PINHEIRO MACHADO

Feovelha de 2019 encerra com faturamento de R$ 768 mil

A expectativa da organização, da valorização da comercialização de ovinos, foi confirmada

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A Feovelha novamente é sinônimo de bons negócios

Nesta edição, a Feira e Festa Estadual da Ovelha (Feovelha) completou 35 anos de um casamento perfeito com a ovinocultura. São 35 anos consecutivos em que o Sin­dicato Rural de Pinheiro Machado promove o evento que oferta qualidade e ge­nética melhoradora para os produtores.

De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), no total, foram comerciali­zados 1.650 ovinos em três dias de feira. Na edição de 2018, foram comercializa­dos 2.340 – 590 animais a mais que a edição atual.

Com a realização do Rematão, que obteve média de R$ 291,54 e venda de 1.512 animais, grandes ex­pectativas foram projetadas e realmente confirmadas com os resultados finais. A média geral por animal foi de R$ 465,99 – um total de 42% a mais em relação à última edição. O faturamento total registrou R$ 768.885 em vendas.

A raça Ideal obteve a maior média, R$ 2.844,58 com 48 animais e a maior quantidade de exemplares à venda. A raça Corriedale registrou R$ 2.293,65 com 26 animais. O animal mais valorizado da feira foi ven­dido pelo criador Flor Ama­ral, da cidade de Chuí, um carneiro da raça Ideal PO – R$ 5.850 – adquirido pelo criador Antônio Bedinote, da cidade de Itaqui.

Para o presidente do Sindicato Rural de Pinheiro Machado, Gabriel Camacho, os números provam que a Feovelha é uma feira de resultados. “Foi uma edi­ção muito importante. Com­pletar 35 anos é um sinal de reconhecimento. O mercado ainda não apresentou si­nais de recuperação, mas a Feovelha novamente é sinônimo de bons negócios e sempre surpreende com a qualidade e a liquidez de oferta a cada edição”, disse.

Autoridades estiveram presentes na cerimônia de abertura

ABERTURA – Comprovan­do o seu prestígio, a aber­tura oficial da 35ª edição da Feovelha contou com a presença de autoridades e representantes das mais diversas entidades do agro­negócio. O novo momento político, após o início do trabalho do presidente Jair Bolsonaro, foi o destaque do discurso de Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). “Nosso pre­sidente fará o agronegócio brasileiro ser referência e as transformações e a tec­nologia são necessárias para enfrentar estes desafios. O agronegócio não é apenas uma solução para o brasi­leiro, mas também para o mundo”, disse.

Para Paulo Schwab, presidente da Arco, a Feo­velha sempre será lembrada com carinho. “A partir desta edição retornarei a Pinheiro Machado para rever os ami­gos que conquistei, estarei aqui porque me sinto em casa. Estou me despedin­do como presidente, mas continuarei como produtor prestigiando o evento”.

O anfitrião Gabriel Camacho, presidente do Sindicato Rural, aproveitou o momento para reforçar a importância das forças políticas para a continuação da Feovelha nos próximos anos. “Não posso afirmar que estarei à frente do even­to na próxima edição, mas preciso da ajuda de todos para que as futuras edições continuem sendo referência na ovinocultura dentro do nosso Estado”, declarou.

Para o prefeito Zé Antônio, a feira se manter 35 anos ininterruptos no mercado é o reflexo da importância constante da ovinocultura. “Os tempos vão passando, as dificulda­des vêm, mas a ovinocultura supera tudo por ser uma atividade que, desde o início das civilizações, já come­çou a ser encaminhada. Nós precisamos entender que as mudanças vão acontecer, mas a ovelha vai continuar tendo a mesma importância que tem”, pontuou.

Ainda esteve presen­te no ato, representando o governador Eduardo Leite, o secretário de Educação do Rio Grande do Sul, Faisal Karam; o Deputado Federal Marco Marchand; o Deputado Estadual Fábio Branco; o prefeito de Pedras Altas, Bebeto Perdomo; o vice-prefeito de Pinheiro Machado, Jackson Cabral; e o presidente da Câmara de Vereadores, Mateus Garcia.

Rematão teve média geral superior que a da edição anterior

Na sexta-feira (25), o tradicional Rematão, carro­-chefe da Feira e Festa Estadual da Ovelha (Feovelha), contou com uma comercia­lização fantástica – conforme avaliação do presidente do Sindicato Rural de Pinheiro Machado, Gabriel Camacho.

Às 20h15min, Luiz Fernando Simoni, titular da Pioneiro Remates, encerrou o primeiro dia de comercia­lizações com exatamente 100% de vendas. “Já tínha­mos expectativas positivas, mas com o fechamento dos lançamentos ficamos muito satisfeitos com o resultado final”, comentou Gabriel.

Mais uma vez o público marcou presença no pavilhão

Para esta edição, a previsão inicial da Associa­ção Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) era de 2,2 mil exemplares para ven­da durante o Rematão, mas o número chegou a 1.512 animais devido às chuvas que atingiram o Estado e que acabaram dificultando os transportes de alguns criadores para a Feovelha.

Ainda durante a aber­tura oficial, o sentimento era de confiança com relação às médias – o que veio a se concretizar no início da noi­te. Na edição anterior, foram vendidos 2.131 ovinos e a média final foi de R$ 209,64 por animal. De acordo com os organizadores, a 35ª feira trouxe ótimos negócios aos compradores e vendedo­res.

