O trabalho e o futuro

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Pausa na Copa do Mundo, a notícia em destaque é de que o Ministro do Trabalho, Helton Yomura, foi afastado do cargo. Indicados atualmente pelo PTB, os ministros do trabalho se tornaram seres insignificantes no contexto nacional faz tempo. Dilma não dava a mínima para os ministros do trabalho, afastou Carlos Lupi, do PDT, em 2011, e quem ficou como interino, após a saída de Lupi, Paulo Pinto; indicou Brizola Neto, a quem manteve por pouco tempo, embora este não saísse da casa de Carlos Araújo, ex-marido da presidenta, sempre que estava em Porto Alegre, e estava toda semana; manteve um ministro para constar, Manoel Dias, PDT, e caiu com Miguel Rossetto, PT, que também era figurante. Temer assumiu e colocou no cargo indicados pelo PTB, o gaúcho Ronaldo Nogueira, que assumiu para cumprir a agenda de interesse do empresariado, a reforma trabalhista, e aprovada a reforma pediu para se mandar, Cristiane Brasil que foi proibida de assumir, seguida pelo que agora foi afastado, Helton Yomura. Tive de fazer uma pesquisa para lembrar o nome de tantos ministros.
O Ministério do Trabalho vem sendo relegado a ministério de segundo plano, faz muito tempo. Os presidentes receiam colocar alguém qualificado neste ministério por razões estratégicas. Um bom ministro do trabalho pode se tornar presidente da república, como ocorreu com João Goulart, que ficou de junho de 1953 a fevereiro de 1954, tempo suficiente para ganhar notoriedade (posicionou-se ao lado do interesse dos trabalhadores do Brasil). João Goulart foi eleito duas vezes vice-presidente, no voto (votava-se para escolher o vice-presidente), e acabou presidente com a renúncia de Jânio Quadros. Coisas de outra época, disse-me uma vez um dos ministros citados acima. Acho que ele estava errado. O Brasil poderá voltar a trilhar melhor caminho quando os trabalhadores ocuparem um lugar de destaque entre as prioridades dos governantes da nação.
Se Lula concorrer, ganhará, ainda que eu também ache que teria imensas dificuldades para governar e provavelmente acabaria excluído do poder pelo Judiciário. Sem Lula, considerando que Bolsonaro é uma aberração, mas têm seus semelhantes, que nunca serão mais da metade do povo brasileiro, Ciro Gomes vem subindo nas pesquisas e dos nomes conhecidos é o que mais se aproxima dos trabalhadores entre os que têm viabilidade eleitoral, ou seja, os que podem ser eleitos. Está na hora dos trabalhadores, de forma coordenada, conscientes do poder, da força decisiva que está em suas mãos, pensarem, debaterem, influenciarem e afinarem o discurso a favor de uma causa maior, a da evolução de uma sociedade mais justa, onde serão os protagonistas na geração da riqueza, como sempre foram, e beneficiários na justa distribuição da mesma.

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