DESENVOLVIMENTO

Projeto de parque eólico prevê 260 aerogeradores entre Pinheiro e Piratini

Exposição do projeto reuniu vários proprietários rurais

Exposição do projeto reuniu vários proprietários rurais Foto: J.André TP

Um projeto arrojado de parque eólico foi apresentado na noite de terça-feira (6), num jantar ocorrido na sede da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Pinheiro Machado.

A empresa gaúcha DGE Energia, que desenvolve o projeto e a carioca Rio Energy, que possui os investidores e também operará o parque quando pronto, apresentaram a ideia a um grupo formado principalmente por proprietários de imóveis rurais, pois quando se pretende gerar energia dos ventos, a primeira coisa que se precisa ter é a liberação das áreas onde serão instalados as torres com os aerogeradores (cataventos).

Com previsão total de 260 máquinas, sendo 195 em território pinheirense e 65 em Piratini, o Parque Eólico Pinheiro Machado – como foi batizado, tem custo estimado de R$ 2,9 bilhões, segundo o diretor comercial da DGE Energia, Guilherme Sari. “Claro que não pretendemos fazer o parque de uma só vez. A ideia é construí-lo em etapas. Pretendemos estar aptos ao primeiro leilão de energia em 2019, mas ainda não sabemos com qual potência será a participação”, assinala o executivo.

LOCALIZAÇÃO – O Parque Eólico Pinheiro Machado ocupará uma área de 25 mil hectares, sendo a maior parte deste território localizado na Terra da Ovelha, pegando ainda Piratini e também um pequeno trecho de Candiota.

Chamadas de polígonos, as áreas onde os 260 aerogeradores serão instalados, ficam nas regiões de Torrinhas, Curral de Pedras, Rodeio Colorado e Asperezas. Atualmente há duas torres de medição já instaladas (Asperezas e Curral de Pedras) e outras três devem ser instaladas em Torrinhas em breve.

CONTRATOS – A grande vantagem para o proprietário rural que contratar áreas para o parque eólico é que a partir de sua instalação, o produtor ganha conforme a geração de energia de cada torre e de forma mensal. Além disso, a propriedade ganha em segurança e acesso.

Neste sentido, conforme estima o diretor da Rio Energy, Roberto Colindres, são necessários a contratação de áreas com 206 proprietários, sendo que atualmente já há contratos com 86 deles em mais de 10 mil hectares. “A vantagem é que o produtor não precisa deixar de produzir nas áreas onde os aerogeradores estarão instalados. A convivência com o agronegócio é tranquila”, garante.

Outra vantagem do projeto e que agradou o empresário pinheirense Marco Antônio Larroza D´Ávila, que deverá contratar 600 hectares de sua propriedade, é que a remuneração não é apenas onde há aerogeradores instalados, mas também nos locais onde de alguma maneira o parque passe, como por exemplo, com estradas de acesso e cabeamentos. “Este projeto é mais consistente e interessante que os anteriores que tivemos acesso”, assinala ele, que já havia contratado algumas áreas com outro parque que não saiu do papel.

ESTÁGIOS – Iniciado em novembro de 2015, a identificação das áreas do parque foram feitas em dezembro daquele ano, sendo que o início da contratação jurídica começou em março deste ano. A previsão dos empreendedores é que os contratos estejam finalizados em abril de 2017 e o licenciamento ambiental requerido até o segundo semestre do ano que vem, com previsão de participação no primeiro leilão de energia em 2019.

RECURSOS – A Rio Energy atualmente opera dois pequenos parques eólicos no Brasil – ambos na Bahia, possuindo vários projetos como o de Pinheiro Machado espalhados, principalmente, pelo nordeste brasileiro.

Tendo em sua composição societária, brasileiros e estrangeiros, a Rio Energy pretende buscar os recursos necessários para a construção do parque entre os seus investidores e também com financiamento (50%) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) – que disponibiliza linhas de crédito para energia eólica, diferente de térmicas a carvão e óleo diesel, que foram vetadas pelo banco este ano.

DGE Energia e Rio Energy trouxeram a Pinheiro Machado praticamente todo seus corpos técnicos. Na foto também estão os prefeitos eleitos pinheirense e piratiniense

DGE Energia e Rio Energy trouxeram a Pinheiro Machado praticamente todo seus corpos técnicos. Na foto também estão os prefeitos eleitos pinheirense e piratiniense Foto: J.André TP

PREFEITOS – Os prefeitos eleitos de Pinheiro Machado e Piratini, Zé Antônio e Vitor Gonçalves (Vitão), ambos do PDT, estiverem presentes na exposição.

Zé Antônio saudou a iniciativa e disse que tudo que estiver ao alcance da prefeitura será feito para que o projeto saia do papel. “Daremos apoio técnico, jurídico, ambiental e político, pois se efetivado, além de gerar renda permanente para nossos produtores, gera emprego e impostos”, avalia.

Cético, o prefeito Vitão assinala que Piratini já havia se preparado muito para outro empreendimento semelhante que fracassou. Contudo, ele disse que a prefeitura dará todo o apoio necessário, sendo que a 1ª Capital Farroupilha possui até uma legislação específica de incentivo a energia eólica em vigor. “Temos que acreditar, porém sabemos da dificuldade de tirar um projeto deste tamanho do papel. Nosso potencial eólico é enorme, sendo que Piratini possui comprovadamente os melhores ventos do Rio Grande do Sul. Tomara que este projeto saia”, disse.

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