ENXURRADA

Minutos de chuva foram suficientes para alagar diversas ruas de Pinheiro Machado

Na rua José Bonifácio, os moradores permaneceram em alerta durante o temporal Foto: Divulgação TP

Depois de temperaturas muito elevadas durante todo o dia, a chuva começou de forma intensa por volta das 18h em Pinheiro Machado. Além de raios, trovões e algumas quedas de luz, o que mais preocupou a população foi a situação das ruas com apenas alguns minutos de temporal.

Nas redes sociais, vídeos e fotografias mostravam tal cenário para o alerta: as vias foram completamente tomadas pela água – nem era possível enxergar calçadas e canteiros em muitos pontos; em outras localidades, a água começava a invadir as residências.

Na Avenida Mário Simões Lopes, a chuva cobriu a via completamente Foto: Divulgação TP

Diante disso, conforme comentado na sessão ordinária enquanto a situação se complicava do lado de fora, o vereador Fabrício Costa (PSB) lembrou da responsabilidade do município perante esses acontecimentos. “Se para fazer os reparos e a manutenção constante nas vias urbanas e estradas o Executivo justifica a falta de material ou de maquinário, para manter a cidade limpa não tem essa desculpa. Isso dá para fazer”, pontuou.

OPINIÃO – Conforme comentou a internauta Neiza Rodrigues, “se os bueiros não estivessem cheios de lixo as ruas não estariam alagadas, mas todos precisam cooperar”, escreveu. Para Enesmar Oliveira, tanto a população quanto o Governo têm sua parcela de responsabilidade. “Claro que tem a ver com as pessoas que colocam o lixo em qualquer lugar, mas também é problema de má gestão”.

O lixo em diversas ruas do município tem sido uma triste realidade Foto: Divulgação TP

CAUSAS – De acordo com a licenciadora ambiental da Prefeitura de Pinheiro Machado, Natália Huber, há duas principais causas para esses alagamentos. “Podem ter ocorrido falhas operacionais na instalação dos bueiros e suas redes de drenagem ou falhas estruturais, com relação ao estado físico deles. Apesar disso, as principais causas são a disposição irregular de resíduos e a impermeabilização dos solos”, explicou.

Segundo a profissional, que também é bióloga e mestre em Geografia, ao longo das décadas, foram construindo loteamentos e “empurrando” para a periferia da zona urbana as áreas verdes. “Essas têm relevante importância para a absorção da água pelas raízes das árvores e, igualmente, para evitar a compactação do solo através do impacto que a água da chuva causa. Através das poucas áreas verdes – tanto públicas como privadas – a água da chuva, ao invés de penetrar no solo, escorre pela superfície”, disse.

Em relação ao lixo jogado nas ruas, ela pontuou ser um dos principais agravantes para a realidade que os pinheirenses vêm enfrentando. “Quando a chuva vem, tudo isso é carregado para dentro desses bueiros e vai bloqueando a passagem de água – que extravasa e causa os alagamentos e as inundações”, alertou. Para ela, tanto a população quanto o poder público têm parcelas de culpabilidade.

PARA AMENIZAR – Apesar de parecer bastante óbvio, o TP solicitou que Huber comentasse o que poderia ser feito para amenizar a situação atual. “É muito importante jogar lixo somente na lixeira, inclusive os tocos de cigarros, e fazer o ajardinamento de um percentual mínimo de 30% em relação a construção de cada edificação”, sugeriu.

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