CARVÃO MINERAL

Mina do Seival, em Candiota, é uma das mais modernas do mundo

Mina e planta de beneficiamento foi concluída em abril e testes de extração de carvão e fornecimento foram concluídos com sucesso

Você ainda possui 2 notícias no acesso gratuito. Efetue login ou assine para acesso completo.

Planta de Beneficiamento do carvão em Seival Foto: Divulgação TP

Começa em 1º janeiro de 2018, o compromisso de fornecimento de carvão para a 1ª Fase da UTE Pampa Sul – nova usina termoelétrica que se encontra em implantação em Candiota. O abastecimento da usina será através de um contrato de compra e venda de carvão por meio da empresa Copelmi Mineração Ltda – controladora da Seival Sul Mineração (SSM), que é proprietária da Mina do Seival.

Conforme informado ao TP pelo gerente geral de controle da Copelmi, Nelson Kadel Jr. e pelo diretor de operações da mina, Alexandre Gregorieff, o carvão minerado na mina será enviado para a planta de beneficiamento, localizada a uma distância média de 4,5 km das frentes de lavra (extração).
Nesta reportagem, o jornal explica os aspectos relativos à operação da mina, tais como o método de lavra, o plano de lavra, as vias de acesso, as drenagens, instalações de apoio, equipamentos de lavra, disposição de rejeitos e cinzas, o que faz da planta uma das mais modernas no mundo.

MÉTODO DE LAVRA – O método de lavra (extração) adotado para a Mina do Seival é o strip mining, ou lavra em tiras consecutivas. Este método é amplamente utilizado na mineração de carvão a céu aberto. Ele consiste na mineração em cortes paralelos e subsequentes, onde o material estéril proveniente do corte em lavra faz o enchimento do corte lavrado imediatamente anterior e de onde já foi explorado o minério (carvão).

Diferentemente de outros métodos de lavra a céu aberto, como por exemplo o open pit mining, em que a cava de mineração tem seu tamanho continuamente aumentado, restando ao término das operações mineiras uma escavação de grandes dimensões, o método de strip mining permite o enchimento da porção da cava já minerada, sendo assim possível a reconformação do terreno na quase totalidade da área minerada.

Neste método, o sistema de descobertura empregado é operacionalizado com o emprego de escavadeiras e caminhões. Basicamente, o método consiste em remover a cobertura estéril (argilas, siltitos e arenitos) através de escavadeira combinada com caminhões, que transportam o material para o preenchimento do corte (local) já minerado.

Carvão é transportado em caminhões até a planta de beneficiamento Foto: Divulgação TP

PRODUÇÃO – A produção de carvão da Mina do Seival será destinada para o abastecimento das usinas termoelétricas a serem implantadas na região de Candiota. O alto teor de cinzas, típico do carvão mineral existente na Jazida de Candiota, inviabiliza que esse combustível possa ser transportado a longas distâncias, ou seja, deve ser consumido o mais próximo possível da mina.

Atualmente, a SSM já dispõe de contrato firmado para fornecimento de carvão mineral para abastecimento da UTE Pampa Sul por um período de 25 anos, apesar de possuir potencial de carvão para atender a usina por cerca de 200 anos. O contrato de fornecimento de carvão para este empreendimento exige que a SSM esteja apta para entregar carvão em janeiro de 2018. Para este mercado, a Mina do Seival deverá estar preparada para produzir até 2.800.000 toneladas/ano de carvão mineral.

Para o abastecimento da Pampa Sul, o carvão bruto (ou Runof Mine – ROM) extraído da mina será transportado por caminhões com capacidade de 35 toneladas, da frente de lavra até a planta de beneficiamento. Para tal, já foram construídas estradas específicas para esse fim. Considera-se que estas vias são parte integrante e fundamental para a operação da Mina do Seival.

Na planta de beneficiamento o carvão bruto será processado. O produto gerado será transportado por correia transportadora – obra da usina – com cerca de 4 km de comprimento até a UTE Pampa Sul.

Segundo repassado ao TP, as áreas mineradas serão, no futuro, devolvidas de forma 100% recuperadas. “A Copelmi se preocupa com a perpetuação do carvão e com o meio ambiente. Todo o material estéril movimentado será disposto nas áreas de bota fora – local para deposição do estéril da mina e, às vezes, para o rejeito da usina de beneficiamento – preenchendo os cortes de lavra já minerados, e com isso, reconformando o relevo topográfico da área. O estéril da mina termo usado para as substâncias minerais que não têm aproveitamento econômico. Assim, como já ocorre em outros locais, é possível que uma área minerada seja capaz de abrigar plantações muito produtivas, visto seu relevo retornar muito próximo ao original”, relata Kade, ressaltando que a parceria com universidades, como a da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), garante a continua evolução das tecnologias aplicadas através da parceria em pesquisas.

TECNOLOGIA – A tecnologia empregada na mina e planta de beneficiamento é semelhante ao utilizado em outros países, como os Estados Unidos. Todo o sistema é computadorizado, o que permite um controle total de todo o processo, incluindo quantia de carvão e visualização de problemas.

Ponto de entrega do carvão na planta de beneficiamento

Comentários do Facebook