ROUPAS EM LÃ

Lançamento da coleção Fio Farroupilha é destaque na programação do Museu

Desfile aconteceu nas dependências externas do Museu Histórico Farroupilha

Peças encantaram o público pela beleza e feitio

Peças encantaram o público pela beleza e feitio Foto: Virgínia Dutra/Especial TP

O Museu Histórico Farroupilha deu início no sábado (31), ao seu cronograma de atividades, conforme já havia sido divulgado, com o lançamento da coleção 2018 Fio Farroupilha, intitulada “Os Mapuches”. O evento foi um momento para que o público presente pudesse prestigiar o grupo de artesãs do 5º Distrito do município, que há mais de 10 anos investe na confecção de lã ovina para a criação de peças únicas tecidas a mão.

Um bom público se fez presente nas dependências no Museu Histórico para prestigiar a nova coleção, inspirada na cosmologia andina. As peças apresentam referências da cultura Mapuche e seus modos de tecer, permeando imagens, símbolos e linhas que se entrelaçam para se manter unidas. Além das lindas peças, o destaque também ocorreu pelo fato das modelos estarem acompanhadas de cachorros ovelheiros, que encantaram os presentes.

Além do lançamento da coleção Fio Farroupilha 2018, aconteceu também o leilão da faca da Linha Farroupilha, com a participação de Vivi Vinhos Finos e Espumantes, degustação de cerveja artesanal La Pistolera, degustação de cordeiro do Alto Camaquã, bem como o desfile dos Cachorros Ovelheiros da Associação dos Criadores do Ovelheiro Gaúcho (ACOG).

Desfile de peças confeccionadas em lã atraíram a atenção do público

Desfile de peças confeccionadas em lã atraíram a atenção do público Foto: Virgínia Dutra/Especial TP

O lançamento também contou com o patrocínio da Floricultura Florarte, N&G Agroveterinária, Casa das Rações, Virgínia Dutra Fotografia, Hotel Garibalde e Tia Nita Restaurante. A entrada era um quilo de alimento não perecível que será destinada a Associação de Paes e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Piratini.

HISTÓRIA PELA LÃ – Há mais de 10 anos, o projeto Fio Farroupilha, ministrado por mãos de mulheres residentes do 5ª Distrito do município, próximo a Ponte do Costa, investem na confecção de lã ovina para a criação de peças únicas tecidas à mão. O diferencial do Fio Farroupilha é a valorização do rebanho local, que tem por objetivo obter um material primitivo de qualidade, acompanhado pela equipe da Emater/Ascar e da Secretaria Municipal de Agricultura.

Para Andrea Madruga, responsável pela confecção das peças, foi muito importante poder mostrar seu trabalho. “Elaborar uma coleção já pensando no convite para fazer parte do calendário 2018 do Museu foi muito importante. É gratificante poder, novamente, apresentar o meu trabalho em um local que eu considero um templo. Foi uma grande responsabilidade elaborar essa coleção e formatar ela em lã, bem como tentar remeter aos costumes dos Mapuches e levar os tons da Patagônia até a comunidade piratiniense. Foi uma noite maravilhosa”, destaca Andrea.

Ela também ressalta o apoio do esposo Nilton. “Eu quero fazer um agradecimento para quem desenvolveu o rebanho pensando no meu trabalho, que é o meu marido Nilton, que ao longo de 26 anos, vem selecionando o rebanho da raça ideal para que eu tenha uma lã adequada e ainda bruta, para o meu trabalho”, manifesta.

Para a coordenadora da Emater/Ascar Marina Sinott, o desfile é resultado de um ano de pesquisa e muito trabalho, fruto da busca constante pela atualização sobre tendências. “O estudo dos povos ancestrais e seus costumes contribuíram na formação da cultura. Já a matéria prima utilizada é obtida pelo melhoramento genético e seleção dos melhores animais com aptidão janeira, assim se tem excelência nesse tão belo trabalho”, desta Marina.

RETRATO DO PAMPA– Conforme já citado, o desfile contou com a participação de cães ovelheiros. A parceria foi firmada em setembro de 2017 durante a Semana Farroupilha de Piratini, entre a representante do Fio Farroupilha, Andrea Madruga e o criador e médico veterinário Felipe Cunha, através da Associação dos Criadores de Ovelheiro Gaúcho.

De acordo com Felipe, foi explicado a Andrea que a Associação e o Fio Farroupilha desempenhavam o mesmo trabalho de resgate cultural e que os ovelheiros e os ponchos de lã, quando comparados, possuíam a mesma importância e ofereciam as mesmas sensações para o gaúcho. “Ambos trazem proteção, segurança, autoconfiança, reflexão e alegria. Além disso, ajudam a enfrentar as dificuldades impostas pelo ambiente em que vivem: o frio e a solidão, uma personalidade geográfica que nos difere culturalmente do resto do país. Não havia combinação mais perfeita, a não ser que o evento fosse no Museu Histórico Farroupilha, personagem vivo na história do nosso Estado. O resultado foi muito melhor do que eu esperava”, afirma Cunha.

O evento deixou a diretora do Museu Farroupilha, Kátia Espindola Ávila, muito satisfeita. “Fazendo um balanço de um ano de direção do Museu Histórico Farroupilha, Instituição do Estado do Rio Grande do Sul, sinto-me lisonjeada e satisfeita pelas parcerias positivas que ao longo desta gestão conheci. Este grande evento que abriu nossa agenda de eventos culturais no ano de 2018. Deixo claro que nosso trabalho vai bem além de uma instituição que somente conta histórias através de objetos de uma guerra que durou 10 anos, trabalhamos em prol do turismo de nossa cidade, abrangendo todos os setores”, ressalta.

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