Tempo instável (2)

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Na semana passa­da, tratei da importância das exportações para a economia brasileira, que serão afetadas pela crise mundial envolvendo o co­ronavírus.

Em uma semana, a crise tomou dimensão gigantesca. Líderes dos Estados Unidos, da Ale­manha e do Reino Unido falam de algo proporcional à catástrofe econômica de tempos da segunda guerra mundial. No Brasil, o presidente insiste que se trata de uma histeria coletiva.

O tempo de Bolsonaro na presidência poderá en­cerrar antes do prazo. Desmoralizado, continua a dar aulas de como não se deve proceder; parece que ainda não se deu conta que o maior centro de disseminação do coronavírus no país é exatamente o Palácio do Pla­nalto. Na comitiva do presidente que foi aos Estados Unidos, recentemente, 17 foram diagnosticados com coronavírus. Não há foco similar no país. Nem parecido.

O governo nunca teve um projeto para o país; o presidente prometeu governar com 15 ministérios e começou com 22, não apresentou nada relevante em 15 meses após a posse e desde que aprovou a reforma da Previdência, um pacote de maldades enviado ao Congresso e atenuado por este, ainda assim, um pacote de relevantes maldades para os menos favorecidos, parece nada ter a dizer (e a fazer) para alavancar o crescimento do país, que cresceu em 2019 menos que nos dois últimos anos do governo Temer.

Tudo que o governo tem feito é torrar recursos dei­xados por seus antecessores, a liberação do patrimônio constituído em governos anteriores do FGTS, que eram usados para financiar a construção civil e a aquisição de imóveis, a venda de 36,9 bilhões de dólares em 2019 das reservas internacionais constituídas nos governos Lula e Dilma, e continua torrando, a venda de partici­pação da União em empresas através do BNDES, que foi importante para viabilizar os empreendimentos, a venda de campos de petróleo descobertos no governo Lula; de próprio, o governo vendeu intrigas, confusões, criou desafetos no país e no exterior, afugentou os in­vestidores internacionais que sacaram seus recursos do Brasil e nem pensam em investir num país com a instabilidade política que por aqui vigora.

E agora, o mundo quase parou com a pandemia de coronavírus.

As receitas públicas cairão. Para os servidores públicos estaduais está ruim e ficará pior. Na região, olhei os dados dos últimos três anos no site do Tribunal de Contas, parece que Candiota e Pedras Altas têm alguma gordura para enfrentar os meses que virão. Pinheiro Machado nenhuma e Hulha Negra, pouca. Nestes tempos, qualquer gordura poderá ser pouca. Para quem administra, na iniciativa privada ou pública, é tempo de analisar com prudência.

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