CORONAVÍRUS

Pinheiro Machado tem um caso suspeito e 16 pacientes em internação domiciliar

O Executivo tem tomado uma série de medidas como forma de prevenção

Um trabalho de desinfecção de áreas de aglomeração foi realizado em parceria com a Prefeitura de Bagé Foto: Divulgação TP

Um novo modelo de Boletim Epidemiológico divulgado no início da noite desta segunda-feira (6) deixou a popula­ção pinheirense em alerta. Além de um caso suspeito de coronavírus, o documento assinado pelos mem­bros do Comitê Extraordinário de Saúde apontou 16 pacientes em situação de internação domici­liar.

Em conversa com o prefeito Zé Antônio, ele explicou a mudança e destacou o trabalho preventivo da Prefeitura de Pi­nheiro Machado. “Estamos muito conscientes e atentos à situação da nossa região. Nossos profissionais estão nos dando todo o respaldo para que as ações sejam realizadas com a intenção de evitar a chegada do coronavírus no município. Esse vírus está constantemente nos rondando com a série de casos de pacientes infectados em Bagé e também Piratini, Pelotas e agora São Lourenço. Prefiro errar pelo excesso de cuidados a ter que ver nossos amigos e familiares em Pelotas ou Rio Grande, onde são hospitais de referência para nós, mas que não têm estrutura suficiente para receber um grande número de pacientes infectados”, disse o gestor.

Sobre o novo caso sus­peito e os 16 pacientes em inter­nação domiciliar, quem tratou de explicar ao Tribuna do Pampa foi o novo titular da Secretaria de Saúde e Ação Social. Thiago Araújo assumiu o cargo na última sexta-feira (3) após a saída de Éliton Rodrigues, que concorre a vereador nas próximas eleições. “O caso suspeito é sim de um profissional da área da saúde e seguimos o protocolo de fazer a coleta do material para encami­nhar ao Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen/RS) – que deve ficar pronto em alguns dias. Isso não significa que o paciente tenha apresentado sintomas avançados da doença, a orientação é que ele seja submetido ao teste para o coronavírus diante de sintomas gripais, até mesmo para descartar de forma segura a existência da contaminação”, explicou. Ques­tionado pela reportagem sobre um possível contato com profissionais da saúde de Bagé – que já conta com oito médicos que testaram positivo para a Covid-19 – o gestor da pasta negou.

Além disso, Thiago disse que os membros do Comitê Extra­ordinário de Saúde entenderam que havia a necessidade da popu­lação tomar conhecimento oficial sobre a existência de pacientes em observação no município. No mes­mo dia, o aumento da circulação de pessoas era bastante visível nas áreas centrais da cidade. “Essa não foi uma medida para que as pesso­as ficassem com medo, mas para que elas passem a ter consciência da realidade que estamos vivendo. O Poder Público tem tomado todas as medidas preventivas para que o coronavírus não contamine gran­de parte das pessoas ao mesmo tempo e o sistema de saúde entre em colapso, mas precisamos da colaboração das pessoas para que permaneçam em casa e só saiam em caso de extrema necessidade”, destacou. Ele também lembrou diversas vezes durante o bate-papo sobre a importância de intensificar a higienização das mãos com uso de água e sabão ou álcool em gel, manter distância de 2m se precisar sair de casa e evitar aglomerações ao máximo.

Sobre o estado de saúde dos 16 pacientes em observação, ele disse que não apresentam quadro evolutivo considerável e que os profissionais fazem conta­to diário. O titular da pasta disse ainda que eles não surgiram de um dia para o outro. “São pacien­tes que estiveram nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) nas últimas semanas e descreveram sintomas gripais ou de síndrome respiratória. Como não eram casos de internação, o protocolo a ser seguido é de que permaneçam por 14 dias em isolamento. Chamamos de internação domiciliar porque eles passam a ser monitorados diariamente pelos profissionais da saúde e recebem essa atenção”, disse Thiago.

Questionado sobre uma possível negligência com a não divulgação desses casos em ob­servação até o momento, o novo secretário disse que a situação é uma novidade para todos e que a intenção tem sido a melhor possível. Segundo ele, as altera­ções na divulgação dos casos em outros municípios fizeram com que Pinheiro Machado também adotasse o novo modelo. “Estamos aprendendo todos juntos sobre qual a melhor forma de fazer esse trabalho e diariamente vamos ajustando as ações conforme evo­lução da pandemia inclusive na região. Nossa intenção é acertar, melhorar sempre e fazer com que a população não seja atingida. Agra­deço imensamente ao prefeito Zé Antônio por nos deixar trabalhar, aos incansáveis profissionais da saúde que estão na linha de frente dessa doença e também ao secre­tário Éliton Rodrigues – o trabalho que está sendo realizado é apenas uma continuação do que ele vinha fazendo”, registrou.

AÇÕES Além do decreto que suspendeu as aulas e fechou o comércio – com exceção dos serviços essenciais de farmá­cias, supermercados e postos de combustíveis – a Prefeitura de Pinheiro Machado já realizou um trabalho de desinfecção das áreas de grandes aglomerações e instalou barreiras sanitárias com o apoio Exército Brasileiro.

Nesta semana, seguindo o decreto do governo do Estado, construção civil e lojas de auto­peças foram incluídos na série de serviços essencias e têm autoriza­ção para funcionar seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os outros comércios foram liberados para operar somente com vendas online e serviços de tele entrega.

ASILO No início da manhã desta terça-feira (7) o TP verificou na rede social oficial do jornal um relato de uma moradora do muni­cípio alertando para a situação do asilo. Na publicação, a mulher faz um pedido de esclarecimento para as autoridades depois de saber que uma funcionária foi afastada e recebeu atestado com orienta­ção para ficar em isolamento por 14 dias depois de ter apresentado sintomas de coronavírus. Segun­do ela, a filha também trabalha no local e foi chamada para cobrir os turnos da colega.

Sobre o caso, a repor­tagem questionou o secretário de Saúde e Ação Social, que de imediato verificou a informação com a equipe técnica. “Entramos em contato com a instituição e com a funcionária afastada, ela apresenta sintomas gripais e por isso recebeu a orientação para não comparecer ao trabalho por 14 dias. A recomendação padrão nesses casos é o isolamento do­miciliar para evitar propagação do vírus”, disse. Todos os idosos passam bem e não apresentaram sintomas gripais até o momento. Eles são acompanhados pela Unidade Básica de Saúde (UBS) Zona Leste.

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