SINALIZAÇÃO

Instalação das placas de trânsito continua gerando polêmica em Pinheiro Machado

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A sobreposição de placas na rua Riachuelo esquina com avenida Protásio Alves, causou polêmica Foto: Leonardo Farion/Especial TP

Durante sessão ordinária desta terça-feira (25), mais uma vez o que chamou atenção foi o debate sobre a instalação das placas de trânsito no perímetro urbano. De forma unânime, tanto membros da oposição quanto do governo, mostraram-se contrários ao que se vê acerca da nova sinalização proposta. Inicialmente, com o apoio dos parlamentares, a medida visava o controle do trânsito de caminhões no centro da cidade. Desde que a empresa bageense deu início à instalação, a população não foi favorável.

Para o vereador Ronaldo Madruga (Progressistas), a questão precisa ser revista. “Foi uma falha do Conselho Municipal de Trânsito e do Executivo que se organizaram de forma incorreta”, salientou.

Em seu espaço de fala, Gilson Rodrigues (PT), mostrou-se indignado pela falta de posicionamento e esclarecimentos – deixando, segundo ele, inclusive o Legislativo sem respostas diante da comunidade. “A questão das placas virou um caos e agora a administração joga pra cima do Comut. Quem colocou essas placas? A iniciativa foi do governo ou foi do Comut em comprar as placas? Isso foi totalmente errado. O governo tem que atuar com rapidez nesse negócio, é preciso agilidade”. Gilson ainda disse que espera que membros do Conselho ou o próprio Executivo compareça na Câmara de Vereadores para desfazer a confusão ou pelo menos esclarecer as dúvidas.

Na oportunidade, o presidente da Câmara, Jaime Lucas (MDB), também se posicionou diante do tema. “O governo introduziu a ideia do Conselho que foi infeliz, mas eu também não tiro a culpa do governo que parece que não mora na cidade e não viu as placas erradas. A ideia principal era de não permitir trânsito de carretas e bitrens na área central do município, mas da forma que está nem os caminhões da Prefeitura e nem o da coleta de lixo podem trafegar nas vias”, destacou Jaime.

O vereador Mateus Garcia (PDT) reconheceu que as coisas não saíram da forma que se esperava. “Certamente existem alguns equívocos que vão ser corrigidos e tem que ser corrigidos com alguma regulamentação, mas é possível – já que elas são só aparafuzadas ali – que alguém tire a placa até que a situação seja regularizada e possam normatizar de forma que não venham causar transtornos para os usuários da nossa cidade”.

O vereador Cabo Adão (PSDB) disse que muitas pessoas estão ligando a ele a atitude, na sua opinião, desastrosa do Comut de colocar as placas. “Mas eu estou tranquilo porque existe os áudios, os vídeos da Câmara e que se alguém tiver dúvida e olhar lá no início do meu trabalho que eu não sugeri nada disso”, ponderou

“Já fui na Prefeitura falar diretamente com o prefeito e volto a pedir para que essas placas sejam retiradas. Então deixa só no centro, eu sempre fui a favor dos caminhões não trafegarem no centro, mas a nossa cidade está virada em placas”, cobrou o vereador Renato Rodrigues (PSDB).

ZÉ ANTÔNIO – Em conversa com o prefeito Zé Antônio, novamente ele destacou que as medidas ainda não estão valendo e que a população será devidamente informada sobre as mudanças. “Ficou decidido que ainda esta semana vamos reunir o Conselho Municipal de Trânsito (Comut) para determinar um ou dois representantes para esclarecer toda essa situação na Câmara de Vereadores. Era aquilo que eu já tinha comentado, o que está sendo feito é instalação das placas e nem todas foram colocadas ainda. Estamos analisando algumas coisas que precisam ser mudadas na questão do tráfego de caminhões, como estabelecer os pesos, por exemplo”.

Segundo o gestor, a polêmica em cima da situação é desnecessária, visto que o decreto ainda nem foi feito. “Como não existe o decreto que determina essa questão do trânsito, a medida ainda não está valendo. Todas essas mudanças têm um tempo para que as pessoas se adaptem e também para que possamos rever o que não deu certo. Eu acho que a contrariedade começou antes da hora, porque não tem nada estabelecido de fato”, pontuou o gestor.

Questionado sobre o apontamento de alguns parlamentares, que identificaram falta de comunicação e informação entre a proposta do governo e a população, Zé Antônio deixou claro que não concorda com o posicionamento. “Se tem um prefeito e uma estrutura administrativa em uma cidade, toda vez que eu for fazer uma mudança eu vou ter que chamar a população, aí eu vou viver sempre em reunião tentando acertar – porque sempre tem os a favor e os contra. É uma coisa administrativa, a lei estabelece que quando se identifique situações que dificultem a vida das pessoas e do município, temos que tomar uma medida. É o que está acontecendo, eu não posso deixar aquele trânsito de caminhão pesado andando por dentro da cidade, não tem como”, justificou ele.

BRIGADA – Em contato com a Brigada Militar, o TP também procurou esclarecer a polêmica que tem gerado transtornos principalmente aos motoristas de fora do município. De acordo com o comandante e 1º sargento André Madruga, a responsabilidade das mudanças no trânsito com a instalação de novas placas é do poder Executivo. “De acordo com a legislação não é a Brigada Militar que gerencia nenhum tipo de mudança no trânsito. Além disso, nós só fiscalizamos o trânsito de Pinheiro Machado porque temos um convênio com a Prefeitura – caso contrário não poderíamos nem fiscalizar, nossas multas não valeriam. É importante ressaltar que não somos responsáveis nem naquelas situações de interrupção de ruas para eventos, por exemplo. Normalmente as pessoas vem aqui, mas é responsabilidade do prefeito liberar ou não. Nós apenas fiscalizamos”.

COMUT – Na tarde desta quinta-feira (27), em contato com membros do Conselho Municipal de Trânsito, houve a confirmação de que um representante se fará presente na próxima sessão da Câmara de Vereadores para prestar os devidos esclarecimentos sobre o caso. A reunião acontece a partir das 18h, no Plenário Walter Azambuja.

PLACA – Em contato com o instrutor do Centro de Formação de Condutores, Pedro Brum, o TP procurou esclarecer uma das polêmicas sobre a instalação das placas no município. Como indica a foto (acima), algumas pessoas levantaram a questão sobre a contrariedade das sinalizações que aparecem na sequência. De acordo com Brum, resta apenas uma adaptação. “As duas placas dão preferência para quem vem da Avenida Protásio Alves, o símbolo não indica a preferência naquele ponto. Ainda haverá a retirada da placa de PARE, mas não significa que tenham sentidos opostos”, pontuou o profissional.

 

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