QUESTÃO ENERGÉTICA

Privatização da Usina de Candiota não deve passar este ano

Projeto de venda da Eletrobras enfrenta dificuldades na Câmara dos Deputados

Usina de Candiota ainda pertence a CGTEE, que deverá em breve  ser incorporada a Eletrosul

Usina de Candiota ainda pertence a CGTEE, que deverá em breve ser incorporada a Eletrosul Foto: Arquivo TP

Segundo analistas, o enfraquecimento do governo, na greve dos caminhoneiros, e a proximidade do calendário eleitoral inviabilizaram de vez a aprovação, ainda neste ano, do projeto que permite a privatização da Eletrobras e suas subsidiárias, entre elas, a Usina de Candiota, que pertence a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), mas que recentemente teve autorizada pela Eletrobras a sua incorporação a Eletrosul – processo que segue em andamento.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já admitiu nos bastidores que dificilmente a medida será votada antes das eleições. Os analistas acreditam que o único esforço que será feito pelo presidente da Câmara é para aprovar o projeto que tenta solucionar o problema de seis distribuidoras deficitárias da Eletrobras e promover alterações no setor elétrico.

A Eletrobras acumula nos últimos seis anos perdas de R$ 28 bilhões, a maior parte com a antecipação das concessões no governo Dilma. O projeto que permite a privatização foi enviado dia 22 de janeiro, mas está emperrado em comissão especial da Câmara, de onde ainda precisaria seguir para o Senado. A avaliação de Maia é de que o governo não terá mais força suficiente para aprovar a polêmica privatização da estatal de energia. “Está difícil aprovar a Eletrobras. O tempo está escasso e temos outras matérias da microeconomia para votar’, disse o líder do PR na Câmara, deputado José Rocha (BA), também da base aliada, onde há clima hostil ao projeto.

Às vésperas do pleito, o foco do Planalto e do Congresso passou a ser a aprovação de medidas que garantam estímulo novo à economia, sobretudo o crédito. Com saída da Eletrobras da lista, entram projetos como o da duplicata eletrônica e do distrato que podem melhorar o crédito e ajudar a ativar a lenta retomada da economia.

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