SAÚDE

Executivo justifica falta de fiscalização sanitária em Pinheiro Machado

Com funcionário respondendo sindicância por não comparecimento ao trabalho, o serviço não estava sendo realizado

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Cerca de uma tonelada de carne sem procedência foi apreendida Foto: Polícia Civil/Decrab/Especial TP

Desde a última quinta­-feira (1º), a comu­nidade pinheirense voltou-se para um problema recorrente no município. Um misto de indignação e preocupação tomou conta da população após o resultado da Operação Clandestinos, coordenada pela Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abige­ato (Decrab) de Bagé.

Na ação, decorrente de investigação após inúme­ras denúncias dando conta de que estabelecimentos comerciais estariam venden­do carne sem procedência e oriunda de abatedouros clan­destinos, cinco empresários foram presos e aproximada­mente uma tonelada de carne imprópria para consumo humano apreendida. Além disso, produtos alimentícios vencidos há dois anos e uma arma com numeração suprimida foram recolhidos durante a operação.“É uma falta de respeito e cuidado com os consumidores que ao ingerirem uma carne dessas e alimento vencido podem adquirir doenças”, publicou uma moradora em sua rede social.

O delegado André Mendes coordenou a Operação Clandestinos Foto: Gislene Farion TP

CONTINUIDADE Em conversa com o TP, o de­legado André Mendes ex­plicou que a demanda da investigação surgiu a partir de diversas frentes. “Uma delas foi o Ministério Pú­blico que é nosso parceiro em tantas outras operações. Nesta primeira ação, sete estabelecimentos comerciais foram vistoriados pela Polí­cia Civil e em cinco deles encontramos irregularidades – resultando nas prisões e na apreensão dos produtos”. Mendes coordenou a Opera­ção Clandestinos junto com o delegado Cristiano Ritta.

Segundo informou, diante das investigações e desta primeira apreensão, Pinheiro Machado contará com um olhar mais atento das autoridades policiais e novas vistorias em breve. “Esta foi apenas a primeira etapa de um serviço que será permanente no município, justamente pela carência de efetiva fiscalização”, alertou.

O prefeito Zé Antônio comentou o caso
com o jornal Tribuna do Pampa Foto: Roberto Witter/Especial TP

FISCALIZAÇÃO No dia seguinte ao ocorrido, o jornal Tribuna do Pampa entrou em contato com o prefeito Zé Antônio para comentar o caso. De acordo com a Polícia Civil, a ação da De­crab é consequência da falta de fiscalização sanitária no município.

“Entendo que em muito boa hora o Ministério Público pediu essa operação porque nós não estamos con­seguindo realizar o serviço realmente. Estamos com uma sindicância em aberto contra o fiscal do município por não comparecimento ao trabalho e ainda aguardamos o resultado que deve acabar em uma de­missão – não tem como e nem porque manter um funcionário que não presta o serviço. Do mesmo modo,ainda não podemos fazer a substituição enquanto não acabar o proces­so”, explicou o gestor. Segun­do informou, até o funcionário começar a faltar, a inspeção era realizada periodicamente no comércio local. A sindicân­cia foi aberta há cerca de 60 dias.

Questionado sobre a polêmica substituição do vigilante sanitário anterior – que tem sido lembrada nas redes sociais por até meados de julho de 2017 fazer a fiscalização de for­ma bastante efetiva, Zé Antônio justificou tratar­-se de cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). “Na época eu firmei um TAC com a Promotoria onde me comprometi a não criar mais cargos em des­vio de função e começar a regularizar a situação. Com a substituição, ainda assim ficamos com um fiscal sanitário em desvio de função, mas que pelo menos já fazia parte do setor administrativo da Se­cretaria de Saúde e Ação Social”, disse o prefeito.

NOVO FISCAL Assim que o resultado da sin­dicância sair para que o Executivo tome as devidas providências, Zé Antônio lembrou a reportagem que um dos projetos que aguarda vota­ção na Câmara de Vereadores pode, finalmente, legalizar a situação do vigilante sanitário em Pinheiro Machado. “Um fiscal da vigilância sanitária está entre os profissionais que estamos buscando. Por isso pedimos urgência nessa votação para que consigamos providenciar logo o processo seletivo e voltar a prestar esse serviço”, lembrou ele. O pro­jeto que o prefeito se refere é o de nº 31, de 15 de outubro de 2017, que autoriza a contrata­ção de profissionais na área da saúde e que ainda aguarda o parecer das comissões.

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