Lula

Recentemente, o Tribunal em segunda instância, em Porto Alegre, manteve a condenação de Lula e ampliou a pena. Era esperado. Porém, a manutenção da condenação por unanimidade complicou de vez a situação do ex-presidente. Como também era esperado, não foi preso, por enquanto. Provavelmente, o Supremo Tribunal Federal vai criar mecanismo para evitar a prisão de Lula em razão da condenação em Tribunal de segunda instância, como prevê a legislação atual, esgotados os recursos neste Tribunal. Pesa contra Lula o conjunto da obra, não exatamente o triplex do Guarujá, centro do debate deste processo. Provavelmente, será condenado de novo no processo do Sítio de Atibaia, que será julgado em primeira instância em março pelo juiz Sérgio Moro.
Pesquisa eleitoral divulgada esta semana, mostra Lula em primeiro na disputa pela presidência. Bolsonaro aparece em primeiro no primeiro turno, sem Lula, mas perde por pouco no segundo, para os principais adversários. Não acredito na possibilidade de Bolsonaro vencer a eleição no Brasil. Brizola ensinava que os radicais têm limites. Lula perdeu todas as eleições para presidente enquanto se manteve como um radical de esquerda. Teve de “endireitar”, associar-se com José Alencar como vice, um ricaço, e se aproximar do centro, do PMDB, entre outros partidos. Aqui, começou a derrocada de um grande líder sindical e popular. Não que a esquerda fosse mais séria, apenas o centro-direita já conhecia o caminho das pedras das falcatruas que os governos petistas não conseguiram evitar, e possivelmente incentivaram.
Acho que Lula deveria participar das próximas eleições e ser impedido pelo povo, em sua maioria. Parece-me a melhor maneira de voltarmos à normalidade democrática. Eleito, seria o pior cenário para Lula. Não consigo vislumbrar qualquer tipo de redenção para o ex-presidente. Agora, um senhor idoso, desmoralizado perante muitos, seria muito difícil que se sustentasse no poder por algum tempo. Porém, o Brasil parecia mais feliz quando Lula era presidente, o que me parece o ponto central que mantém sua popularidade.
O desafio de Lula e de algumas pessoas no judiciário, é encontrar uma saída honrosa, ou menos penosa, para que o ex-presidente encaminhe um final de vida com alguma dignidade. Porém, se mantendo em evidência, Lula não será poupado.

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