CORONAVÍRUS

Prefeito de Candiota entende que bandeira vermelha é consequência do comportamento e não vai recorrer

O prefeito de Bagé Divaldo Lara (PTB) já anunciou durante uma transmissão ao vivo pela internet na noite desta sexta-feira (24), de que irá recorrer junto ao governo do Estado sobre a bandeira vermelha (risco alto), definido preliminarmente no programa estadual de Distanciamento Controlado para a região de Bagé (R22), que envolve ainda os municípios de Candiota, Hulha Negra, Aceguá, Dom Pedrito e Lavras do Sul.

Já o prefeito candiotense, Adriano dos Santos (PT) se pronunciou contrário à contestação. Para ele, ancorado em dados do Comitê de Operações de Emergência (COE) da Covid-19 do município, a transmissão do novo coronavírus vive uma alta significativa na região. Em Candiota, em poucas semanas, se atingiu a marca de 30 casos com várias linhas de contágio. Segundo Adriano, somente na manhã deste sábado (25) foram colhidas amostras de 39 pessoas suspeitas. “A bandeira vermelha, na minha opinião, é a consequência do comportamento de uma parcela das pessoas, que não está tomando os cuidados e continua fazendo aglomerações, negando a gravidade do que estamos vivendo. Basta ver o que aconteceu na cidade no último fim de semana, onde que a Vigilância Sanitária não venceu em atender chamadas e denúncias”, evidenciou.

Adriano afirma que é um direito de Bagé e qualquer outro município contestar, porém não se manifestou favorável à medida. Por outro lado, ele afirma que caso haja a reversão e a região fique na bandeira laranja (risco médio) por decisão do Estado, Candiota irá acatar.

De qualquer maneira, o prefeito alerta para as restrições bem mais severas da bandeira vermelha, caso seja mantida, como por exemplo o fechamento de comércios não essenciais. “Vamos sentir na prática as consequências de não se ter os devidos cuidados”, enfatiza ele.

Ainda, independente da cor da bandeira, Adriano informou que na próxima terça-feira (28), às 9h, será realizada uma reunião com a 7ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), quando Candiota vai pedir suporte ao órgão para conter o avanço do contágio. “A situação de Candiota é muito preocupante”, revela.

MAPA DEFINITIVO – As regiões ou municípios tem até às 6h da manhã de segunda-feira (27) para recorrerem. À tarde, o governo do Estado divulga o mapa definitivo que passa valer a partir de terça (28).

Caso a região permaneça na vermelha, os protocolos são bem rígidos, conforme pode se observar à seguir. Na R22, apenas os municípios de Aceguá e Hulha Negra se enquadram na Regra 0-0, ou seja, zero internações hospitalares e zero óbito nos últimos 14 dias. Estas cidades poderão adotar, caso se mantenha a cor vermelha, o protocolo da laranja.

Veja o funcionamento de cada setor sob a bandeira vermelha:

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Redução no teto de operação (número máximo permitido de trabalhadores presentes ao mesmo tempo no ambiente de trabalho, aplicado a serviços com quatro ou mais trabalhadores) dos serviços públicos não essenciais, restrito a 25% dos trabalhadores.
Serviço de habilitação de condutores com operação restrita a apenas 50% dos trabalhadores.
Serviços públicos essenciais, como segurança e manutenção de ordem pública, política e administração do trânsito, bem como atividades de fiscalização e inspeção sanitária, não têm a operação afetada com a bandeira vermelha.

AGROPECUÁRIA
Produção e serviços relacionados à agricultura, pecuária e produção florestal sofrem redução no teto de operação a 50% dos trabalhadores.

ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO
Restaurantes, padarias e lanchonetes deixam de operar na modalidade presencial, ofertando serviços apenas por meio de tele-entrega, pegue e leve ou drive-thru.
Hotéis, por sua vez, passam a operar com apenas 40% dos quartos disponíveis.

COMÉRCIO
Na bandeira vermelha, o comércio de rua e em centros comerciais ou shopping é suspenso, e os estabelecimentos devem ficar fechados. O mesmo ocorre para o comércio de veículos.
Somente poderão operar estabelecimentos que comercializem itens essenciais, como medicamentos, produtos de higiene pessoal, alimentação e transporte. Mesmo assim, farmácias, supermercados e postos de gasolina têm operação reduzida a 50% dos trabalhadores.
Serviços de manutenção e reparação de veículos automotores passam a operar com apenas 25% dos trabalhadores.
Comércio atacadista de itens não essenciais deixa de atender na modalidade presencial. O teto de operação é reduzido a 25% dos trabalhadores, com atendimento exclusivo via tele-entrega, pegue e leve ou drive-thru.

