AGROINDÚSTRIA FAMILIAR

Produtores de Hulha Negra visitam agroindústria de ovos em Venâncio Aires

Equipe do SIM, Emater e produtores de Hulha Negra puderam conhecer todo o processo da agroindústria Foto: Divulgação TP

Com o objetivo de conhecer o processo de uma agroindústria de ovos, ocorreu na semana passada uma visitação a agroindústria de Eduardo Kaufmann, localizada na cidade gaúcha de Venâncio Aires, área central do estado.
A visita também visou o conhecimento da realidade do processo como um todo, para que os produtores pudessem ter o conhecimento do processo, para então, resolver montar sua agroindústria. Conforme relatou ao TP o médico veterinário e fiscal do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Hulha Negra, Marcus Leitzke há interessados no município e através da visitação o produtor pode perceber tudo que é necessário para montar e trabalhar na comercialização de ovos. “Às vezes as pessoas começam a construir sem a informação do que realmente é necessário. Com a visitação, eles já saem com toda a informação. Não é fácil, mas também não é impossível ter a agroindústria, basta trabalhar”, afirmou Leitzke.

Grupo recebeu orientação sobre a estrutura, organização e produção dentro da agroindústria Foto: Divulgação TP

Mais próximo do município há agroindústrias do ramo, mas esta foi escolhida, conforme explicou o secretário de Agropecuária de Hulha Negra, Luis Fernando de Lima, por possuir características que se aproximam da realidade dos produtores hulhanegrenses, principalmente quanto ao tamanho. “Uma de Pelotas está interditada e outra de Santana do Livramento é muito grande, com produção em gaiolas fora dos padrões dos produtores de Hulha Negra que seria no estilo colonial. Foi um momento de conhecimento e aprendizagem. Nosso município tem muito a crescer, mas há necessidade de busca de novos conhecimentos, técnicas e tecnologias, pois é a forma de sucesso e retorno financeiro para o nosso produtor”, afirmou Lima.

VISITAÇÃO – Conforme explicou Leitzke, foi mostrado a cada produtor o porte da agroindústria, que é dividida em duas partes, a agroindústria e o sistema de produção, onde está localizado o aviário e de competência de auxílio e fiscalização da vigilância sanitária. Ele explicou de forma sucinta o que é necessário para montar uma agroindústria. “É necessário ter banheiros para vestimenta adequada e barreira sanitária para entrar na agroindústria, que é dividida em duas partes, a recepção – local aonde chegam os ovos, em cestas ou carrinhos, momento em que também ocorre a pré-seleção para verificar se há ovos quebrados e colocados em bandejas. Por fim os ovos passam pela sala de seleção e expedição, onde é passado o ovoscópio para verificação das condições do ovo – se não possui rachadura ou embrião – para posterior classificação. O local deve ser azulejado, com telas para evitar insetos e se possível, ar-condicionado”, enumerou o veterinário.

Comitiva visitou também o aviário da propriedade Foto: Divulgação TP

Com base nas instalações vistas, Leitzke diz ter feito uma sugestão aos produtores. “A parte do aviário requer mais atenção e como essa propriedade visitada é para dez mil galinhas, sugeri que dividam em partes e conforme a produção for aumentando, o local vai sendo ampliado. Vimos que os produtores ficaram motivados, desafiados e ofertamos todo suporte juntamente com a Emater, assim como o Fumdah, para a criação dessas agroindústrias”, conclui o fiscal.

Com adesão ao Susaf, agroindústrias comemoram perspectivas de novas vendas dos produtos

Na semana passada, uma publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) do decreto 54189/2018, confirmava a adesão do município de Hulha Negra ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf). Com a definição, os estabelecimentos locais, mais precisamente as agroindústrias, registrados no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e que estejam engajados no sistema, poderão comercializar seus produtos em todo o território do Rio Grande do Sul e não mais somente nos limites territoriais de Hulha Negra.

A adesão ao Susaf era uma reivindicação antiga feita pelo município há cerca de cinco anos e intensificada nos últimos meses após a estruturação do SIM com o médico veterinário Marcus Leitzke, como fiscal, e o secretário municipal de Agropecuária, Luiz Fernando de Lima, como coordenador. Leitzke ressaltou a importância do sistema para que se evitar perda de produtos e aumento da produção, bem como retorno financeiro. “A segunda etapa é a indicação das agroindústrias de laticínios que se enquadram na legislação exigida. Em Hulha Negra contamos com a Agromap e a Pampalac que estão totalmente adequadas e já estamos enviando a documentação com a indicação delas”, explica o fiscal, acrescentando que a adesão ao sistema possibilitará a comercialização de mais produtos, visto Hulha Negra não absorver a produção ofertada pelas agroindústrias.

A equipe do TP entrou em contato com a produtora Janete Raddatz, da agroindústria Pampalac, que produz queijos e iogurtes. Ela ressaltou que para as agroindústrias de origem animal, a adesão ao Susaf muda tudo. “Sem ele só poderíamos vender dentro do município de Hulha Negra. Depois que foi criado o SIM, pra nós já foi um grande passo, pois hoje conseguimos vender para a merenda escolar. Porém, ainda não era suficiente, pois o mercado de Hulha não consegue absorver toda nossa produção por ser um município pequeno, precisávamos poder vender para outras cidades. O gasto com a agroindústria de origem animal e bem alto e a liberação do Susaf vai nos permitir vender para escolas, quartéis e o comércio em geral da região. Depois de anos de espera, para nós isso é maravilhoso. Não foi fácil, mas depois de muito esforço nosso, da Prefeitura e da Emater, chegamos nesse patamar. Estamos muito felizes com essa conquista, só temos a agradecer”, disse Janete.

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