NOVOS TALENTOS

Projeto escolar garante a candiotense o título de campeã do Canto Moleque

Você ainda possui 2 notícias no acesso gratuito. Efetue login ou assine para acesso completo.

Augusto Maradona (E) e Alexandre Brose acompanharam a campeã durante o projeto Foto: Divulgação TP

Ela tem apenas 12 anos de idade e é dona de uma voz e de um poten­cial incríveis. Interpretando a marcante canção “Anita Ga­ribaldi”, Nataly dos Santos Bordignon, da Escola Vinte de Agosto, garantiu o 1º lugar da categoria mirim feminino na 23ª edição do Canto Mole­que – Onde começa o artista.

Além do talento nato, o resultado é também fruto de um trabalho idealizado pelo Gabinete da primeira­-dama e colocado em práti­ca através da Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude de Candiota. Com a vaga garantida ainda na Etapa Mu­nicipal, a menina fez parte do grupo de 12 jovens candio­tenses inscritos no festival. Desde o início de janeiro ela participava de aulas de canto e presença de palco com os instrutores responsáveis pelo projeto destinado a garimpar talentos nas escolas.

Na última semana, dias após o Canto Moleque, acompanhada pela família, Nataly visitou a redação do Tribuna do Pampa e contou sobre a experiência. Ela falou sobre música, Canto Mole­que e seu futuro. “Na verdade eu sempre quis muito entrar para o Exército, mas também sempre quis muito cantar”, disse.

Nataly Bordignon e a família visitaram a redação do TP na última semana Foto: Gislene Farion TP

Para o TP, disse que a inspiração foi a irmã mais velha – Larissa, de 15 anos. “Até então eu tinha cantado em público uma vez junto com a minha irmã numa apresentação na nossa esco­la. Isso já deve fazer uns três anos e, na verdade, foi vendo ela cantar que eu comecei a gostar. Nunca imaginei que eu ia subir num palco e conseguir me apresentar, eu tinha muito medo de errar”, confessou.

Nataly não errou. Na­quela noite, ela foi excepcio­nal e chamou a atenção do público e dos jurados. Segun­do contou a mãe, Andréia dos Santos, uma semana antes do festival uma gripe até tentou atrapalhar sua participação no Canto Moleque, mas nem isso a derrubou. Nataly subiu ao palco, cantou e encantou.

Durante a conversa, o pai, Edgar Bordignon, falou sobre as dificuldades que im­possibilitariam, no momento, investir no jovem talento que tem em casa. Uma delas é a questão geográfica – a família mora no assentamento Madrugada, cerca de 45km da sede do município de Candiota. “Moramos longe daqui, temos que levar em conta toda a questão financei­ra e de tempo, não teríamos condições de investir em aulas de canto, por exemplo. Seria bem apertado porque também somos nós que cui­damos da lavoura, então realmente ficaria difícil se fosse tudo por nossa conta”, detalhou.

Para ele, o projeto de­senvolvido pela Secretaria de Cultura foi fundamental para que a filha participasse do festival. “Temos que agrade­cer a Deus pela oportunidade da Nataly ter feito parte desse projeto. Nós incentivamos muito ela a participar porque já sabíamos que ela cantava bem, mas como é muito tímida, nunca foi de mostrar muito a voz”, comentou. Para ele, a música é para quem realmente tem o dom e isso, de fato, não falta para a filha.

A partir da execução do projeto, Nataly teve a chance de participar e abra­çar a oportunidade. E, de fato, ela abraçou. Em troca, foi abraçada pelos músicos Augusto Maradona e Ale­xandre Brose – responsáveis pelas aulas até às vésperas do festival.

RESULTADO Atendendo um pedido da reportagem, a dupla de instrutores falou sobre a descoberta vinda da escola rural e o título de campeã da categoria que dis­putou. Conforme contaram, desde o primeiro encontro já foi possível perceber que Na­taly era dona de um talento nato. “Quando a guria abriu a boca nós tomamos um verda­deiro choque”, comentaram de imediato.

Segundo Maradona, foi uma feliz surpresa ver o quanto aquela menina tão nova e tão isolada geografi­camente de pontos culturais se destacava. “Quando saiu o resultado eu vi o quanto aqui­lo significava na construção dela, a música era somente um veículo para coisas muito maiores. Ali ela entendeu toda a mensagem e viu que o que ela fez foi muito grande”, disse.

Para eles, o ponto alto da premiação foi ver o reconhecimento de todos os presentes – jurados, público, competidores e outros músicos que acompanhavam os concorrentes – sobre a legi­timidade daquele 1º lugar. “De tempos em tempos nasce alguém fenomenal assim e nessa geração, com certeza, foi ela. Vamos ouvir falar muito da Nataly ainda. Vejo condições dela ir muito mais longe – ela só tem 12 anos e ainda não tem maturidade vocal completa – por isso sei que vem muito mais por aí. Eu e o Brose já falamos que ela não vai estar sozi­nha nesse processo, é uma obrigação nossa com a arte, mais pessoas merecem ou­vir ela cantando”, finalizou Maradona.

Comentários do Facebook