Que os terminais rodoviários são, literalmente, um cartão de visita dos municípios ninguém tem dúvidas. Tanto é que muitos viajantes, que usam os ônibus para o deslocamento, conhecem e até associam as características dos lugares daquela breve parada entre uma cidade e outra. Pensando nisso, a reportagem do Tribuna do Pampa verificou as condições dos terminais dos municípios de cobertura do jornal impresso. Entre eles, Pedras Altas é o único que não possui um local físico por contar apenas com duas linhas de deslocamento.
PINHEIRO MACHADO – O administrador Paulo Rogério Kurz, da empresa Estação Rodoviária Pedro Osório Ltda., contou que assumiu a rodoviária de Pinheiro Machado em agosto de 2013, de forma provisória até o processo licitatório – que ocorreu somente em novembro daquele ano. Desde a sua inauguração, em meados de 2005, o prédio não recebia pintura. Uma das alternativas era contar com o apoio da Prefeitura local – que não pode cooperar devido ao cenário de crise financeira.
Conforme analisou Paulo Rogério, grande parte das rodoviárias de pequeno porte, dentre elas Pinheiro Machado, teve uma redução de receitas considerável em função da perda de passageiros nos últimos anos. Várias inclusive fecharam por não haver interessados em continuar o serviço. “Entendemos que para reverter a situação deve haver ações tanto de governo, incentivando uso de transporte coletivo, como das empresas transportadoras investindo em melhoria de frota e horários que atendam bem a demanda dos passageiros. Junto a isso, as rodoviárias devem também seguir buscando melhorias em infraestrutura, afim de proporcionar um ambiente mais agradável aos passageiros”, disse.
Entre as medidas, o empresário relatou que, além da pintura interna e externa que já se encontra em fase de conclusão, o próximo passo é a implantação de piso tátil nas dependências – de modo a atender passageiros com deficiência visual. “Também trocamos as lâmpadas por tecnologia led para economia de eletricidade e instalamos câmeras de monitoramento, que muitas vezes são utilizadas inclusive por órgãos de polícia”, detalhou. Segundo Paulo Rogério, além de cuidar da infraestrutura, existe outro importante aspecto que deve receber atenção nos locais frequentados pelo público. “Acredito que atendimento seja também fundamental neste serviço e, por isso, buscamos manter os melhores profissionais. Passamos a eles a necessidade de um bom atendimento e valorizamos as reclamações, quando há, para melhorarmos continuamente”, finalizou.
CANDIOTA – Após muitas reclamações diante da precariedade do local, a obra da rodoviária de Candiota, localizada no bairro Vila Operária, se deu após diversas tratativas envolvendo a Prefeitura de Candiota e, principalmente, a vigilância sanitária. Diretamente, a Prefeitura não possui responsabilidades sobre o funcionamento – visto que a concessão de exploração é dada pelo Estado e o prédio ainda pertence à Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), sob responsabilidade do concessionário Amílcar Logüércio.
Apesar disso, entendendo a necessidade, ficou estabelecido um contrato no valor de R$ 16.980 para viabilizar o processo de melhorias. Entre as ações, foram reformados os banheiros – que receberam uma revitalização geral, incluindo novos vasos sanitários e pias. O prédio também recebeu pintura externa, recuperação e pintura do piso, além de melhorias na parte da iluminação.
“Essa era uma obra muito importante e muito esperada pela comunidade, estamos felizes por ter conseguido oportunizá-la para a população, já que o local é o ponto de passagem de tantas pessoas que transitam pela nossa região e realmente necessitava de uma atenção em especial”, falou o prefeito Adriano dos Santos.
HULHA NEGRA – Na semana passada, de acordo com a assessoria de comunicação, a Prefeitura fez a entrega das últimas modificações dos projetos complementares da construção da rodoviária do município para a Caixa Econômica Federal (CEF). A partir de agora, aguardam a visita de um técnico da instituição financeira, que deve realizar a fiscalização no local para, então, liberar a realização do processo licitatório destinado à conclusão do terminal.
O projeto do terminal rodoviário foi retomado no ano passado e a Prefeitura, como contrapartida, realizou a concretagem da laje, o contrapiso e as canaletas de espera para a parte elétrica. Também foram realizadas adaptações nos projetos arquitetônico, elétrico e hidráulico da estrutura, visando melhor acessibilidade ao público. Além disso, a equipe do governo realizou adequações na planilha orçamentária e no memorial descritivo da obra para que a Caixa liberasse os recursos de uma emenda de R$ 300 mil do deputado federal Afonso Hamm (Progressistas).
De acordo com o cronograma da conclusão, após a liberação da instituição financeira, a obra deve levar cerca de nove meses para ser finalizada. A atividade está orçada em, aproximadamente, R$ 400 mil, através da emenda já mencionada, com contrapartida do Executivo. O projeto prevê ainda box para quatro ônibus, sala de encomendas e bagagens, guichê de passagens, área de circulação e espera, três lojas, rampas de acessibilidade, praça de alimentação com cozinha e área de atendimento, banheiros e sala da administração.
A construção do terminal rodoviário de Hulha Negra iniciou em 2011, durante o antigo mandato do atual prefeito, Renato Machado. “É um sonho para Hulha Negra e que estamos trabalhando para se tornar realidade. Começamos esta obra ainda no nosso mandato anterior, lamentamos por ela não ter sido concluída no governo passado, mas agora estamos novamente com a missão de concluir”, disse o gestor.
PEDRAS ALTAS – Já a Cidade do Castelo não possui um terminal rodoviário. O transporte intermunicipal Pedras Altas/Pinheiro Machado ou Pedras Altas/Herval ocorre três vezes por semana pela empresa Federes. Conforme informado ao TP, há somente uma parada de ônibus definida junto a antiga Estação Férrea para embarque dos passageiros.