EDUCAÇÃO
A partir do dia 15 de junho, algumas atividades de ensino serão retomadas nas bandeiras laranja e amarela. Na bandeira vermelha, portanto, as atividades de cursos livres ficam suspensas. Nas universidades, somente são mantidas em funcionamento na bandeira vermelha as atividades de laboratório necessárias à manutenção de seres vivos. Demais atividades de ensino seguem na modalidade remota, exclusivamente.

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
Construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços de construção, por serem considerados essenciais, sofrem apenas redução na operação, passando de 100% para 75% dos trabalhadores na bandeira vermelha.

INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO E EXTRATIVA
Passam a operar com apenas 50% dos trabalhadores, à exceção das consideradas essenciais, como alimentação, bebidas, fármacos e de extração de petróleo e minerais, que têm o teto reduzido de 100% para 75% de trabalhadores.
Para atender a essa restrição no total de trabalhadores presentes ao mesmo tempo no estabelecimento, sugere-se que, além do teletrabalho, as indústrias adotem regimes de escala, rodízio e/ou turnos alternativos para a manutenção da produção.

SAÚDE
No campo da saúde, vital ao enfrentamento da pandemia, os serviços não são afetados. No entanto, recomenda-se a postergação de consultas eletivas.
Serviços de veterinária, porém, têm a atividade reduzida para 50% dos trabalhadores.

SERVIÇOS
Com a bandeira vermelha, ficam fechadas todas as atividades relacionadas à arte, cultura e lazer, incluindo academias de ginástica, clubes sociais e esportivos.
Ficam vedadas também as atividades de captação de áudio e vídeo em teatros e casas de espetáculo, de empréstimo e consulta de itens em museus, bibliotecas e acervos, bem como os ateliês de arte, os quais recentemente foram liberadas nas bandeiras amarela e laranja em teatros.
Parques, jardins botânicos e zoológicos são fechados para atendimento ao público, sendo permitida a operação de 50% dos trabalhadores para manutenção dos espaços e seres vivos.
Serviços religiosos em templos igrejas e similares ficam fechados, não podendo receber o público de fiéis. No entanto, segue sendo permitida a captação de áudio e vídeo dos serviços religiosos, como missas.
Serviços de higiene pessoal (cabeleireiro e barbeiro) não podem abrir na bandeira vermelha, assim como agências de viagens.
Serviços de imobiliários, de consultora e administrativos passam a atender somente via teleatendimento, com no máximo 25% dos trabalhadores presentes no estabelecimento.
Serviços bancários e de advocacia permanecem com atendimento presencial restrito, com no máximo 50% dos trabalhadores.
Por fim, serviços de lavanderia e de reparo e de manutenção de objetos, considerados essenciais, permanecem abertos aos clientes, mas com teto de operação reduzido a 25% dos trabalhadores.

SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Serviços de edição e edição integrada à mídia impressa, bem como de produção de vídeos e programas de televisão, seguem autorizados a funcionar, com teto de operação reduzido a 50% dos trabalhadores. A atividade de rádio e televisão, porém, não sofre alteração, seguindo com operação de 75% dos funcionários.

SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA
Serviços de utilidade pública não sofrem alteração na operação com a vigência da bandeira vermelha, dado sua essencialidade. Seguem atuando com 100% dos trabalhadores.
No entanto, mesmo com 100% de operação permitida, esses estabelecimentos devem respeitar o número máximo de pessoas por ambiente permitido com o distanciamento mínimo obrigatório entre pessoas, isto é, respeitar o teto de ocupação.
Em escritórios pequenos, o limite de ocupação de um ambiente pode levar a um estabelecimento ter menos trabalhadores atuando presencialmente de forma simultânea, mesmo com a operação de 100% autorizada.

TRANSPORTES
O transporte de passageiros passa a operar com apenas 50% dos assentos da janela disponíveis. Sendo ambiente de aglomeração e propenso à disseminação do vírus, esse protocolo de operação deve ser estritamente respeitado nas bandeiras de maior risco.

Para o detalhamento de cada setor clique aqui.

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