Nesta edição, a Feira e Festa Estadual da Ovelha (Feovelha) completou 35 anos de um casamento perfeito com a ovinocultura. São 35 anos consecutivos em que o Sindicato Rural de Pinheiro Machado promove o evento que oferta qualidade e genética melhoradora para os produtores.
De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), no total, foram comercializados 1.650 ovinos em três dias de feira. Na edição de 2018, foram comercializados 2.340 – 590 animais a mais que a edição atual.
Com a realização do Rematão, que obteve média de R$ 291,54 e venda de 1.512 animais, grandes expectativas foram projetadas e realmente confirmadas com os resultados finais. A média geral por animal foi de R$ 465,99 – um total de 42% a mais em relação à última edição. O faturamento total registrou R$ 768.885 em vendas.
A raça Ideal obteve a maior média, R$ 2.844,58 com 48 animais e a maior quantidade de exemplares à venda. A raça Corriedale registrou R$ 2.293,65 com 26 animais. O animal mais valorizado da feira foi vendido pelo criador Flor Amaral, da cidade de Chuí, um carneiro da raça Ideal PO – R$ 5.850 – adquirido pelo criador Antônio Bedinote, da cidade de Itaqui.
Para o presidente do Sindicato Rural de Pinheiro Machado, Gabriel Camacho, os números provam que a Feovelha é uma feira de resultados. “Foi uma edição muito importante. Completar 35 anos é um sinal de reconhecimento. O mercado ainda não apresentou sinais de recuperação, mas a Feovelha novamente é sinônimo de bons negócios e sempre surpreende com a qualidade e a liquidez de oferta a cada edição”, disse.
ABERTURA – Comprovando o seu prestígio, a abertura oficial da 35ª edição da Feovelha contou com a presença de autoridades e representantes das mais diversas entidades do agronegócio. O novo momento político, após o início do trabalho do presidente Jair Bolsonaro, foi o destaque do discurso de Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). “Nosso presidente fará o agronegócio brasileiro ser referência e as transformações e a tecnologia são necessárias para enfrentar estes desafios. O agronegócio não é apenas uma solução para o brasileiro, mas também para o mundo”, disse.
Para Paulo Schwab, presidente da Arco, a Feovelha sempre será lembrada com carinho. “A partir desta edição retornarei a Pinheiro Machado para rever os amigos que conquistei, estarei aqui porque me sinto em casa. Estou me despedindo como presidente, mas continuarei como produtor prestigiando o evento”.
O anfitrião Gabriel Camacho, presidente do Sindicato Rural, aproveitou o momento para reforçar a importância das forças políticas para a continuação da Feovelha nos próximos anos. “Não posso afirmar que estarei à frente do evento na próxima edição, mas preciso da ajuda de todos para que as futuras edições continuem sendo referência na ovinocultura dentro do nosso Estado”, declarou.
Para o prefeito Zé Antônio, a feira se manter 35 anos ininterruptos no mercado é o reflexo da importância constante da ovinocultura. “Os tempos vão passando, as dificuldades vêm, mas a ovinocultura supera tudo por ser uma atividade que, desde o início das civilizações, já começou a ser encaminhada. Nós precisamos entender que as mudanças vão acontecer, mas a ovelha vai continuar tendo a mesma importância que tem”, pontuou.
Ainda esteve presente no ato, representando o governador Eduardo Leite, o secretário de Educação do Rio Grande do Sul, Faisal Karam; o Deputado Federal Marco Marchand; o Deputado Estadual Fábio Branco; o prefeito de Pedras Altas, Bebeto Perdomo; o vice-prefeito de Pinheiro Machado, Jackson Cabral; e o presidente da Câmara de Vereadores, Mateus Garcia.
Rematão teve média geral superior que a da edição anterior
Na sexta-feira (25), o tradicional Rematão, carro-chefe da Feira e Festa Estadual da Ovelha (Feovelha), contou com uma comercialização fantástica – conforme avaliação do presidente do Sindicato Rural de Pinheiro Machado, Gabriel Camacho.
Às 20h15min, Luiz Fernando Simoni, titular da Pioneiro Remates, encerrou o primeiro dia de comercializações com exatamente 100% de vendas. “Já tínhamos expectativas positivas, mas com o fechamento dos lançamentos ficamos muito satisfeitos com o resultado final”, comentou Gabriel.
Para esta edição, a previsão inicial da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) era de 2,2 mil exemplares para venda durante o Rematão, mas o número chegou a 1.512 animais devido às chuvas que atingiram o Estado e que acabaram dificultando os transportes de alguns criadores para a Feovelha.
Ainda durante a abertura oficial, o sentimento era de confiança com relação às médias – o que veio a se concretizar no início da noite. Na edição anterior, foram vendidos 2.131 ovinos e a média final foi de R$ 209,64 por animal. De acordo com os organizadores, a 35ª feira trouxe ótimos negócios aos compradores e vendedores.
