SOS NA SAÚDE

Municípios da Azonasul decretam calamidade pública na saúde

Os municípios de cobertura impressa do TP, Candiota, Pedras Altas e Pinheiro Machado, integram o grupo

Secretários de Saúde se reuniram preocupados com a situação Foto: Divulgação TP

As 23 prefeituras da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) devem decretar até a próxima semana a situação de calamidade pública nos setores de retaguarda da saúde na região. O anúncio foi feito ontem (21) durante a reunião dos secretários municipais da pasta, realizada em Pelotas.

“Os atrasos dos repasses do governo do Estado acabaram caotizando o sistema afetando a assistência e o financiamento dos serviços. A saúde é uma engrenagem e quando uma peça quebra nada funciona”, disse a secretária de Saúde de Pelotas, Ana Costa.

De acordo com o secretário da Saúde de Rio Grande e presidente regional do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (COSEMS/RS), Maicon Lemos, a região vive tempos difíceis. “Serviços deixaram de ser prestados e nos preocupa como daremos assistência à população da zona Sul.” Ele destaca que os municípios não têm como arcar com todas as despesas e que a falta de recursos “coloca a saúde da região em situação adversa”. Ele não descarta a possibilidade de plantões fecharem no feriado.

As especialidades de Traumatologia, Maternidade e Queimaduras já estão sem atendimento na região e os leitos psiquiátricos, que têm incremento de encaminhamentos nesta época do ano, são escassos e dependerão do funcionamento de um plantão, anunciado pela coordenadora de Saúde, Rode Hartwig.

A hipótese de suplementação de recursos via prefeituras também foi descartada na reunião dos gestores, uma vez que há um total esvaziamento dos cofres municipais.

Dos municípios de cobertura impressa do TP, somente Hulha Negra não integra o grupo. Em conversa com a secretária de Saúde de Pedras Altas, Vera Teixeira, ela mostrou preocupação. “Estamos em estado de alerta, pois neste feriado não teremos suporte para emergências de trauma e para nossas gestantes. Se algo acontecer, não temos como encaminhar os pacientes, por isso também decretamos calamidade”, afirma a secretária.

A Azonasul é composta por: Aceguá, Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Arrioi Grande, Candiota, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Herval, Jaguarão, Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Santana da Boa Vista, São José do Norte, São Loourenço do Sul e Turuçu.

NOTA OFICIAL: A Azonasul elaborou um comunicado oficial sobre a situação e enviou ao governador do Estado, José Ivo Sartori, pedindo providências imediatas. O documento está assinado pelo presidente da Azonasul, Rudinei Harter. Veja o que o documento aborda na íntegra:

“A Associação dos Municípios da Zona Sul do Estado do R.G.do Sul, Entidade que reúne 23 Prefeituras da região vêm, por este intermédio, dirigir-se a Vossa Excelência, no limiar desse Governo, manifestar a nossa grande indignação, pelo não cumprimento de suas promessas de liberação de recursos para a área da SAÚDE, tanto nos repasses para as Prefeituras e, principalmente, para os Hospitais, responsáveis pelo atendimento das nossas comunidades.

Hoje, pela manhã, o colegiado dos Secretários Municipais de Saúde da região, estão reunidos aqui na sede da AZONASUL, discutindo as formas de enfrentamento do problema, com possibilidades de fechamento de PORTAS ABERTAS 24h de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA, promovendo à desassistência à população, nas situações de politraumatizados, enfartos e partos que as comunidades estão vivendo, especialmente, com uma soma de greves do Hospitais, falta de pagamento de salários mensais e do 13o salário.

Não é possível que um Governo, nos seus quatro anos de gestão, não tenha conseguido priorizar a área da SAÚDE nos Municípios, que é onde as coisas acontecem. É nos Municípios que as pessoas vão buscar socorro; é com os Prefeitos e Secretário de Saúde, que a comunidade vai buscar a solução dos seus problemas, nunca com o Governador ou o Secretário Estadual da Saúde. E o que dizer, nesse atual momento, que as Prefeituras não tem como atender as demandas nos Postos de Saúde e, principalmente, quando as pessoas encontram os Hospitais ou Casas de Saúde fechadas, por greve dos funcionários e Médicos, por falta de sal, medicamentos, de plantões de retaguarda na urgência e emergência, com risco à VIDA.

Diante de tudo isso, Senhor Governador, pedimos que Vossa Excelência, ainda nessa semana, entre o Natal e o novo Ano, libere os recursos prometidos para os Municípios e para os Hospitais, como forma de sustentação mínima dos serviços essenciais de urgência e emergência, além de possibilitar o pagamento de salários em atraso e 13o salário, que contrariando a Lei, não puderam ser pagos até agora.

Cumpre-nos, por último, informar a Vossa Excelência, que a maioria dos Municípios, estão DECLARANDO SITUAÇÃO DE CALAMIDADE PÚBLICA, por problemas financeiros e porque se está colocando em RISCO A VIDA DE USUÁRIOS DO SUS, POR OMISSÃO DE SOCORRO.

Na expectativa de que Vossa Excelência haverá de promover o pagamento dos atrasados, ainda nesta próxima semana, subscrevemo-nos.

Fonte: Azonasul

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