ELEIÇÕES 2018

Pré-candidato a governador pelo PDT visita a região e expõe suas propostas

O ex-prefeito de Canoas, Jairo Jorge, por dois mandatos, visitou a região esta semana. Em cada cidade visitada, ele planta uma árvore

Lideranças locais e da região acompanharam o plantio

Lideranças locais e da região acompanharam o plantio Foto: Fotos: J. André TP

O ex-prefeito de Canoas e pré-candidato a governador pelo PDT, Jairo Jorge, pretende visitar todos os 497 municípios gaúchos até o fim do próximo mês de março. Em cada cidade, ele planta uma árvore. Já são mais de 365 plantadas.

Esta semana, ele fez roteiro pela região, iniciando por Lavras do Sul, Dom Pedrito, Candiota, Hulha Negra, Bagé e Aceguá. Em Candiota, o pré-candidato plantou uma figueira na praça central Dario Lassance ao lado de companheiros do partido no município, quando também conversou com o TP.
Indagado se o Rio Grande do Sul tem jeito, ele afirmou que sim, porém na sua opinião não há soluções mágicas ou facilidades para isso. “Todas são soluções complexas e demoradas”, avisou.

Dizendo que adota uma postura propositiva e que não atirar pedra em ninguém, indiretamente o ex-prefeito, que por muito tempo foi filiado ao PT, criticou as medidas que os governos nos últimos tempos vêm adotando. Ele assinala que as soluções para que o Estado volte a prosperar, que saia do círculo vicioso e entre num virtuoso, precisam ser inovadoras, não bastando repetir velhos modelos. “Não podemos dar os mesmos remédios que já quase mataram o paciente”, comparou.

Em Candiota, Jairo Jorge plantou uma figueira na praça central

Em Candiota, Jairo Jorge plantou uma figueira na praça central

Disse, numa crítica direta a política do atual governo, que “não basta aumentar impostos, usar depósitos judiciais ou vender empresas públicas. Isso já foi feito e não deu certo”. Ele lembra que a dívida pública do Estado só faz aumentar, quando se saiu de R$ 25 bilhões em 1994, no governo de Alceu Collares, para R$ 73 bilhões, devendo chegar a R$ 85 bilhões caso a atual negociação avance com a União. “A saúde financeira do RS só piorou”, disse.

Ainda, o pedetista salientou também que na prestação de serviços públicos o Rio Grande vai muito mal, ocupando a 15ª posição em Educação (sendo o quinto em economia), além de uma crise sem precedentes na segurança pública. “Tínhamos com Collares 29.980 brigadianos e hoje são 15.800 (o menor efetivo dos últimos 40 anos), sendo que a população aumentou 25% de lá para cá”, evidencia, lembrando que nas letras miúdas do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) aprovado pela Assembleia, se prevê que nos próximos 20 anos só se pode repor os brigadianos que se aposentarem.

MEDIDAS – Jairo Jorge defende que o Rio Grande precisa de unidade política para sair da crise. Também propõe que não se fique apenas falando da crise e dos problemas, sem apontar soluções.

Para ele é preciso ter humildade para buscar aquilo que deu certo aqui e nos outros estados brasileiros, citando Santa Catarina, Ceará, Pernambuco e Goiás como exemplos, que reduziram a carga tributária e desburocratizaram o Estado. “Não por acaso que em Canoas nós reduzimos os impostos e a cidade quadriplicou seu orçamento. Lá quando o orçamento aumenta, diminui os impostos. Precisamos ter coragem para fazer isso, pois estamos perdendo a competição com Santa Catarina. Lá um litro de gasolina custa R$ 0,60 a menos e um botijão de gás é mais barato R$ 15 do que aqui”, afirma.

Dizendo que o RS é o mais burocrático do Brasil, citou que o licenciamento ambiental demora 900 dias aqui, enquanto em São Paulo é 150 e em Santa Catarina, 90 dias. Ele promete em 60. “Precisamos de um Estado mais ágil, mais leve, que atenda o cidadão e o desenvolvimento”, declara.
Ainda, ele defende a descentralização do governo com a regionalização, retomando a ideia dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) e a instituição de um escritório regional de governo, com um secretário local. “Esta pessoa será os olhos e os ouvidos do governo na educação, segurança, saúde e infraestrutura”, afirma, propondo que a cada seis meses o governador visite este escritório.

CARVÃO – Indagado sobre o carvão mineral, o pré-candidato disse que é contraditório o debate do carvão mineral no Brasil, lembrando que na Europa e na China a base da matriz energética é o carvão. Ele se diz defensor do meio ambiente, porém entende que isso é uma questão que não pode estar acima de tudo. “Não podemos ser apenas contemplativos, passivos em relação a isso. Precisamos ter capacidade de gerar desenvolvimento. O maior problema para a natureza é a miséria humana. A Europa já enfrentou este debate com tecnologia. Temos a possibilidade do polo carboquímico, ou seja, extrair do carvão o que se extrai do petróleo, porém isso fica apenas no discurso. Temos que mudar esta postura”, defende.

Comentários do Facebook