidatar-me a cargo eleti­vo. Alcancei um sonho que foi ser prefeito da minha cidade. Fizemos boas ações. Vou continuar na militância política. Estou fazendo um pós-graduação (concluo no final do ano) e preparando­-me para um mestrado em 2019. Penso em ser pro­fessor universitário. É um sonho. Vou em busca desse sonho agora.

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