A média final voltou novamente a superar o ano anterior, algo que só não aconteceu em 2018, durante a crise financeira que atingiu diversos segmentos da economia brasileira. Nos últimos anos, o Rematão foi o termômetro dos negócios e sempre superou sua edição anterior. Foi assim em 2015 (R$ 188,52), 2016 (R$ 204,39), 2017 (R$ 234,30) – um ciclo que somente se rompeu em 2018 (R$ 209,64).
Com isso, a Feovelha de 2019 encerrou o primeiro dia de feira comercializando R$ 440.820, média final de R$ 291,54 por animal e um incremento de 40% em relação ao ano de 2018. Entre as categorias, a raça mais valorizada foi a Ideal, com média de R$ 435,53 e venda de 85 exemplares.
Em novo formato, programação é voltada especialmente ao produtor
O dia começou cedo para os ovinocultores que participaram da 35ª Feira e Festa Estadual da Ovelha (Feovelha) no Parque Charrua de Pinheiro Machado. Após a chegada de todos os animais no primeiro dia do evento, na sexta-feira (25) a programação contou com reuniões, palestras e exposições.
No sábado (26), o concurso de borregas e de artesanato, ambos promovidos pela Emater, além de remates de todas as raças fizeram parte das atividades. Em formato mais enxuto desde a última edição, adequando-se a um novo cenário econômico, o alvo da Feovelha tem se voltado especialmente ao produtor – que continua marcando presença e exaltando o evento.
Para expor os animais, os produtores se atentam aos cuidados assim que o dia clareia. Naquela manhã, a reportagem do Tribuna do Pampa parece que já chegou tarde ao Parque Charrua – o relógio marcava 7h e encontramos o cabanheiro Aparício Nunes já cuidando dos animais e recusando de forma muito bem-humorada o chimarrão, porque “já passou da hora do mate faz tempo”.
Entre uma conversa e outra, o momento era de atenção total aos ovinos trazidos da Cabanha Coxilha Verde, do município de São Sepé, para participar da exposição da Feovelha. Conforme comentava enquanto não tirava os olhos da função, é importante que os animais estejam bem alimentados, hidratados e ainda seja feita a última preparação da lã para serem julgados.
SENAR – Ainda na sexta-feira (25), uma reunião da Regional 7 – composta pelos sindicatos de Pinheiro Machado, Pedras Altas, Herval, Piratini, São Lourenço do Sul, Pelotas, Capão do Leão, Canguçu, Arroio Grande, Cerrito, Santa Vitória do Palmar, Rio Grande, Jaguarão e Pedro Osório – e oficinas técnicas promovidas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar RS) fizeram parte da programação.
De acordo com a instrutora Marina de Vasconcellos, que ministrou a oficina sobre Terminação de Cordeiro, é fundamental possibilitar que as pessoas “aprendam fazendo”, ou seja, a partir de atividades práticas. “Durante a Feovelha, convidamos o público a fazer avaliação de condição corporal. É uma avaliação subjetiva, feita com a palpação das vértebras lombares dos ovinos, e que permite verificar quanto de carne e gordura têm esses animais”, explicou.
EMATER – Presente nesses 35 anos de Feovelha, a Emater continua atenta às atividades ligadas ao artesanato e aos pequenos produtores de ovinos. Conforme contou o chefe do escritório da Emater de Pinheiro Machado, Rafael Lopes, o 14º Concurso Municipal de Borregas Dois Dentes tem sido um momento importante do evento. “É um trabalho de melhoramento genético e isso incentiva os pequenos produtores que têm uma amostra muito significativa de ovinos, embora não tenham seu rebanho reconhecido pela Arco”, destacou.
Além disso, apesar de todas as reformulações desde a edição anterior, os artesãos têm espaço garantido em um dos pavilhões do Parque Charrua. Nesta edição, segundo informações da própria Emater, 10 expositores vieram de diversos municípios especialmente para a Feovelha. O TP conversou com a artesã Maria Helena Fagundes, de Caçapava do Sul, que mais uma vez marca presença na Feovelha com a Lenart – tecelagem em tear. “Há 11 anos eu tenho me dedicado exclusivamente ao artesanato e venho expor aqui. Tecer e tingir para criar minhas peças faz parte da minha maior realização como pessoa”, comentou.
Segundo ela, o novo formato da feira tem trazido resultados positivos. Conforme contou, a atenção voltada aos artesãos por parte da organização do evento é uma motivação para retornar. “Noto que os expositores vêm sendo mais reconhecidos por aqui e o acesso ao pavilhão tem ficado mais flexível, o que facilita o nosso trabalho e organização. Muitos já se conhecem de anos pela participação na feira, então vamos embora com a certeza do reencontro na próxima edição”, pontuou.