Futebol e obesidade

De vez em quando, dedico algumas linhas ao futebol, que talvez ainda seja uma das coisas importantes no país. Quase sempre acerto meus prognósticos. Algumas vezes erro. Pode ser que um dos times da dupla Grenal ganhe a Libertadores. Com os dois participando as chances aumentam. Pode acontecer. Assim como o Internacional ser campeão brasileiro, fará quarenta anos que não ganha este ano. Tudo pode, porém, não é provável.
No mundo globalizado em que vivemos, e com as regras atuais, os canais de esportes oferecem jogos dos grandes times europeus, Real Madrid, Barcelona, Juventus, Bayern de Munique, Manchester City, seleções de jogadores oriundos de todos os continentes do planeta. Por aqui, na América do Sul, no Brasil, jogadores argentinos ou uruguaios são contratados como reforços e nem cotados são para jogarem na seleção de seus países. O uruguaio Arrascaeta, que nem titular absoluto é da seleção do Uruguai, foi contratado pelo Flamengo com estardalhaço de jogador de primeira linha em nível planetário.
Não é por acaso que em quatro dos últimos dez anos, o campeão da Libertadores não conseguiu disputar a final do mundial de clubes da FIFA.
Para o velho Gauchão, os grandes fazem de conta que não estão nem aí. Jogam seguidamente com times “alternativos”. Parece que a melhor coisa que existe para um torcedor da dupla não é mais ganhar o Grenal.
Em tempos de domínio do telefone celular, os jovens pouco se interessam por esportes que exigem esforço físico. Observo que as rivalidades locais e regionais estão desaparecendo. Hulha Negra e Candiota não fazem mais um clássico. Nem lembro, desde quando? Houve um tempo em que Bagé rivalizava com Pelotas e Rio Grande. Era questão de honra vencer no futebol. Outros tempos, nos quais o esporte e as rivalidades locais tinham mais importância.
Não por acaso, estudo liderado pelo Imperial College de Londres e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2016, mostra que número de crianças e adolescentes obesos aumenta dez vezes em 40 anos. No Brasil, em 2016, 12,7% dos meninos e 9,4% das meninas estavam obesos.
Parece-me que as autoridades, em parceria com outros entes da sociedade, devem se mobilizar no incentivo à prática esportiva. Neste sentido, é muito importante que os pais assumam o papel de protagonistas. Segundo Albert Schweitzer, teólogo, músico, filósofo e médico, “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única”.

Comentários do Facebook