DIA DO PROFESSOR

Gente que ama o que faz: professores da região falam sobre a nobre função

Nesta última quinta-feira (15) foi comemorado o Dia do Professor. Desta vez, buscando dar voz a quem dedica a vida para ensinar, o TP procurou representantes da categoria pelos quatro municípios de cobertura do jornal impresso. A intenção, como forma de homenagem, é fazer com que fique registrado o divisor de águas a partir do momento que decidiram seguir uma profissão tão nobre quanto essa. Com os depoimentos recebidos, a reportagem teve ainda mais certeza que estamos todos diante de heróis – gente como a gente, mas com um diferencial muito especial: eles enfrentam dificuldades e superam todos os obstáculos por nós; amam e acreditam no que fazem porque encontraram a razão principal durante a caminhada: contribuir com a evolução do ser humano e também com a sua – entendendo que essa troca entre professor e aluno vale muito.


“Eu sempre quis ser professora, desde criança esse era o meu sonho. Essa profissão traz muita satisfação e alegria, ainda mais quando encontramos ex-alunos desempenhando atividades profissionais nas mais diversas áreas, cidadãos de bem, nos dando a certeza do dever cumprido. A principal dificuldade é a desvalorização dos professores pelos nossos governantes, mas é a minha realização pessoal ser professora na escola que estudei e atualmente ocupo o cargo de diretora. Isso me possibilita desenvolver projetos que levem o aluno a fazer parte do processo de aprendizagem, sentindo prazer em estar na escola”.

Cândida Silveira – Escola Professora Dalva Conceição Medeiros, em Hulha Negra

“Decidi ser professora desde que comecei a estudar, sempre gostei de ler e fazer atividades. Deve ser porque na metade da 1° série tive hepatite e não podia ir para escola, então meus irmãos levavam meu caderno e a professora passava as atividades para eu fazer em casa – onde terminei de me alfabetizar. Faço de tudo um pouco, mas não me vejo em outra profissão. Amo o que faço e principalmente o carinho que recebo dos meus alunos. Afetividade é tudo! Estamos sempre em busca de algo melhor e, mesmo durante a pandemia onde precisamos nos adaptar às aulas on-line, não fazemos nada de qualquer jeito. Buscamos estar sempre nos atualizando e atendendo as necessidades de nossos alunos, sinto muita satisfação a cada conquista/aprendizagem e ver ex-alunos pessoas de caráter e trabalhadoras. Quando passam na rua e me reconhecem é muito bom, mesmo às vezes não me lembrando o nome”.
Suélen Leitzke – Escola Monteiro Lobato, em Hulha Negra

“Decidi ser professora quando era muito pequena. Brincava com livros e cadernos escritos pela minha família, eu adorava imaginar o que seria aquelas letras, o que representavam as frases e as figuras antes mesmo de aprender a escrever e ler, pois me encantava os números, os códigos e o que teria por trás de tantas letras. Como em qualquer profissão, encontramos várias dificuldades, mas são superadas ao ver, ao sentir nossos alunos com brilho nos olhos por terem conseguido realizar a tarefa, por terem aprendido a lição, por terem compreendido o cálculo e descoberto outra maneira de realizar que ninguém até então teria feito. Hoje, com 15 anos de profissão, sei que ser professora é além de compartilhar conhecimentos, propagar informações, ajudar o outro crescer e indicar caminhos, é criar vínculos e saber interpretar olhares, é ser um pouco mãe, pai, médico… Ser professor é, acima de tudo, eternirzar-se em cada ser que educa”.

Nereida Duarte – Escola Assis Brasil, em Pedras Altas

“Eu decidi ser professora quando, aos dezessete anos, cursando o 3° ano do 2° grau (atual Ensino Médio) ouvi o carro de som anunciar o vestibular de Pedagogia da UCPel – extensão Pinheiro Machado, pois vi ali, provavelmente a única oportunidade de fazer um curso superior. Posso dizer que não escolhi essa carreira, mas sim a Pedagogia se mostrou para mim a perspectiva de um futuro melhor, com uma profissão reconhecida. Não poderia ter escolhido melhor curso, pois a satisfação de trabalhar com crianças, fazer parte da vida delas, conquistar sua amizade, carinho, respeito e ver em seu olhar a cumplicidade, é a garantia do dever cumprido. Dos alunos e de seus familiares tenho tido o maior reconhecimento e mais cara gratificação”.

