EXEMPLO

Morador de Hulha Negra transforma recicláveis em melhorias para a família

Há 15 anos, Carlos Renato Chagas ajuda o meio ambiente e adquire renda extra

Seu Renato complementa a renda da família com recicláveis Foto: Silvana Antunes TP

Pedalando sua bicicle­ta e carregando sa­cos com latas, lacres e tampinhas de plástico. Conforme mostra a imagem flagrada pela reportagem do TP, o morador de Hulha Negra e servidor municipal há 25 anos, sendo há cinco na coleta de lixo, Carlos Renato Chagas é visto diariamente por colegas ao deixar o dia de serviço.

Ele é conhecido por sua persistência em recolher recicláveis durante os 12 meses e depois comercializar para obter uma renda extra no fim do ano para a família. Procurado pela nossa repor­tagem, ele contou que a reci­clagem iniciou em sua vida por necessidade e permanece até hoje.

De acordo com Re­nato, de 51 anos, a coleta de recicláveis teve início quando a filha era pequena, há cerca de 15 anos. “Passei por um sufoco e através da venda das latinhas salvei a vida da minha filha. Dali para frente decidi nunca mais parar de juntar latinha”, conta orgu­lhoso do que faz.

A RECICLAGEM – O TP vi­sitou a residência de Renato, que mora juntamente com a esposa e a filha. De forma muito organizada, ele mos­trou o modo como armazena o material recolhido. Con­forme explicou, as latas são amassadas – uma por uma – e colocadas em sacos e bags até serem entregues no local adequado na cidade de Bagé.

Juntando os cerca de 15 anos de coleta de re­cicláveis, Renato conta que já se somam mais de 15 mil quilos (15 toneladas) de lati­nhas vendidas e, consequen­temente, de material deixado de ir para o aterro sanitário em Candiota.

De forma organizada, ele guarda o material durante os 12 meses do ano Foto: Silvana Antunes TP

MELHORIAS – Além de fa­zer um bem para a natureza retirando do meio ambiente materiais que levam anos para chegar à decomposição, ele tira um 13º extra por meio do lixo para fazer melhorias em sua casa e suprir algumas necessidades.

Visivelmente com obras em andamento, através do valor arrecadado anualmente com a reciclagem, nos últimos anos já foi possível fazer um muro, colocar uma grade na frente da casa e construir uma área frontal – que ainda não está concluída, além de outros reparos e aquisições para a família.

AUXÍLIO AO PRÓXIMO – Lacres (anéis) de latinhas e tampinhas de plástico tam­bém são itens coletados por Renato, mas esta com ou­tra finalidade: ajudar quem precisa. Juntamente com as latinhas para reverter em be­nefício próprio, ele junta as tampinhas de plástico e en­caminha por intermédio da Casa Espírita Chico Xavier, para que em Bagé, sejam trocadas por caixas de leite para os idosos. Já os lacres são doados para, posterior­mente, serem revertidos em cadeiras de rodas. “Não é muito, mas alguma coisinha que a gente puder ajudar, estender a mão para quem precisa mais que a gente, de­vemos fazer. Tenho orgulho disso”, contou o trabalhador relatando ter sido a forma encontrada pela família para ajudar outras pessoas.

Há 15 anos, Renato percorre as ruas da cidade com sua bicicleta Foto: Silvana Antunes TP

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