GREVE DOS CAMINHONEIROS

Mobilização em Pinheiro Machado tem o apoio da comunidade

Manifestantes ergueram faixas às margens da rodovia

Manifestantes ergueram faixas às margens da rodovia Foto: Gislene Farion TP

A greve dos caminhoneiros pela baixa dos preços dos combustíveis que acontece em todo o país desde a última segunda-feira (21) também está intensificada na região. Em Pinheiro Machado, às margens do antigo posto da Polícia Rodoviária Federal (BR-293), os manifestantes aderiram à luta da classe e relataram ao TP como tem sido organizada a mobilização. “Desde segunda-feira estamos aqui bloqueando caminhão vazio ou carregado, só passa hospitalar e com medicamento. O que carrega combustível não passa, é uma forma de protestar e da população se dar conta da importância do nosso trabalho,” contou o caminhoneiro autônomo Julio Carvalho.

No local, o pouco da estrutura que resta do antigo posto está sendo usada como cozinha improvisada, contendo o básico para que os manifestantes possam ficar todos esses dias revezando-se nos bloqueios. Além disso, Carvalho destacou ainda as mudanças na rotina dos trabalhadores e o apoio que recebem das esposas e filhos que também se uniram ao movimento. O pinheirense Manoel Gomes tem acompanhado a luta da classe desde os primeiros dias de mobilização e elogiou a organização dos grevistas. “Não sou caminhoneiro, mas eu tenho passado o dia prestando serviço pro pessoal que luta por todos nós”, contou.

Neste domingo (27), o que chamou a atenção foi a presença e o reconhecimento da população em relação ao protesto. Em certo período, quando o fluxo de veículos começou a aumentar no local, ocorreram bloqueios a cada dez minutos com o intuito de chamar a atenção para o movimento que busca a diminuição do preço dos combustíveis. De forma pacífica, os motoristas também demonstravam apoio aos caminhoneiros. Luana Quadros, que tinha a cidade de Pelotas como destino, conversou com a nossa equipe sobre a importância do ato. “Claro que eu sou a favor, tanto que vou parar aqui os dez minutos que eles pediram e acredito que só dessa maneira a gente pode conscientizar o governo para uma melhora nesses preços abusivos,” enfatizou ela.

Entre as tantas pautas debatidas nos pequenos grupos formados no local, a indignação com o governo Temer e o discurso da maioria dos grevistas deixaram explícita a contrariedade em relação a uma possível intervenção militar. Para Lauro Brandstetter, o movimento não tem nenhum envolvimento político e não quer intervenção militar. “Nós queremos é a baixa do imposto pra gente poder ter uma vida digna, com condições de trabalhar”, disse.

Segundo os manifestantes, eles permanecerão no local até um acordo ser firmado. Nesta segunda-feira (28), a partir de convocação do presidente da ACIAS, a previsão é que o comércio local feche as portas durante uma hora e junte-se aos manifestantes na BR-293.

Manifestantes usam o antigo posto da PRF como uma espécie de QG

Manifestantes usam o que restou do antigo posto da PRF para guardar mantimentos Foto: Gislene Farion TP

Comentários do Facebook