A média final voltou novamente a superar o ano anterior, algo que só não aconteceu em 2018, du­rante a crise financeira que atingiu diversos segmentos da economia brasileira. Nos últimos anos, o Rematão foi o termômetro dos negócios e sempre superou sua edi­ção anterior. Foi assim em 2015 (R$ 188,52), 2016 (R$ 204,39), 2017 (R$ 234,30) – um ciclo que somente se rompeu em 2018 (R$ 209,64).

Com isso, a Feovelha de 2019 encerrou o primeiro dia de feira comercializando R$ 440.820, média final de R$ 291,54 por animal e um incremento de 40% em re­lação ao ano de 2018. Entre as categorias, a raça mais valorizada foi a Ideal, com média de R$ 435,53 e venda de 85 exemplares.

Em novo formato, programação é voltada especialmente ao produtor

O dia começou cedo para os ovinocultores que participaram da 35ª Feira e Festa Estadual da Ovelha (Feovelha) no Parque Char­rua de Pinheiro Machado. Após a chegada de todos os animais no primeiro dia do evento, na sexta-feira (25) a programação contou com reuniões, palestras e exposições.

No sábado (26), o concurso de borregas e de artesanato, ambos promo­vidos pela Emater, além de remates de todas as raças fizeram parte das atividades. Em formato mais en­xuto desde a última edição, adequando-se a um novo cenário econômico, o alvo da Feovelha tem se voltado especialmente ao produtor – que continua marcando pre­sença e exaltando o evento.

Para expor os ani­mais, os produtores se aten­tam aos cuidados assim que o dia clareia. Naquela manhã, a reportagem do Tribuna do Pampa pare­ce que já chegou tarde ao Parque Charrua – o relógio marcava 7h e encontramos o cabanheiro Aparício Nu­nes já cuidando dos animais e recusando de forma muito bem-humorada o chimar­rão, porque “já passou da hora do mate faz tempo”.

Detalhes são ajustados para que os animais participem do julgamento

Entre uma conversa e outra, o momento era de atenção total aos ovinos trazidos da Cabanha Coxi­lha Verde, do município de São Sepé, para participar da exposição da Feovelha. Conforme comentava en­quanto não tirava os olhos da função, é importante que os animais estejam bem alimentados, hidratados e ainda seja feita a última preparação da lã para serem julgados.

SENAR – Ainda na sexta­-feira (25), uma reunião da Regional 7 – composta pelos sindicatos de Pinhei­ro Machado, Pedras Al­tas, Herval, Piratini, São Lourenço do Sul, Pelotas, Capão do Leão, Canguçu, Arroio Grande, Cerrito, Santa Vitória do Palmar, Rio Grande, Jaguarão e Pedro Osório – e oficinas técnicas promovidas pelo Serviço Nacional de Apren­dizagem Rural (Senar RS) fizeram parte da progra­mação.

O Senar promove atividades práticas para o público da feira

De acordo com a instrutora Marina de Vas­concellos, que ministrou a oficina sobre Terminação de Cordeiro, é fundamental possibilitar que as pessoas “aprendam fazendo”, ou seja, a partir de atividades práticas. “Durante a Feove­lha, convidamos o público a fazer avaliação de condição corporal. É uma avaliação subjetiva, feita com a palpa­ção das vértebras lombares dos ovinos, e que permite verificar quanto de carne e gordura têm esses animais”, explicou.

EMATER – Presente nesses 35 anos de Feovelha, a Emater continua atenta às atividades ligadas ao artesa­nato e aos pequenos produ­tores de ovinos. Conforme contou o chefe do escritó­rio da Emater de Pinheiro Machado, Rafael Lopes, o 14º Concurso Municipal de Borregas Dois Dentes tem sido um momento im­portante do evento. “É um trabalho de melhoramento genético e isso incentiva os pequenos produtores que têm uma amostra mui­to significativa de ovinos, embora não tenham seu rebanho reconhecido pela Arco”, destacou.

Além disso, apesar de todas as reformulações desde a edição anterior, os artesãos têm espaço garan­tido em um dos pavilhões do Parque Charrua. Nesta edição, segundo informa­ções da própria Emater, 10 expositores vieram de diversos municípios espe­cialmente para a Feovelha. O TP conversou com a artesã Maria Helena Fagundes, de Caçapava do Sul, que mais uma vez marca presença na Feovelha com a Lenart – tecelagem em tear. “Há 11 anos eu tenho me dedicado exclu­sivamente ao artesanato e venho expor aqui. Tecer e tingir para criar minhas peças faz parte da minha maior realização como pes­soa”, comentou.

A artesã de Caçapava do Sul expõe seus trabalhos há 11 anos

Segundo ela, o novo formato da feira tem trazido resultados positivos. Conforme contou, a atenção voltada aos artesãos por parte da organização do evento é uma motivação para retornar. “Noto que os expositores vêm sendo mais reconhecidos por aqui e o acesso ao pavilhão tem ficado mais flexível, o que facilita o nosso trabalho e organização. Muitos já se conhecem de anos pela participação na feira, en­tão vamos embora com a certeza do reencontro na próxima edição”, pontuou.

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