Adriane Wollmann – Escola Santa Izabel, em Candiota

“Precisar o momento em que decidi ser professora é bem complexo, pois quando ingressei na Graduação de Licenciatura em Química, tinha a intenção de trocar de curso ao decorrer do semestre, mas diversas situações foram acontecendo e distanciaram esse desejo inicial, surgiram oportunidades de integrar projetos vinculados ao ensino, como é o caso do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Cito esse projeto especificamente, pois sinto que foi o divisor de águas na escolha da minha profissão, pois quando percebi já estava no caminho da docência. Ele, possibilitou enxergar a sala de aula e o ambiente escolar como um todo, cheio de possibilidades de construção coletiva de conhecimento, vários sujeitos com as suas histórias. A profissão apresenta inúmeras possibilidades, dentre elas a de transformar as pessoas pela educação e despertar nos alunos o senso crítico e a acreditar nos seus sonhos. É muito gratificante saber, que de alguma forma se colaborou para que o aluno tenha uma qualidade de vida melhor. Entendo que ser professora também é um trabalho social, pois professor e aluno aprendem juntos, as relações dialógicas vão muito além do que ensinar um conteúdo específico, é o encontro entre pessoas”.
Suélen Funari – Escola Francisco Assis Rosa de Oliveira, em Candiota


“Sou professora há 20 anos, uma profissão a qual me orgulho muito e tenho muita alegria por ter sido essa a minha escolha. Acho que essa decisão nasceu comigo, porque desde de criança eu me via ensinando, a minha brincadeira favorita era dar aula. Associo isso a uma missão e acredito que eu tenha nascido com ela. A minha decisão de ser professora veio desde o momento que eu entendi o quanto é lindo ensinar algo a alguém. Acredito que isso é um privilégio para poucos – poder trocar conhecimento, ensinar e aprender todos os dias. Ser professor representa ter a certeza de que nós fazemos parte de vidas e histórias diferentes, de que nós temos importância para os nossos alunos. Ser professor representa a mudança e a transformação, que muitas vezes passa despercebida até mesmo por nós, mas em algum momento a vida nos traz como um presente um ex-aluno que lembra, que nos encontra e nos dá um abraço e diz que seguiu tal caminho pela nossa influência. Acredito que essa profissão nos dá o privilégio de ser alguém que vai transformar, que tem nas suas mãos condições de ensinar e de aprender. O que vivemos dentro da sala de aula é uma constante troca e aprendizado”.

Cristiane da Rosa – Colégio Hipólito Ribeiro, em Pinheiro Machado

“Ser professora aconteceu tão naturalmente, sem que eu percebesse, pois desde pequena adorava fazer de conta que era professora, um pedaço de giz era uma realização. Quando fiquei maiorzinha comecei a dar aulas particulares e cada vez aprendia mais e consequentemente gostava mais do que fazia. Antes era muito difícil especializar-se, pois eram cinco jornadas presenciais semanais, acessos à bolsa eram raros, de modo que eu trabalhando 20 horas, mal dava para pagar a faculdade. Meus trabalhos conclusivos foram datilografados por mim, em uma máquina de escrever, dificílimo, pois quando se errava como apagar? Mas com dificuldades e muita força de vontade fiz duas especializações e pós-graduação. Gosto tanto do que faço que esqueço por vezes as muitas dificuldades que temos, como a falta de valorização, cada vez que vejo um aluno postando nas redes sociais suas conquistas aí vejo que valeu a pena, que eu nasci para isto, que as dificuldades são pequenas. Sempre digo – e alguns acham que é demagogia, mas meu trabalho é meu lazer, tudo que faço é com amor e sou muito crítica comigo mesmo, sempre acho que poderia ter feito melhor. Hoje recebi um vídeo de um aluno do primeiro ano lendo e foi indescritível a emoção, pois nestes tempos de pandemia tu constatar que o processo está correndo naturalmente te enche de esperança!”

Márcia Pacheco – Escola Senador José Ermírio de Moraes, em Pinheiro Machado

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