SAÚDE

Pais de Laurinha recorrerão à Justiça para compra de material cirúrgico

Menina Laura necessita de um material, mas IPE negou o pagamento

Menina Laura necessita de um material, mas IPE negou o pagamento Foto: Divulgação TP

Nesta semana, os pais da bebê Laura Xavier Garcia, a Laurinha, de apenas dois meses, necessitaram começar um processo junto à Justiça para que a menina tenha acesso ao material necessário para a realização de um processo cirúrgico.

De acordo com a mãe da menina, Nimara Bitencourt Xavier, Laurinha necessita passar por um processo cirúrgico para a instalação de distratores (parafusos) nas mandíbulas, processo que irá permitir que os maxilares da menina, com o passar do tempo e os ajustes necessários feitos por acompanhamento médico, retornem a posição natural e permitam que Laurinha respire da maneira adequada.

O valor de um pouco mais de R$ 18 mil para a cirurgia já foi arrecadado através de campanhas em pelo menos três cidades da região, Hulha Negra, Pinheiro Machado e Piratini, porém, o problema atual enfrentado pela família é com relação a compra dos distratores, visto o equipamento custar aproximadamente R$ 18 mil e o Instituto de Previdência do Estado (IPE) ter negado o custeio. Segundo Nimara, o Instituto alegou não ser possível cobrir o valor em razão da empresa fabricante não ter convênio com o Estado, orientando a família a procurar por outros fabricantes do material.
Acontece, que segundo Nimara, que se mudou para o hospital da Criança do Complexo Santo Antônio, na grande Porto Alegre, para cuidar da filha junto ao esposo Marcio Garcia, de acordo com os médicos, a menina precisa de um distrator neonatal e só há uma empresa fabricante do aparelho, não sendo possível procurar por outra empresa. “O cirurgião Marcos Colares já disse se recusar a trabalhar com outro material, pois pode prejudicar o desenvolvimento da Laura. Reunimos laudos médicos que explicam ao IPE a necessidade do distrator e, mesmo assim, tivemos o pagamento negado. Agora vamos entrar na Justiça com uma liminar, através do auxílio de um advogado da família, porque não temos condições de pagar esse aparelho”, explica Nimara.

A mãe da menina explica também, que através de doações já foi possível arrecadar o valor necessário para o segundo procedimento cirúrgico, a implantação do palato (céu da boca), que a menina também nasceu com a ausência devido a Síndrome de Pierre Robin. Porém, ela manifesta o desejo de não utilizar o valor para a compra dos distratores, pois é o valor necessário para a cirurgia do palato. “A situação está complicada, a Laura já fez todos os exames pré-operatórios, mas a negativa do IPE vai demandar um tempo maior de internamento hospitalar e, consequentemente, mais gasto. Já utilizamos todas as nossas economias, pois precisamos nos manter aqui, inclusive já estamos utilizando um pouco do valor da segunda cirurgia, não temos outra opção”, manifesta Nimara, ressaltando a necessidade de continuidade das campanhas nos municípios para arrecadação de valores.
Doações podem ser feitas através do depósito na conta da Caixa Econômica Federal, no nome de Nimara Bitencourt Xavier, agência 4506, conta corrente 00021104-4, operação 001.

LAURINHA – Em entrevista ao Tribuna do Pampa na quarta-feira (4), Nimara informou que o estado de saúde de Laurinha é estável. “A internação permite um acompanhamento constante de profissionais, o que não seria possível se estivéssemos com ela em casa. Isso, porque a retração dos maxilares baixa a língua e bloqueia, em certos momentos, a passagem de ar. Aqui temos os recursos e o acompanhamento dos profissionais necessários. Laurinha está fazendo fisioterapia e hoje está respirando sozinha, sem aparelhos, mas necessita muitos cuidados, pois pode haver complicações”, explica Nimara.

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