ALTERNATIVA

Produtora de Hulha Negra adotou modo de televenda para seguir comércio de hortaliças

Método possibilita o aumento da renda familiar durante o período de restrições da pandemia

Lisiane entrega os produtos encomendados de bicicleta Foto: Divulgação TP

Pedalando uma bicicleta, com luvas e máscara de proteção. Desta forma a produtora ru­ral de Hulha Negra, Lisiane Pereira Chagas, do assentamento Santo Antônio, está dando continuidade às vendas dos produtos produzidos em sua propriedade.

Alface, couve, beterraba, cenoura, tempero verde e aipim são acondicionados em uma cai­xa na bicicleta e entregues aos clientes que solicitam os produtos ofertados através do telefone. Por WhatsApp, Lisiane conversou com a reportagem do Tribuna do Pam­pa e contou como está sendo esta experiência, que tem apoio total da Emater/Ascar de Hulha Negra.

Conforme relatou Lisiane, as vendas de bicicleta já aconte­ciam, porém precisaram ser adapta­das em razão das restrições do novo coronavírus. “Sempre trabalhamos com horta. Moramos em Hulha Negra há 14 anos e sempre planta­mos para nosso consumo até surgir a oportunidade de plantarmos em quantidades maiores para a venda. Antes, três vezes por semana eu ia de bicicleta na cidade vender de casa em casa e também forne­cíamos para a merenda escolar, mas devido a pandemia tivemos que parar e pensar em outra forma de vender os produtos”, contou a produtora. Ao ser questionada de que forma estão ocorrendo a venda das hortaliças, Lisiane contou que tudo é por encomenda. “Estamos trabalhando de casa, atendendo pelo WhatsApp. A pessoa pede a verdura que deseja e entregamos casa da pessoa. Com cuidado vimos nesse meio, uma forma de se manter e não perder a produção”, ressalta Lisiane salientando porém, que as vendas caíram bastante nesse período.

Produtora comercializa diversas espécies de hortaliças Foto: Divulgação TP

EMATER O comércio por te-levendas está sendo auxiliado pela equipe da Emater de Hulha Negra. Através da confecção de cards, os produtos ofertados são anunciados. “Essa foi a maneira que achamos de auxiliar essa produtora que sofreu com uma redução nas vendas em razão da suspensão das aulas. Montamos cards com os produtos e valores para divulgação em meios diver-sos, além de prestar assistência direto na propriedade, principal-mente em razão da estiagem que já traz prejuízos para a família de Lisiane”, conta a extensionista rural da Emater, Maria Thomaz.

ESTIAGEM Com relação aos problemas causados pela estiagem, Lisiane contou ao TP que a falta de chuvas diminuiu a produção. “Quase não temos produtos de horta. O açude que temos está quase seco, pouca água. Nossa produção caiu em torno de 70% e já não podemos mais plantar novas mudas por falta de água”, relata a produtora. Conforme imagem enviada ao TP, a família necessita do apoio da Prefeitura para limpar e melhorar o açude, assim como uma máquina para aumentar os canteiros. “A Prefeitura nos atende e até emprestou um tanque para pegarmos água do açude do vizinho, mas como não temos trator, igualmente dependemos de amigos para pegar água”, completa Lisiane.

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