DA REGIÃO

Igor Cougo: do Rio Grande do Sul para os palcos de Santa Catarina

Igor Cougo reside em Santa Catarina e mescla a cultura gaúcha em parte de suas composições Foto: Divulgação TP

Bageense por naturalidade e candiotense de coração, o músico e operador de usina térmica, Igor de Oliveira Cougo, ganhou os palcos e o carinho da população de Santa Catarina. Re­sidindo atualmente na cidade de Tubarão, em entrevista ao Tribuna do Pampa, o cantor e compositor, gremista, canhoto e apreciador de mate e gastronomia uruguaia, contou que desde muito jovem já participava de tertúlias e encontros de música regional, conhecendo o violão aos 13 anos de idade.

Ele também já partici­pou quando criança do 3º Canto Moleque, em Candiota, cidade onde até hoje residem seus fa­miliares. “Brinco que metade de mim é Mano Lima e outra metade Engenheiros do Hawaii. Além da finalidade artística, a música pra mim tinha a função de divertir e mover a cidade. Todos na infância já tiveram seu grupinho de gara­gem e comigo nada foi diferente”, contou.

Além do violão, Igor estu­dou contrabaixo, gaita ponto, gaita harmônica e percussão, sempre tratando seu jeito de tocar e compor entre as latências do pop e lineari­dade da música sulista. Aos 22 anos mudou-se para Porto Alegre, onde começou junto dos músicos Bruno Tamboreno e Niandra Lacerda o grupo de MPB – O Samba, a Bossa e as Novas. O grupo teve atividades por seis anos, com destaque para um disco gravado, programação na TV, premiações em festivais, show nos pub’s e casas noturnas do Rio Grande do Sul e Uruguai, parcerias com músicos e autores como Jerô­nimo Jardim e Luiz Coronel.

Tradicional festival de Candiota, o Canto Moleque, também já foi palco para Igor que cantava Mano Lima Foto: Divulgação TP

A MÚSICA Questionado pelo TP sobre o que a música representa em sua vida, Cougo diz ter sido sempre um lutador com a música. “Típico da nossa gente que nasce numa cidade pequena e sonha em cantar pelos quatro cantos. Mais demo­rei muito a perceber que essa é a energia que me move a caminho da felicidade. Decidi fazer dar certo. A caminhada numa carreira é o que concretiza um artista. Não existe um ponto final e sim um caminho de vários momentos que possam nos orgulhar no futuro”, disse.

Igor também falou sobre momentos marcantes de sua traje­tória. “O que mais lembro com ca­rinho são as viagens com os amigos para os festivais. Na época a gente nem se quer notava, mas a gente morava num sonho juvenil: viagens gostosas, partilhar um mate, dormir em acampamentos, cantar numa roda de som depois que o festival acaba. Hoje tento passar essa nossa essência de vida nas composições e novos trabalhos”, falou.

 

MUDANÇA DE ESTADO Um convite de trabalho o levou a resi­dir em Santa Catarina. “Depois de sair para estudar fiquei instigado em poder cantar o interior, a ver­dade simples que habita em nossa cidade. Aqui em Santa Catarina encontrei vários amantes da cul­tura do Rio Grande do Sul que se identificam com minhas canções. Faço das minhas músicas uma ponte entre a região da Campanha e o litoral catarinense. E acreditem: isso não é marketing, é um estilo de vida muito gostoso”, relata Igor.

As canções de Igor Cougo são marcadas pela influência de artistas tradicionais comoVitor Ramil, Fito Paes, Jorge Drexler, Milton Nas­cimento, Maria Gadú, Anavitória, Tiago Iorc e 5 a Seco.”O fato é que, transportar canções autorais do celular para um single e clipe com produção de qualidade é uma estra­da longa. É preciso planejamento e muito trabalho em conjunto para você não se perder nessa estrada e desanimar os outros envolvidos”, diz o músico.

 

CLIPES Em Tubarão, Igor encon­trou o produtor Fabricio Pokemón, dono da BC Studio. Após uma conversa, surgiu a ideia de vincular nas redes sociais da produtora e do artista trabalhos em áudio-vídeo, que ficaram ao encargo de Gustavo Avohai, dono da Tree Filmes. Uma sequência de videoclipes levou o nome de “Lenha, garganta e cora­gem”, fazendo referência à palavra lenha, usada no Rio Grande do Sul como incentivo e combustível.

 

YOUTUBE Até agora foram cinco canções lançadas no YouTube por Igor Cougo: O que eu quero;Pelos campos do céu; Sim ou Não; Fe­lizmente Loucos e Andarilho.A música conta com a participação do músico bageense Luciano Pavão e o relato de um casal demoradores de rua portadores de HIV, que fala sobre o motivo de fazer das calça­das sua casa.

O show voz e violão de Igor tem duração de 1h30 e conta ­com temas autorais e composições conhecidas na cena folk, pop e acústicos nacionais.

 

DOIS DE CÁ Igor conduz a produção do seu disco de inéditas em paralelo com o projeto Dois de Cá, com o músico catarinense Rico Calegari. No palco, além das composições da dupla oshow conta com temas do cenário atual como Nando Reis, Melin, Frejat, Tiago Iorc, Paralamas do Sucesso, Silva, Legião Urbana, Marcelo Jeneci e Lenine. O encontro resultou em um disco ao vivo chamado “Encon­trinho”, disponível nas principais ­plataformas digitais. Eles também assinaram a autoria de “Espelho”.

A sensibilidade do artista levou a composição da música Mágica de Circo e a produção de um vídeo inspirado no Coringa Foto: Divulgação TP

MÁGICA DE CIRCO Entre suas publicações está uma fotografia de rosto pintado. Questionado sobre a produção, ele explica: “Após assistir ao filme Coringa no cine­ma, fiz uma postagem em minhas redes sociais. Uma conhecida veio conversar numa forma de desabafo sobre todos os maus tratos que ela havia sofrido pelos pais e amigos marcando um passado de bullying, humilhações diárias e narcisismo. Fiquei chocado por tamanha falta de amor que essa pessoa teve em seu passado e o que é pior: vindo da própria família”, relatou o músico. Ele também disse que uma expla­nação da vítima marcou uma das principais frases da música Mágica de Circo. “Eles não sabiam dar ca­rinho e amor pra ninguém porque não tinham essas qualidades. A gente é o que tem pra dar”.

O vídeo clipe da música tem direção partilhada entre Igor Cougo, Rico Calegari e Chris Viana e já ultrapassou a faixa de 17 mil visualizações no YouTube (https://www.youtube.com/user/SuperCougo).

 

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